No dia 10 de fevereiro de 2021, os trabalhadores da Rede Municipal de Ensino de São Paulo deflagraram greve contra a imposição absurda do governo Covas de retorno às aulas presenciais, em um momento em que a pandemia atingiu seu maior índice de contágios e mortes. A categoria se organizou na defesa do direito à vida e aos subsídios que garantissem a sobrevivência digna para todas as famílias, já que a prefeitura se mostrou alheia às necessidades básicas desta população e interessada apenas em garantir o ganho de capital para a burguesia.
Neste sentido, a greve que é primordialmente pela garantia da vida dos trabalhadores, foi tomando proporções maiores através do diálogo com a comunidade escolar para efetivar uma concreta cobrança ao governo, visto que no período de um ano nada foi realizado. Assim, muitas escolas fecharam com apoio da população e em protesto ao enorme número de vidas ceifadas durante sua reabertura.
Quando a paralisação completou 37 dias e o governo percebeu a força dos trabalhadores na sua organização, este resolveu utilizar de uma tática de divisão da categoria, antecipando o recesso dos educadores e mantendo os gestores, quadro de apoio e terceirizados nas unidades escolares em trabalho presencial. Ao contrário do que se colocavam estes políticos, que estavam preocupados com as vidas das pessoas, a intenção era desarticular um movimento que poderia colocar abaixo e que estava desnudando o real objetivo deste governo. Mesmo porque, em quinze dias de recesso não é possível diminuir a onda de contágio e mortes que vem acontecendo. A medida mais assertiva, assim como aconteceram em diversos outros países que conseguiram diminuir a curva, é o lockdown completo, com salários para os trabalhadores se manterem até que toda a população fosse vacinada.
Mesmo diante das afrontas incontáveis do governo, a categoria continuou a mostrar a sua disposição de luta, contrapondo-se a todos os ataques sofridos e permaneceu no movimento de greve com aqueles trabalhadores que ainda tinham que arriscar suas vidas no trabalho presencial, sem necessidade. Depois de roubar o período de descanso dos professores e estudantes, a próxima atitude do governo foi antecipar os feriados, inclusive do ano de 2022.
Diante das ofensivas do prefeito Bruno Covas (PSDB), com a antecipação de recesso e feriados, no intuito de desarticular os trabalhadores em sua árdua batalha em favor de uma vida digna no período desta desastrosa pandemia, houve também uma postura de conciliação do sindicato, que mais uma vez mostrou-se como base aliada do governo e aceitou tudo sem questionamentos e sem mobilizar a categoria.
Recentemente, o prefeito publicou uma normativa que estende o recesso até o dia 9 de abril e colocou a data de possível retorno presencial para o dia 12 de abril, no caso de São Paulo sair da fase emergencial. Todavia, não devemos ter nenhuma confiança nestes governos e nas suas esferas parlamentares
É importante termos consciência de que o roubo do nosso descanso não foi à toa. Estes governos mostram-se implacáveis nas suas atitudes, pelo medo de uma grande insurreição, que nós trabalhadores podemos articular para enfrentarmos a barbárie a que estão nos submetendo. Mesmo que a greve tenha fique suspensa neste período, temos que unir nossas forças novamente, organizados em unidade e com ódio de classe, no intuito de mantermos o retorno presencial apenas depois da vacinação de todos. Temos que expor e colocar abaixo estes governos que só nos exploram e nos oferecem a morte sofrida e precoce, para promoverem seu marketing de colocar educação como atividade essencial, a fim de manter escolas abertas a qualquer custo.
Nós do Coletivo Educadores Pelo Socialismo chamamos todos ao debate para conscientização política e luta por um governo dos trabalhadores, sem patrões nem generais. E, assim, construirmos a única e verdadeira saída para a libertação da classe trabalhadora, um mundo de fato livre, numa sociedade socialista.