A Assembléia Popular dos Povos de Oaxaca (APPO) há cinco meses controla a capital do Estado em sua luta contra o governo fascista de Ulises Ruiz. Neste tempo, a única ação do governador foi organizar grupos paramilitares contra a Comuna de Oaxaca.
No dia 27/10 seus mercenários dispararam contra os manifestantes que se defendiam atrás das barricadas. Dois professores e um jornalista americano foram mortos. Frente à escalada da violência, o governo federal resolveu agir. O presidente mexicano Vicent Fox enviou três mil homens da Polícia Federal Preventiva (PFP). Mas não foram punir os assassinos.
A missão era desfazer as barricadas e liberar a praça Zócalo, no centro da cidade. Além de prender lideranças da APPO e atacar a universidade local, com a intenção de impedir as transmissões da rádio Universidad – que defende a luta popular.
Mas as tropas de choque e os blindados não intimidaram os estudantes e os trabalhadores. 50 mil manifestantes impediram a invasão e a rádio continua transmitindo. A APPO entregou pacificamente a praça Zócalo, mas se reorganizou a poucas quadras dali, na Igreja São Domingos, convocando uma megamarcha para o dia 05 de novembro. Um milhão de pessoas ocupou as ruas. Pressionada, foi a vez da PFP erguer barricadas e cercar Zócalo com arames farpados.
A polícia, em vez de liberar a praça, fechou-a mais ainda… Até então considerada um problema local pelas autoridades, a insurreição de Oaxaca ganhou de vez dimensões nacionais. A burguesia mexicana sabe que a vitória da comuna pode mostrar aos trabalhadores o caminho para contestar a presidência de Felipe Calderón. O ex-candidato do PRD, López Obrador, é pressionado cada vez mais a agir em defesa de Oaxaca. O conflito não permite meios termos: ou a APPO avança em suas ações ou então as forças reacionárias usarão a violência para derrotar o movimento. Contra todas as expectativas, Oaxaca vive e luta!