Grã-Bretanha: os comunistas na ofensiva contra os sionistas

Nossos camaradas britânicos, que recentemente fundaram o Partido Comunista Revolucionário (RCP em sua sigla em inglês), têm jogado um papel relevante nas manifestações e acampamentos em solidariedade à Palestina, na Grã-Bretanha. Nas últimas semanas, eles tiveram a oportunidade de usar os meios de imprensa da própria burguesia para explicar, para muitas pessoas, o que de fato está acontecendo na Palestina.

O papel de nossos camaradas nos acampamentos têm sido o de usar nossos recursos para que cada vez mais pessoas se envolvam no movimento global de solidariedade à Palestina. Eles ajudam na organização dos acampamentos, desde as tarefas mais simples até mesmo a formação política. E o mais importante, tentam envolver o maior número de trabalhadores possível nesta luta, pois sabem que apenas a classe trabalhadora com seu poder de parar a produção pode efetivamente pôr fim a este genocídio em curso.

Foto: Jeremy Lindenfeld, Twitter

Na quinta-feira, 16 de maio, uma deputada do Partido Conservador e ex-ministra do governo de Rishi Sunak, Suella Braverman, foi até o acampamento em solidariedade à Palestina na Universidade de Cambridge para fazer uma provocação aos estudantes acampados, junto com o canal de Televisão GB News. Utilizou a reportagem para repetir suas mentiras e tentar fazer com que alguns estudantes caíssem em suas armadilhas através de perguntas capiciosas. Os estudantes tomaram a decisão de não falar com esta provocadora do Partido Conservador. Na noite deste mesmo dia, nossa camarada Fiona Lali foi convidada a um debate com Suella Braverman no jornal televisivo da GB News, em um dos horários de maior audiência. Nossos camaradas não perderam a oportunidade de falar em um programa ao vivo da GB News, ou seja, não haveria cortes nem manipulação. Nossa camarada Fiona não ficou na defensiva como vocês podem ver no vídeo abaixo.

Não são os defensores da causa palestina que têm de estar na defensiva, ao contrário, quem tem de se explicar são todos aqueles que apoiam o genocídio perpetrado pelo Estado sionista de Israel. Como pode ser visto no vídeo acima, Fiona, ao invés de responder as perguntas capiciosas e sem fundamento do apresentador de TV e da parlamentar conservadora, contra-atacou e os colocou contra a parede, deixando claro que eles apoiam o genocídio na Faixa de Gaza. Em determinado momento do debate, Fiona chamou Braverman de criminosa de guerra, e a chamou de mentirosa quando esta tentou acusar os manifestantes que apoiam o povo palestino de antissemitas. Estas e muitas outras são as mentiras da imprensa burguesa, que são repetidas cotidianamente em seus meios de comunicação.

Repetem essas mentiras à exaustão, mas como Fiona disse, cada vez mais pessoas conhecem a verdade sobre o que está acontecendo na Palestina. Ela ressaltou ainda que em toda manifestação de solidariedade à Palestina, nas ruas de Londres, sempre há um grande bloco de judeus manifestando-se em apoio a causa Palestina. São homens e mulheres que já não suportam mais ver tanta mentira difundida, usando o passado do Holocausto para justificar este novo genocídio contra o povo palestino.

Cortes com as falas de Fiona se espalharam pelas redes sociais, alcançando milhões de pessoas em todo o mundo. Algumas de suas falas foram legendadas para o árabe e circularam com rapidez pelo mundo árabe. Fiona falou o que muitos manifestantes têm vontade de dizer, por isso suas falas se tornaram virais. No dia seguinte, Fiona foi convidada a participar de uma entrevista ao vivo para o canal da Al Jazeera em inglês, que também alcança milhares de pessoas, e não deixou de salientar que o sistema capitalista e seus representantes são os responsáveis por este massacre.

Fiona cumpriu uma das tarefas que todo deputado operário deveria cumprir: revelar publicamente os crimes e atrocidades que os representantes da burguesia cometem cotidianamente. Esses deputados deveriam usar sua liberdade de manifestação e expressão para agitar a consciência dos trabalhadores e jovens. Esse foi o tema do debate que nosso camarada Ben Gliniecki travou anteriormente, no dia 30 de abril, no mesmo programa televiso da GB News comandado por Patrick Christys.

Ben foi convidado ao programa logo após nossos camaradas do RCP de Cardiff terem organizado um protesto de repúdio a Jacob Rees-Mogg, que foi à Universidade de Cardiff para uma de suas palestras. Este deputado do partido conservador tem sido um dos personagens mais ativos dentro do parlamento inglês em defesa do genocídio em Gaza, repetindo as mentiras da imprensa burguesa. Então, nada mais justo do que os defensores da causa palestina se voltarem contra este representante da burguesia. Nossos camaradas de Cardiff o cercaram na saída da Universidade e gritavam palavras de ordem de repúdio e em defesa dos palestinos, ninguém o tocou.

A imprensa aproveitou esta manifestação para tentar criminalizar o protesto, argumentando que este era um cerceamento da liberdade de expressão. Ben Gliniecki foi convidado ao programa para debater sobre a liberdade de expressão. O que Ben salientou é que na verdade os deputados têm a liberdade de dizer o que querem, inclusive defender um genocídio, e não acontece nada, e que os parlamentares trabalhistas, a exceção de George Galloway, não fazem uso de sua liberdade de expressão para dizer a verdade sobre o governo conservador e seus crimes. Existe uma verdadeira conspiração de silêncio, como disse Ben Gliniecki.

Nosso camarada Adam Booth, por ser ex-aluno de Cambridge, também teve a oportunidade de falar no mesmo dia do noticiário em que Fiona participou. Ele explicou quão provocadora foi a visita de Braverman no acampamento que os alunos de Cambridge realizavam em solidariedade ao povo palestino. Os alunos repudiam e têm raiva dos parlamentares conservadores, que governam em nome da burguesia e têm aplicado uma política de austeridade perversa durante anos.

Os ataques continuam. Na terça-feira, dia 21 de maio, nossos camaradas do RCP foram caluniados pelo ministro conservador Michael Gove, em uma transmissão ao vivo pela BBC, acusando-os de antissemitas. Não foi coincidência, no dia anterior o Tribunal Penal Internacional acusou Netanyahu de crimes de guerras e crimes contra a humanidade, inclusive o assassinato de civis. O governo conservador é cúmplice desses crimes. Exigimos o direito de resposta, mas até o momento a BBC se faz de surda.

Estas são amostras do que os militantes de uma organização revolucionária podem fazer. É claro que ainda é pouco ante a enorme tarefa que temos pela frente, mas nossos camaradas mostraram o caminho a seguir nessas oportunidades que se abriram. Como já avaliamos em nossos documentos políticos, o próximo período será repleto de instabilidade política e econômica. Insurreições, guerras e manifestações de massas podem acontecer a qualquer momento. Devemos estar preparados, outras oportunidades aparecerão para difundir nossas ideias para mais e mais pessoas.

Fiona Lali, Ben Gliniecki e Adam Booth são dirigentes do Partido Comunista Revolucionário na Grã-Bretanha e participam da construção da Internacional Comunista Revolucionária para levar as ideias e práticas, desenvolvidas há anos pelos verdadeiros comunistas, de volta às fileiras da classe trabalhadora de todo mundo.

Nestas últimas horas enquanto estávamos fechando esta nota para o site da OCI, nossos camaradas do Partido Comunista Revolucionário decidiram lançar Fiona Lali como candidata independente ao parlamento britânico (MP) pelo distrito (constituency) de Stratford and Bow. O governo conservador decidiu antecipar as eleições para o dia 04 de julho, o primeiro-ministro conservador, Rishi Sunak, fez o anúncio na última quarta-feira, dia 22 de maio. O governo conservador já não se sustenta mais e as pesquisas indicam que o Partido Trabalhista vencerá as eleições de 04 de julho.

Tudo isso aconteceu no mesmo momento em que os vídeos de Fiona Lali se tornaram virais, Fiona já tem mais de 40 mil seguidores no Twitter e este número continua crescendo. Nossos camaradas britânicos mais uma vez aproveitarão o momento e farão uma campanha eleitoral combativa para levar Fiona ao parlamento britânico. Se vencermos as eleições poderemos mostrar para todos como deve se comportar um parlamentar comunista em meio a um parlamento completamente controlado pela burguesia.

Se você tem acordo com as ideias expressas por Fiona, Ben e Adam nestes debates, junte-se a nós na construção da Organização Comunista Internacionalista aqui no Brasil e inscreva-se na Escola Mundial do Comunismo, que acontece de 10 a 15 de junho, com transmissão ao vivo para todo o globo terrestre.