A Universidade Marxista Internacional (UMI) organizada pela Corrente Marxista Internacional (CMI), ocorrida entre 25 e 28 de julho, foi uma grande vitória, contando com quase 6.500 inscritos de mais de 115 países!
Participaram revolucionários de todos os cantos do globo! Paquistão, Índia, África do Sul, Nigéria, Rússia, Indonésia, China, Taiwan, Japão, Cingapura, Reino Unido, Espanha, Itália, França, Suíça, Suécia, Grécia, Canadá, EUA, México, Argentina e muito mais. O Brasil foi o segundo país com maior número de inscritos. Esta é uma demonstração da efervescência política em nosso país e do interesse crescente pelas ideias revolucionárias marxistas.
A UMI, mesmo tendo “universidade” em seu nome, não foi um evento acadêmico. As discussões começaram com um debate sobre a situação política mundial e foram concluídas pela seção “Construindo o Partido Revolucionário”. Todas as discussões teóricas e históricas tiveram relação direta com a atualidade, seguindo a premissa de que a teoria marxista deve ser um guia para a ação dos revolucionários no combate pela transformação socialista da sociedade ou, como disse Marx: “os filósofos se limitaram a interpretar o mundo de diferentes maneiras; a questão, porém, é transformá-lo” (Teses sobre Feuerbach, 1845).
Seções da escola trataram de contrapor a teoria marxista com certas “teorias” muito populares na universidade e mesmo entre organizações de esquerda, como o pós-modernismo, a teoria queer, as políticas identitárias, o pós-colonialismo etc. Debates também trataram do combate a pressões recorrentes sobre a organização revolucionária, como o sectarismo e o reformismo. Além de importantes discussões que retomaram as bases da teoria marxista: o materialismo dialético, o materialismo histórico e a economia marxista.
Esse evento histórico ocorreu em meio a uma grave crise do capitalismo, acelerada e aprofundada pela pandemia. Esta crise está expondo a podridão da sociedade capitalista como nunca antes. A ira que varreu os EUA a partir do assassinato de George Floyd pela polícia foi uma demonstração das explosões revolucionárias que estão no horizonte. As significativas manifestações no Brasil, no início de junho, contra Bolsonaro, o racismo e a violência policial, em plena ascensão da pandemia, também indicam a disposição de luta presente aqui. Neste momento, os operários da fábrica da Renault em São José dos Pinhais (PR) estão em greve contra a demissão de 747 trabalhadores, impondo a mobilização à direção do sindicato (ligado à Força Sindical).
Não foi por acaso que o debate na UMI sobre a conjuntura internacional foi denominado de “Um mundo em chamas”. Milhões de pessoas estão questionando o sistema e procurando uma saída – saída esta que somente as ideias do marxismo podem oferecer.
Um ponto que permeou toda a universidade foi a campanha pela libertação do militante da seção paquistanesa, o jovem camarada Amin, que havia sido sequestrado pelas forças paramilitares do Estado (os Rangers) e estava desaparecido desde 14 de julho. Ele foi libertado em 1º de agosto, após ter ficado confinado em diferentes locais e ter sido brutalmente torturado para confessar crimes que não cometeu. A campanha da CMI, dentro do Paquistão e ao redor do mundo, certamente foi fundamental para que Amin tenha sido libertado.
Os relatos dos camaradas do Paquistão, sobre os significativos avanços na construção da organização revolucionária em meio a difíceis condições de pobreza, terrorismo e perseguição do Estado, são uma verdadeira inspiração para os revolucionários de todo o mundo.
A CMI está se fortalecendo sobre a base sólida da teoria marxista e da ação na luta de classes. A trágica crise do coronavírus tem provocado saltos na consciência de jovens e trabalhadores. Muitos estão chegando à conclusão da necessidade de se organizar para derrubar este sistema decadente, que ameaça conduzir a humanidade à barbárie. Praticamente todas as seções da CMI têm experimentado algum crescimento nos últimos meses, incluindo sua seção brasileira, a Esquerda Marxista. Além do início do trabalho em países onde antes não existia a CMI. É uma tarefa urgente o combate do movimento operário mundial pela reconstrução de uma verdadeira Internacional revolucionária, que retome os ensinamentos das quatro internacionais que existiram antes na história. A CMI é parte deste combate, como uma tendência do movimento operário internacional.
As revoluções estão no horizonte, mas para que cheguem à derrubada do capitalismo e à instauração de um Estado operário, com uma economia planificada, baseado na democracia operária, é fundamental um partido revolucionário que ganhe a confiança das massas. A construção do partido da revolução mundial, este é o combate da CMI e da Esquerda Marxista.
Próximas atividades:
8/8: O que foi a Universidade Marxista Internacional e como desenvolvê-la no Brasil
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20/8: As ideias de Trotsky mais relevantes que nunca (ato internacional de 80 anos do assassinato de Trotsky)
Mais detalhes aqui: https://www.marxismo.org.br/ato-internacional-as-ideias-de-trotsky-mais-relevantes-que-nunca/
Universidade Marxista – Brasil (2020)
Módulo 1: 05/9/2020 – A Luta de classes e o Marxismo
Módulo 2: 26/9/2020 – Bases Econômicas do Marxismo
Módulo 3: 10/10/2020 – A Necessidade da Internacional dos Trabalhadores
Módulo 4: 24/10/2020 – Lições da Revolução de Outubro
Módulo 5: 07/11/2020 – A degeneração stalinista da Revolução Russa e suas consequências
Módulo 6: 28/11/2020 – 200º Aniversário de Friedrich Engels, o professor do proletariado
Módulo 7: 12/12/2020 – A época do Imperialismo
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