Gregório Duvivier ensina: como atacar o socialismo?

No episódio do programa Greg News ESPECIAL 2018, exibido pela HBO Brasil no dia 14 de dezembro, Gregório Duvivier fez várias comparações entre a experiência da revolução socialista na União Soviética e os discursos de Bolsonaro e seus simpatizantes, tentando assim desqualificar Bolsonaro atrelando-o ao que considera “comunismo” e “leninismo”. O recurso que utilizou foi o mesmo que tanto critica em seus adversários: as fake news. Selecionei alguns trechos de sua fala no programa para mostrar como Gregório transformou-se no que mais se opunha.

O primeiro trecho que trago é uma sátira sobre um suposto “tio” conservador presente em toda família, seguidor de boatos de WhatsApp sobre conspirações e tramas malignas. Este tio interlocutor estaria dizendo que uma “conspiração global soviética” está tentando dominar o mundo para implementar um governo totalitário.

“(…) ele sim [o tio] votou em um soviético [Duvivier deixa enfática sua afirmação]. Seu tio vai falar [respondendo ao comentário]:

– É impossível, porque Bolsonaro odeia a esquerda.

Sabe quem também odiava a esquerda? Lenin. Ele odiava tanto que escreveu um livro chamado “Esquerdismo, doença infantil do comunismo”. Sim, Lenin leu Olavo de Carvalho.”

O que Lenin falou em seu livro, de 1920, não foi sobre as “esquerdas” serem inimigas. O que disse foi sobre a necessidade de construir partidos comunistas como condição da tomada do poder político pela classe trabalhadora, sobre a participação nos sindicatos reacionários e no parlamento burguês (coisa que os esquerdistas que ele critica negavam). Lenin com esse livro também contrariou seus opositores esquerdistas na Alemanha, que diziam que suas ideias estabeleceriam uma a “ditadura dos chefes”, ou um tipo de governo totalitário. O bolchevique mostra ao longo do livro que a ditadura do proletariado é o único poder que pode combater a ditadura burguesa, de uma ínfima minoria.

Se um partido comunista levar o proletariado a tomar o poder através dos sovietes, defende Lenin, teríamos sim uma ditadura, mas a ditadura da maioria, ou ditadura do proletariado. Como mostrou a experiência da Revolução Russa de 1905 e de 1917, apenas com um partido comunista forte, centralizado, com livre debate interno e disciplinado, o proletariado conseguirá fazer uma revolução avançar para o socialismo. É sobre isso que os “esquerdistas”, como Lenin chamou, discordavam. Lenin era contra os esquerdistas na medida em que considerava que eles atrapalhavam o avanço da luta pela tomada do poder político, mas nunca foi contra a esquerda e o socialismo.

Nos anos iniciais pós-Revolução de Outubro, tivemos a ditadura do proletariado em sua forma mais cristalina. A economia planificada do Estado e a propriedade coletiva dos meios de produção garantiram ganhos sem precedentes em termos de direitos, como no pioneirismo sobre questões sobre mulheres – que nem os países avançados de hoje ainda conquistaram, como legalização do aborto, casamento livre, libertação do trabalho doméstico, etc. –, e na melhoria nas condições de vida. O fim da União Soviética, 72 anos depois, resultou em tragédia: a expectativa de vida caiu em média 8,2 anos e o salário real diminuiu 68,3%.

A associação do ideário de Lenin com o a direita bolsonarista feita por Gregório é descabida e mentirosa. Os bolcheviques, ao liderarem o proletariado na tomada do Estado na Rússia, realizaram coisas bem diferentes do que, por exemplo, prega em seus discursos a ministra da “Mulher, Família e Direitos Humanos”, Damares Alvos. Ela é contra o aborto, combate a suposta “ideologia de gênero”, e disse que a mulher ser mãe é seu papel mais especial na sociedade.

Vejamos mais uma fake news trazida pelo apresentador:

“Lenin declara nesse livro que os esquerdistas são os inimigos do projeto soviético. Por quê? Porque eles se opunham à ideia de ditadura do partido. Sim, os esquerdistas diziam que o poder devia ser do povo e não do partido. Vejam que absurdo [Duvivier entoa de maneira irônica]! Ah, “mas a União Soviética não era socialista”. Então: muita gente acha que a União Soviética era socialista, mas só porque eles se diziam socialistas. Só que ninguém acredita que a República Democrática do Congo era democrática, nem que a Coreia do Norte é, cujo o nome é República Popular Democrática da Coreia. Inclusive, quando o país tem “democrático” no nome, em geral, é porque ele não é.”

Duvivier não se preocupou em saber minimamente sobre datas. Houve sim uma degeneração autoritária da sociedade soviética, mas ela tem seu impulso apenas após a morte de Lenin, com a ascensão, aí sim, de uma ditadura de chefes, da burocracia, e do partido. Essa degeneração, liderada por Stalin, chefe da burocracia ascendente, resultou na expropriação do poder político da classe assalariada.

Essa expropriação aconteceu devido a um processo social definido e compreensível. Em parte porque o proletariado foi enfraquecido como classe organizada pela invasão militar de mais de 20 exércitos de potências imperialistas. Esse episódio sangrento ficou conhecido como Guerra Civil Russa, e durou de 1917 a 1922. Lembremos que esse conflito foi iniciado depois de quatro anos de participação ativa da Rússia na Primeira Guerra Mundial. Outro aspecto que explica a degeneração burocrática está no isolamento experimentado pela URSS em seus primeiros anos, devido às derrotas das revoluções que se seguiram a 1917, com destaque para a Revolução Alemã. Era uma compreensão clara de Lenin que a revolução deveria se expandir para os países capitalistas avançados ou seria esmagada.

Enfraquecida, cansada e dispersa, a classe trabalhadora russa foi cedendo lugar aos burocratas do partido e do aparelho de Estado. Os trabalhadores não cederiam o poder novamente para os monarquistas ou à burguesia. No entanto, estavam em uma posição de desgaste físico e psicológico, com a tarefa de rumar ao socialismo em um país devastado por oito anos de guerra. Foi sob essas condições históricas que uma camada burocrática pode se formar e tomar o poder do proletariado prometendo “socialismo em um só país” e um período de tranquilidade política. No que era conhecido como o elo mais fraco do capitalismo europeu, depois de anos de duas guerras custosas, uma burocracia foi sendo fortalecida em meio às contradições sociais de uma sociedade que ainda lutava para alcançar o mesmo nível econômico e social dos países capitalistas mais avançados da época, como a Alemanha, a França e a Grã-Bretanha. Uma vez no poder, essa burocracia abriu uma campanha de perseguições, expulsões, exílios e, por fim, de assassinatos dos trabalhadores revolucionários.

A burocracia sabia, pelo desenvolvimento dos acontecimentos nos sovietes em 1905 e em sua reconstrução em 1917, que o proletariado organizado é uma força feroz contra as minorias opressoras. Contra os mandos e desmandos da monarquia e já conscientes da opressão da burguesia é que os proletários se organizaram e tomaram o poder, e por sua dinâmica não hesitariam tomar o poder novamente, mesmo que da mão de uma burocracia que dizia governar em seu nome. Para evitar retaliação ou uma revolução política dentro da União Soviética, a burocracia se lançou a cortar sua ameaça pela raiz. Para isso impediu a reorganização do proletariado como classe ao mesmo tempo que defendeu a propriedade estatal socializada como base dos seus privilégios. O “projeto soviético” – Duvivier nomeia dessa maneira – existiu nos primeiros anos da revolução, mas foi derrotado por esses dois fatores: ascensão burocrática e ausência da revolução nos países europeus avançados.

Não tivemos socialismo na União Soviética, apenas uma caricatura dele nas mãos de um governo que carregou o manto da revolução proletária de 1917 sob si, mas que foi na prática foi contrarrevolucionária na maior parte do tempo. Todos os países citados por Gregório como socialistas não têm como liderança partidos leninistas, que lutam para ajudar a construir a revolução internacional, como Marx e Lenin defendiam. O que há são partidos do tipo estalinista, contrarrevolucionários, nacionalistas-burgueses, decididos a garantir privilégios de uma minoria por uma ditadura do partido a nível nacional. O estalinismo como prática busca parar a revolução no meio, cozinhá-la em “banho maria”, enquanto que como teoria buscar concentrar a revolução proletária dentro das fronteiras de um único país. Mas sem uma revolução internacional, as conquistas sociais da revolução sucumbem diante da pressão do capital financeiro internacional que tem como ponto de amarração central as burguesias imperialistas.

E mais algumas mentiras de Duvivier:

“Bolsonaro e seus amigos mereciam carteirinha do Partido Comunista Soviético. Por que? Porque bolsonaristas amam uma farda, assim como Lenin. Aliás, foi Lenin que criou o Exército Vermelho e se voltou contra as ideias dos socialdemocratas, que defendiam uma desmilitarização da sociedade e diziam que a obsessão dos militares por glórias é tão nociva quanto a obsessão dos capitalistas por lucro. Lenin governou com o apoio de um exército imenso e depois passou o poder para um homem de uniforme, Josef Stalin”.

A Revolução de Outubro aconteceu com os bolcheviques, liderados por Lenin, levantando como palavra de ordem “Paz, Pão e Terra”. A primeira ação do governo soviético foi pedir a paz com todas as nações beligerantes e iniciar tratativas para encerrar todo e qualquer conflito. A afirmação de Gregório, portanto, é tanto uma falsificação completa dos fatos quanto uma falta de honestidade intelectual flagrante de uma figura que busca se apresentar como de esquerda. O Exército Vermelho de que fala não foi criado por fetiche pela farda, como ironicamente Duvivier dá a entender, mas como uma maneira de defender a recente revolução proletária diante da Guerra Civil aberta pelos países capitalistas. Esse episódio foi uma tentativa empreendida por monarquistas, pela burguesia imperialista, e de outros grupos menores, para derrubar o governo proletário pela via das armas. O que os bolcheviques deveriam fazer naquele momento? Levantar os braços e se deixar abater pelos rifles e bombas de mais de 20 países estrangeiros? O proletariado defende a paz contra a guerra imperialista, mas não se furta à guerra caso seja necessária para defender a revolução.

Em um texto chamado “Teses de Abril”, ponto central para a mudança de rumo dos bolcheviques em direção à tomada do poder, Lenin se opôs à Primeira Guerra Mundial e propôs a palavra de ordem “Paz, Pão e Terra”. Somente sob essa palavra de ordem foi possível para o partido de Lenin se apresentar como liderança do processo revolucionário. As massas seguiram os bolcheviques pela perspectiva que elas tinham de que os bolcheviques pudessem resolver seus problemas imediatos. E foi exatamente o que aconteceu: após a tomada do Estado, a Rússia se retirou da guerra mundial, mesmo ao preço de perder diversos importantes territórios. O pão foi distribuído racionalmente e sua produção foi impulsionada pelo Estado controlado pelas massas por meio dos sovietes. A propriedade coletiva foi incentivada e a reforma agrária realizada. A constituição do poder soviético não foi fruto de um golpe de poucos russos bem equipados e armados. Foi sim uma revolução mobilizando milhões iniciada em fevereiro de 1917 que teve o desfecho da vitória do proletariado e do campesinato sobre a burguesia em outubro.

A posição de classe do apresentador

Apenas empreendendo a análise do ponto de vista da classe social que realmente comanda o programa Greg News podemos entender as fake news exibidas. À primeira vista pode parecer má-fé. Porém, com a análise marxista, veremos que há uma raiz muito mais profunda. É essa raiz que faz Gregório considerar Ciro Gomes de esquerda e votar nele, apesar de ser filiado PSOL e ter feito campanha para Boulos.

A marca HBO de televisão tem sede em Nova York e é propriedade da WarnerMidia, subsidiária da AT&T, esta que, por sua vez, é parceira da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos[1]. A AT&T é um dos troféus e orgulhos da “América livre” – livre do comunismo. A estabilidade política mundial é uma necessidade básica para que a WarnerMedia continue sua trajetória de sucesso, principalmente no Brasil, com a boa aceitação dos jovens pelo noticiário Greg News. Toda essa estabilidade está ameaçada ou sob dúvida com o governo de ataques diretos de Bolsonaro. A HBO também é proprietária da Vice, empresa que produziu o documentário “Por que os jovens ajudaram a eleger um autoritário de extrema-direita no Brasil”[2], que marca uma posição anti-Bolsonaro da emissora. A companhia já teve 90% do controle do mercado das telecomunicações em 1984, e hoje em dia se dedica a comprar outras companhias ou realizar fusões, como a maioria das grandes corporações diante de crises.

A intenção do humorista no programa Greg News foi causar risos mostrando como Bolsonaro teria muito mais a ver com experiências “totalitárias” na União Soviética do que poderiam acreditar o próprio Bolsonaro e seus apoiadores, apesar dele e seus seguidores se dizerem opostos ao comunismo. O que Gregório apresenta em sua visão sobre um “comunismo autoritário” é um espantalho criado pela burguesia imperialista para afastar o interesse dos trabalhadores pela história e desenvolvimento da União Soviética, pela Revolução de Outubro e pelo o que foi o estabelecimento dos sovietes. Com essas formulações a burguesia quer impedir a compreensão real do que foi a burocratização policialesca que durou todo o período que abarcou a maior parte do século 20. A história da auto-organização dos trabalhadores nos sovietes da Rússia revolucionária é uma ameaça à burguesia ainda hoje. Nem o espantalho da propaganda anticomunista, tão pouco a influência exercida pela burocracia stalinista no movimento comunista internacional, refletem a essência do que seria o comunismo na perspectiva marxista. Os verdadeiros marxistas no século 21 combatem contra o estalinismo, portanto contra a teoria do socialismo em um só país.

Mas por que comparar Bolsonaro ao comunismo? É notório que a pior face do estalinismo é o único “comunismo” que a WarnerMedia poderia topar propagandear enquanto essência do que foi a Revolução Russa e a experiência soviética. Então, malandramente, aproveitou-se da boa aceitação de Gregório, principalmente entre a parlamentares, classe média, e entre a juventude para impulsionar sua visão sobre o que seria o “comunismo”. Uniu esse significado ao desprezo que a audiência de Duvivier tem para Bolsonaro. E aí não importa se o apresentador do programa da HBO seja claramente simpático ao PSOL, partido que mantém a palavra socialismo em seu nome. Ter influência entre a esquerda até ajuda a WarnerMedia em seu objetivo. Em apenas uma cajadada, a HBO atacou dois inimigos de maneira “bem-humorada”: Bolsonaro, que, repito, é considerado por analistas burgueses uma ameaça à estabilidade social e política no Brasil, e a ideologia política da classe trabalhadora na sua luta pelo poder, que pode se fortalecer em 2019 diante do aprofundamento da crise.

O humorista, que não faz parte dos quadros dos grandes acionistas da AT&T, portanto não decide uma linha do seu texto sem o apoio ou permissão dos diretores, comporta-se como um pequeno-burguês com a consciência pressionada entre seus ideais igualitaristas formais e o gordo contrato e audiência oferecida pela burguesia que comanda a HBO. Do início ao fim não há opção para Gregório, apenas a fantasia de que é ele que comanda o programa Greg News. Na prática precisa fazer, em grande parte, o que a emissora deseja ou será trocado por alguma outra figura carismática em ascensão. Mas o idealismo igualitário do apresentador e os interesses da AT&T podem se tornar idênticos sob determinadas condições. E aconteceu, neste programa.

O apresentador age politicamente como um pequeno-burguês. E qual a característica política central de um pequeno-burguês? Sua consciência flutuante entre o proletariado e a grande burguesia. Ora Duvivier participa dos eventos do PSOL, à esquerda e simpático ao socialismo, frequenta cursos, universidades, palestras e eventos recheados de autodeclarados marxistas e comunistas. Em outro momento diz que votou no candidato burguês Ciro Gomes, defende o “desenvolvimento nacional” (leia-se a burguesia nacional) e defende uma moralização da política usando o comunismo como exemplo de tudo que há de pior em Bolsonaro. Em um momento Gregório deseja se apoiar na força das maiorias para construir o futuro, mas em outro se rende e se identifica à poderosa classe burguesa que o contrata e que o fornece poderosos meios de comunicação para atingir essa maioria. Gregório só se manterá na HBO se o mesmo não for uma ameaça à estabilidade da dominação do capital sobre o trabalho e ao aumento dos lucros da empresa. Sua posição objetiva o pressiona a aceitar tudo que venha de cima, da burguesia, sob o disfarce para si próprio e para os outros de um humor crítico. As garras da mão imperialista sobre o Brasil recebem esmalte colorido e tratamento estético, mas não deixa de ser a mão que usurpa.

Quando Gregório diz em seu programa que “o comunismo assombrou o século XX”, não disse “assombrou os burgueses no século XX”, mas sim que as experiências proletárias realmente ameaçaram a existência da humanidade. E esse discurso, independente de ter sido feito por ele ou por seus assessores, agrada seus senhores. Gregório subverteu a frase de Marx no Manifesto Comunista que diz que “um espectro ronda a Europa – o espectro do comunismo”. Na prática, Duvivier defendeu a única coisa que para a HBO se opõe ao “totalitarismo comunista leninista” e à irresponsabilidade política de Bolsonaro: a forte e sólida democracia norte-americana.

Mas os burgueses se assombraram durante o século 20, sim. E apesar de estarmos no século 21, eles continuarão assombrados pelo comunismo enquanto forem proprietários dos meios de produção e a crise econômica for uma constante, enquanto o proletariado em todo o mundo estiver se levantando em protestos, greves, mobilizações. Especificamente para o Brasil, temem que as ações e palavras desmedidas do presidente possam incendiar a crise política e social que se desenvolve desde 2013, levando a classe trabalhadora para greves e manifestações de rua. Caso surjam revoltas populares que prejudiquem os negócios da burguesia norte-americana, o fantasma do comunismo poderá sair dos guetos. E esse fantasma já vem assombrando nos Estados Unidos, em exemplos como o crescimento dos Socialistas Democráticos da América (DSA[3]), ou com a grandiosidade eleitoral de Bernie Sanders – um político que falou abertamente, com apoio de massas e dentro do Partido Democrata, sobre socialismo e revolução, ainda que sem um sentido marxista.

Querendo ou não, ao atirar com o revólver da sua crítica antiautoritária, Duvivier mirou simultaneamente em Bolsonaro e no socialismo. Ao final, a democracia que o humorista defendeu em seu programa para o Brasil, independente se por falta de esperança ou de estudo, foi a democracia burguesa, com seu regime parlamentar controlado pelo grande poder econômico, com sua alternância vazia de poderes que protege a permanência da dominação imperialista, com sua multiplicidade aparente de partidos que continuam a agir politicamente como partido único da burguesia.

Esse partido único age com a leniência – e não leninismo – da classe trabalhadora e da pequena burguesia, e a burguesia precisa da aceitação da dominação por ambas as classes. Por isso continuará atacando o comunismo em seus meios de comunicação, utilizando como suporte inclusive figuras públicas que se apresentam como “anticapitalistas”. O leninismo o humorista não precisa temer. O melhor seria temer seus patrões, diretores da WarnerMedia e da HBO eleitos pelo Conselho de Acionistas, e seus fiscais ideológicos superiores. Mas Gregório não terá medo da HBO enquanto estiver identificado aos medos da HBO. Sem aderir à análise marxista para a crise política e social, Gregório vai para o caminho que honestamente lhe sobra: defender que a democracia burguesa é a única coisa capaz de garantir as liberdades democráticas contra a barbárie crescente em todos os países. Sua posição de classe pequeno-burguesa hoje está no programa Greg News ESPECIAL 2018 em concordância com as camadas superiores da burguesia.

[1] https://theintercept.com/2018/06/25/att-internet-nsa-spy-hubs/

[2]Why Young People Helped Elect A Far-Right Authoritarian In Brazil (HBO)”. <https://www.youtube.com/watch?v=joRrWSZmXdo>  Acesso em: 24/12/2018

[3] Democratic Socialists of America