Os petroleiros de todo Brasil entraram em greve por tempo indeterminado no dia 17 de outubro. Quase todas as plataformas e refinarias foram paralisadas na maior greve dos últimos anos. Foi uma greve política que se ergueu contra a decisão do governo de entregar o Campo de Libra ao capital estrangeiro associado à Petrobras.
Os petroleiros de todo Brasil entraram em greve por tempo indeterminado no dia 17 de outubro. Quase todas as plataformas e refinarias foram paralisadas na maior greve dos últimos anos. Houve atraso nas bases administrativas. Esta não é uma simples greve econômica animada pelas jornadas de junho e pela resistência dos professores. Não é apenas pela justa pauta de reivindicações da categoria. É uma greve política que se ergueu contra a decisão do governo de entregar o Campo de Libra ao capital estrangeiro associado à Petrobras.
O Governo Dilma, uma vez mais, optou pelo acordo com o imperialismo em detrimento dos interesses dos trabalhadores. Levou adiante o leilão do maior campo petrolífero do Pré-sal a qualquer custo. Mobilizou a guarda nacional para defender a realização do leilão. Reprimiu ferozmente jovens, trabalhadores e movimentos sociais, que estavam ali defendendo melhorias na qualidade de vida de toda a classe trabalhadora.
A direção da FUP: os bombeiros de Dilma
No início, em 7 de outubro, a empresa ofereceu 7,5% de reajuste. No dia do leilão apresentou uma segunda proposta de 8%. Um dia depois aumentou o reajuste para 8,56%, indicando uma debilidade que poderia ser dobrada pela força da greve. Diante desse quadro, depois de divulgar no dia anterior que a greve estava cada vez mais forte, a FUP, após a realização leilão, muda o discurso, afirma que houve avanços e sinaliza que iria aceitar o acordo. Começou aí o desmonte da greve e a divisão da categoria. Anunciou que a direção da Petrobras não punirá os grevistas. Será?
Na verdade, a direção governista da FUP (CUT) jogou o tempo todo para dividir a categoria. Após a realização do leilão do Campo de Libra, estava cada vez mais evidente que a continuidade da greve manteria acesa e viva a batalha contra a decisão do governo de entregar a maior bacia de petróleo ao capital estrangeiro. Era necessário apagar a chama grevista e colocar ponto final na greve para não provocar mais desgaste ao governo Dilma. As tropas reprimiram, a direção completou o serviço. Sob pressão da direção da FUP várias assembleias estão decidindo pela volta ao trabalho. Na verdade não há nenhuma garantia de que não haverá punições. O descontentamento é grande. Na base da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) as greves seguem, mas a esta altura a divisão contribuirá para o fim da greve.
No entanto, mais cedo ou mais tarde a luta explodirá novamente. A insatisfação acumula-se e o sentimento de que a luta poderia ir muito mais adiante não cessará de fustigar os bombeiros de Dilma. Milhares começam a perceber que esse governo representa a burguesia e não os trabalhadores. Nem as tropas do exército, nem as tropas da conciliação de classes e do tripartismo conseguem mais barrar esse despertar que está crescendo desde as jornadas de junho.