Um artigo publicado hoje pela manhã no jornal O Estado de São Paulo confirma mais uma vez que o Estado é o comitê que administra os negócios da burguesia. A matéria revelou que o governo Lula-Alckmin “deu espaços estratégicos para um grupo ligado a Jorge Paulo Lemann influenciar decisões administrativas e financeiras na área de educação. Criada há menos de um ano, a MegaEdu, ONG financiada pelo empresário, fechou acordo com o Ministério da Educação (MEC) para opinar sobre conexão de escolas públicas à internet e, ao mesmo tempo, foi colocada em um conselho do Ministério das Comunicações que define parte dos cerca de R$ 6,6 bilhões que serão destinados para a conectividade de estudantes.” (Estado de S. Paulo, 25/09/2023)
O jornal ainda afirma que quem levou a MegaEdu para o MEC foi Katia Schweickardt, membro do comitê de especialistas do Centro Lemann até a semana passada e que teve seu nome retirado da lista de integrantes do comitê após questionamentos da imprensa.
Não nos enganemos, o uso de uma ONG para a realização dos “acordos de cooperação técnica” serve apenas para esconder oficialmente as garras da iniciativa privada no saque de dinheiro público. O bilionário Jorge Paulo Lemann não é qualquer burguês, fundador da 3G Capital, ele é a pessoa mais rica do Brasil e, de acordo com a Forbes, dono de um fortuna de US$ 17 bilhões (ou 86,1 bilhões de reais). Recordemos também que em janeiro Lemann foi incluído na investigação das “inconsistências contábeis” que culminaram com o pedido de recuperação judicial das Americanas.
Como já explicamos, o governo Lula-Alckmin é um governo de união nacional com a burguesia e completamente submisso aos interesses centrais dos capitalistas e do imperialismo. Ao mesmo tempo em que trabalha cooptando as direções dos trabalhadores com a taxa negocial e o movimento estudantil atrelando os entidades estudantis ao Estado para impedir a livre organização da classe trabalhadora, o governo Lula-Alckmin avança o programa de privatização que o Paulo Guedes não concluiu.
Como publicado ontem (24) em nosso site, e indicamos essa leitura, o governo sentiu a pressão dos estudantes e professores e elaborou uma proposta de “reforma” do Novo Ensino Médio (NEM), que não mexeu no principal: a privatização do ensino, o que fica provado agora com a presença de Lemann dentro do próprio Ministério. Num dia o governo fala de parcerias preferencialmente públicas, no outro fecha acordo com os tubarões privados da educação , cômico se não fosse trágico.
É preciso que os trabalhadores tomem em suas mãos o rumo dessa questão, a educação pública, gratuita e para todos é uma conquista gigante da nossa classe e dos trabalhadores, urge que façamos essa discussão e organizemos a luta.
A explicação de Marx sobre o Estado ser “um comitê para gerir os negócios comuns de toda a classe burguesa”, no atual estágio de crise do capitalismo, fica mais evidente do que nunca. Por isso afirmamos que a única solução para todos os ataques aos serviços públicos e toda forma de exploração é a derrubada deste sistema e seu Estado.
Convidamos a para que organizem-se na Corrente Sindical Esquerda Marxista.
- Abaixo a Privatização do Ensino!