Em entrevista divulgada pela Folha de S. Paulo com o ministro da economia Paulo Guedes, ficou claro quem o governo quer proteger do Covid-19: as empresas. Por trás da demagogia de Bolsonaro e seus ministros, que repetem que são parte do “povo brasileiro”, o ministro foi ao Congresso conversar com Rodrigo Maia para encontrar soluções para quem realmente o governo serve.
Guedes quer “transformar a crise em reformas”, por exemplo, pedindo urgência na Câmara para a aprovação da PEC que acaba com o piso de investimento na Saúde e que na prática é um golpe fatal no Sistema Único de Saúde (SUS). Além disso, quer privatizar empresas lucrativas como a Eletrobras rapidamente “para fazer caixa” (para pagar a dívida pública) e está preparando linhas de crédito bilionárias para salvar as empresas afetadas pelo Covid-19, principalmente aquelas ligadas ao setor de turismo e de transporte.
Para proteger o “povo brasileiro” do coronavírus precisaríamos de propostas econômicas para garantir dinheiro para a pesquisa científica, para a criação leitos em hospitais, para evitar a aglomeração de pessoas nos transportes públicos, para aplicar soluções já existentes para o péssimo saneamento nas cidades. Mas Paulo Guedes só sabe os proteger os senhores, os capitalistas.
Se depender do governo Bolsonaro, ao povo resta a ampliação do processo de quarentena . É isso que podemos esperar de um governo dos patrões e de um ministro que é um serviçal destes. O problema é que a maior parte da classe trabalhadora não poderá se trancar em casa esperando não se contaminar ou trabalhar remotamente, ela precisará ir às empresas diariamente e enfrentar diversas aglomerações e ambientes fechados. Apenas um governo de trabalhadores poderia pensar nos trabalhadores.