A campanha “Em Defesa da Vida da Profª Mara” está entrando em uma nova fase a partir deste mês de julho. O motivo são os novos ataques que a docente Mara Cristina Gonçalves da Silva passou a sofrer no primeiro semestre deste ano, na escola em que trabalha, a ETEC de Franco da Rocha, na região metropolitana de São Paulo. Diante disso, chamamos todos aqueles que defendem a liberdade e a democracia a se solidarizar e apoiar essa iniciativa.
Em 6 de fevereiro deste ano, foi organizado um trote nessa escola, que tinha em sua programação uma investigação cujo tema foi “Quem assassinou a professora?”. Essa é a mesma unidade escolar que foi descoberto em 2019 um grupo de WhatsApp intitulado “Morte à Mara”. Nele, estudantes publicavam conteúdo neonazista e planejavam o assassinato da professora. Foi a denúncia desse caso que deu início a esta campanha.
O incidente do trote ocorreu pouco antes do assassinato da professora Elisabeth Tenreiro em 27 de março por um aluno em uma escola paulistana, e do início da onda de ameaças, atentados e mortes em escolas que assombrou o Brasil. Entretanto, a direção escolar não só autorizou o trote, como também não deu importância ao questionamento sobre o perigo de sua realização e não realizou nenhuma medida sobre o episódio. Lembramos que essa é a mesma gestão escolar que se recusou a transferir os estudantes agressores em 2019.
O argumento foi de que o atual corpo discente não teria conhecimento do caso de 2019. Entretanto, não só o caso foi de ampla repercussão na região e no país, como até hoje o caso ainda rende desenvolvimentos no âmbito judiciário. A situação de negligência com a segurança escolar foi repetida em maio, quando a direção da unidade dispensou o controle e o cadastro que tradicionalmente fazia dos visitantes da feira escolar.
Agora busca-se imputar inverdades à Mara sobre sua atividade docente, ataques esses típicos de defensores da Escola Sem Partido e da Lei da Mordaça. O Centro Paula Souza encaminhou o caso para ser apurado pela Procuradoria Geral do Estado e pode resultar na demissão da professora. Acusa-se Mara de perseguir e ameaçar alunos que não concordam politicamente com ela. Porém, trata-se do contrário. É Mara que tem sido perseguida por ser uma docente mulher que adota uma postura crítica em sala de aula, na escola e na sociedade.
Diante desses novos desenvolvimentos, convidamos sindicatos, entidades, estudantes, professores, parlamentares, personalidades e intelectuais a apoiar a campanha “Em Defesa da Vida da Profª Mara” e a contribuírem com qualquer valor para os custos com advogados e demais iniciativas da campanha. Também propomos a organização de audiências, assembleias, debates e reuniões sobre violência nas escolas e a importância da defesa das liberdades democráticas.
Entre em contato: campanha.vida.prof.mara@gmail.com