Repercussão do lançamento da edição brasileira em São Paulo
No dia 4 de outubro de 2017, mês do centenário da Grande Revolução Russa, uma plateia composta majoritariamente por jovens participou do lançamento do último e inédito livro de Leon Trotsky, a biografia “Stalin”, na PUC São Paulo.
O livro, que é inédito, faz uma análise de Josef Stalin, de sua história e personalidade, e como as características pessoais desse homem se relacionaram com o processo revolucionário russo e sua degeneração. “Stalin” expressa o pensamento mais maduro de Trotsky e é um marco para a literatura marxista. Essa também é a primeira vez na história em que “um gigante político escreve um livro sobre um anão intelectual”, como descreve Serge Goulart na nota da Editora Marxista contida no livro.
A obra chama a atenção dos jovens por diversos motivos. Para Jaqueline Takara, por exemplo, o importante é “o legado do livro. Que não é apenas um livro, uma peça de museu, muito pelo contrário, é um instrumento de aprendizado, como afirmou Alan Woods”. Já para o estudante secundarista João Lucas Brandão, o livro ajuda a desmistificar a imagem do socialismo, pois “a maioria das pessoas relaciona o marxismo ao stalinismo, por conta de toda propaganda feita pelo stalinismo e pela própria burguesia. Todos os crimes cometidos por ele [Stalin] são diretamente ligados ao marxismo por conta disso. Esse livro mostra que não é isso”.
Quando questionados sobre a importância do livro e da atividade de lançamento, os jovens demonstraram um enorme entusiasmo com a obra e com as perspectivas para a atualidade. O que ficou nítido é que o lançamento não era apenas uma atividade acadêmica para apresentar mais um livro que servirá de enfeite para estantes de “intelectuais”. O que aconteceu foi uma atividade política para inspirar os participantes e impulsionar a luta pela revolução.
“Eu acho que a atividade de hoje chamou muita a atenção, principalmente no final, da disposição de luta, de combate de toda a plateia. Dava para sentir a empolgação das pessoas, tanto nos aplausos, como no momento que cantamos A Internacional. Com a fala do Alan, deu para ter uma compreensão melhor da importância desse livro e também das perspectivas para seguir no combate pela Revolução Socialista”, disse Thomas Yamamoto. Outro jovem estudante da PUC-SP, Stelio Pessanha Jr., achou marcante o momento em que Alan falou que, naquele espaço, não via “só universitários”, mas “parte de um exército de revolucionários”.
Leon Trotsky foi um autêntico revolucionário marxista. Foi um propagandista e um agitador, um teórico e militante prático. Conseguiu aglutinar milhões em torno das ideias marxistas, criou e dirigiu o maior exército revolucionário da história, o Exército Vermelho, e fez enormes sacrifícios pessoais pela causa do socialismo. Trotsky também foi um militante que se preocupou com a juventude. Ele entendeu que as novas gerações, livres do peso dos erros do passado, poderiam trazer os velhos quadros operários cansados novamente para a luta e que esses mesmos jovens, que carregam consigo a chama da revolução, é que podem se formar como futuros dirigentes dos trabalhadores.
Hoje no centenário da Revolução Russa de 1917, os jovens brasileiros podem conhecer um dos seus trabalhos mais importantes e usar essa obra como um instrumento de combate. Trotsky foi morto a mando de Stalin, mas suas ideias permanecem vivas e atravessam gerações. Que seu exemplo de vida sirva de inspiração para todos aqueles que querem lutar pela Revolução Socialista.