Fotos: Andréa Rêgo Barros/PCR

Lockdown já e todo o dinheiro necessário para a saúde

Joinville, em Santa Catarina, já perdeu 90 vidas para o coronavírus desde o início da pandemia e segue sendo a cidade com maior número de mortes no estado. Oficialmente, temos mais de 2,3 mil casos ativos, mas sabemos que esses números são sensivelmente maiores, já que não estão sendo realizados testes nem em todos que procuram a rede pública com sintomas. 

O próprio secretário de Saúde de Joinville, Jean Rodrigues da Silva, declarou na Câmara de Vereadores, no final de abril, que o município tem 10 vezes mais pessoas infectadas do que o número oficial de confirmados. De acordo com ele, o governo estadual trabalha com a multiplicação por 13. 

Os servidores municipais estão adoecendo e a capacidade hospitalar chegando ao fim. Enquanto isso, o governo estadual faz um estardalhaço com um decreto que fecha o transporte coletivo e proíbe permanência em espaços públicos, além de adiar o retorno das aulas para 8 de setembro. Essas medidas estão atrasadas e são totalmente insuficientes.

O prefeito Udo Döhler (MDB), por sua vez, declarou “desapontamento e perplexidade com decreto de Moisés”, porque queria mais autonomia para não fazer absolutamente nada, deixando que as vidas dos trabalhadores sejam ceifadas desde que as máquinas não parem. Prova disso é que, com a capacidade hospitalar da cidade chegando ao limite, sua maior preocupação é com os magnatas do transporte coletivo, para quem deve anunciar subsídio nos próximos dias.

Já as entidades de defesa da classe trabalhadora, as direções do movimento, vão cada vez mais à direita, calam-se cada vez mais, fazem cada vez mais acordos com a burguesia. Estão cada vez mais preocupadas apenas com as eleições.

Enquanto isso, o povo trabalhador de Joinville, do Brasil e do mundo segue sendo mandado diariamente para o abate. A maioria da população não tem direito a ficar em casa e se proteger, sofre as consequências da destruição do sistema público de saúde e da crise financeira do capitalismo, que se agrava na pandemia.

A classe trabalhadora e a juventude devem exigir lockdown já e todo o dinheiro necessário para a saúde, além de empregos e salários garantidos, assim como assistência real aos pequenos comerciantes e trabalhadores informais. Dinheiro para isso há, nas terceirizações da Prefeitura, na dívida pública dos estados e União, que escoam quase metade do Orçamento geral aos banqueiros.

É preciso exigir fora Udo, Moisés e Bolsonaro. Por um governo dos trabalhadores sem patrões nem generais. É para ajudar os trabalhadores e a juventude na sua organização por uma nova sociedade que neste ano sou pré-candidato a prefeito de Joinville.