Mais um acordo militar entre os EUA e a Coréia do Sul: o imperialismo avança no Oriente

Por trás das propagandas norte-americana e norte-coreana, cabe analisar o aumento do aparato militar na Coréia do Sul.

Recentemente, representantes dos governos de Seul e Washington anunciaram mais uma iniciativa de cooperação militar entre sul-coreanos e americanos. O sistema antimísseis terra-ar conhecido como Terminal High Altitude Area Defense System (THAAD), considerado um dos mais eficientes do mundo, será instalado no país asiático em coordenação com o Pentágono.

O argumento dos porta-vozes de ambas as partes é o mesmo: é necessário proteger a Coréia do Sul e a “estabilidade regional” diante do poderio nuclear e balístico de seu vizinho “agressivo” do norte. A instalação deste eficiente equipamento já está confirmada, mas a localização e quem será responsável pelo seu uso são dados que permanecem em sigilo.

A primeira vista, um leitor mais desavisado poderia levar esse argumento a sério. Afinal, a Coréia do Norte é um regime totalitário e envolto em segredos, ainda mais depois que o terceiro membro do clã Kim assumiu o poder. De apenas 33 anos, Kim Jong-un é ainda mais dado a assustar o mundo com declarações espalhafatosas do que o pai e o avô que o antecederam. Não faltam ameaças de destruir Seul com armas atômicas ou iniciar uma guerra com os EUA caso mais sanções sejam aprovadas contra seu país na ONU.

Contudo, basta uma breve análise dos fatos para entender o verdadeiro cenário na região. Kim Jong-un e a camarilha de burocratas que o cerca oprimem unicamente o povo norte-coreano. As armas nucleares e os mísseis, apesar da retórica belicista, nunca fora utilizados para nenhum outro fim que não o de propaganda. E a paranoia não é totalmente infundada. Lembremos que os EUA mantém até hoje uma poderosa força militar na fronteira entre as duas Coreias, além de equipar os militares sul-coreanos com tudo o que há de mais moderno em seu arsenal, inclusive com o super moderno THAAD.

Para melhor entender a real correlação de forças e o interesse de ambos os lados, nada melhor do que verificar a história moderna da região. Só na segunda metade do século XX, os EUA foram os protagonistas de dois banhos de sangue no Extremo Oriente: a Guerra da Coreia (1950-1953) e a Guerra do Vietnã (1965-1973). Em ambos, os sul-coreanos lutaram lado a lado com os militares ianques, auxiliando-os na defesa dos interesses imperialistas de Wall Street. Quem é realmente é “agressivo”?

No momento atual de crise econômica internacional, o imperialismo flexiona seus músculos para apertar as correntes de suas vítimas. O Extremo Oriente é uma das regiões mais importantes para seus investimentos, por isso a necessidade de reforçar sua presença militar não apenas contra os norte-coreanos, mas também contra chineses, russos e quaisquer outros que estejam na lista negra dos valentões de Washington, esses sim uma verdadeira ameaça a toda humanidade.