Manifestantes em Campo Grande combatem aprovação da Lei da Mordaça

 

Na última quinta-feira (31/03), foi aprovada, na Câmara dos Vereadores de Campo Grande, o Projeto da Lei da Mordaça (PL 8.242), elaborada por Paulo Siufi (PMDB), a qual objetiva proibir professor das escolas públicas e particulares de, em sala de aula, tratar com os alunos de assuntos relacionados à política, gênero, economia e cultura.

Na última quinta-feira (31/03), foi aprovada, na Câmara dos Vereadores de Campo Grande, o Projeto da Lei da Mordaça (PL 8.242), elaborada por Paulo Siufi (PMDB), a qual objetiva proibir professor das escolas públicas e particulares de, em sala de aula, tratar com os alunos de assuntos relacionados à política, gênero, economia e cultura. Ou seja, os inquisidores querem ferir a própria Constituição, que garante liberdade de livre manifestação. Isso é um ataque não só às liberdades democráticas, como também à classe trabalhadora, que ficará impedida de ter e fornecer uma educação que possibilite o pensamento crítico. Os professores ainda ficariam sujeitos à punição legal.

É ultrajante! O argumento usado por esses reacionários é de que há, na educação brasileira, um tipo de doutrinação de esquerda nas salas de aula. Por trás disso tudo, está a ONG “Escola Sem Partido”, fundada pelo advogado Miguel Nagib e apoiada pelos tipos mais atrasados da política, como o deputado federal Rogério Marinho (PSDB – RN) e o estadual Flavio Bolsonaro (PP – RJ). Eles alegam que jovens e adultos estão sofrendo “assédio ideológico” por parte de professores de esquerda. 

Marx já dizia que o pensamento dominante é o pensamento da classe dominante. Se esses jovens estão sofrendo assédio ideológico, estão sofrendo nas mãos dos que se dizem donos da moral e dos bons costumes, que pregam e defendem a lógica do capital. A escola é um espaço de direito, e deveria ser para todos um lugar de socialização pública e gratuita de todo conhecimento acumulado pela humanidade, do ponto de vista científico. O que esses senhores subservientes ao capital querem é que os alunos não questionem o sistema decrépito em que vivemos e que mata pobres todos os dias. 

Precisamos nos posicionar firmemente contra essa lei absurda que pode ser comparada à grande queima de livros no regime nazista. Um ato contra a Lei da Mordaça foi convocado para domingo (03/04) na capital sul-mato-grossense. Nós, da Liberdade e Luta, apresentamos as bandeiras da juventude trabalhadora na manifestação, chamada por professores e alunos indignados. Diversas organizações marcaram presença como a ACP (Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Publica), a UJC, o RUA, a JPT, o PSTU e várias organizações educacionais e profissionais independentes, além de secundaristas em apoio aos seus professores.

Nesse ato, que reuniu cerca de 200 pessoas, deliberou-se a organização de uma manifestação ainda maior com a participação de professores e estudantes para a próxima terça-feira, às 9 horas da manhã, na Câmara dos Vereadores de Campo Grande, além de uma reunião para o dia seguinte, que pretende lançar uma nota assinada pelas diversas organizações presentes, e qualquer pessoa interessada, para então levar adiante uma campanha para o veto do prefeito sobre a lei.

Ainda na segunda-feira, haverá uma palestra do organizador da ONG “Escola Sem Partido”, Miguel Nagib, na OAB-MS, às 19 horas. Mais um ato foi organizado na frente da OAB para questionar o porquê da entidade ceder espaço para uma discussão que fere a própria Constituição. 

Não nos calaremos diante das tentativas de censura tão comuns nas épocas sombrias da ditadura militar. Todo apoio à luta dos professores!

ABAIXO A “LEI DA MORDAÇA”!

EM DEFESA DAS LIBERDADES DEMOCRÁTICAS!

EM DEFESA DE UMA EDUCAÇÃO PÚBLICA, GRATUITA E PARA TODOS!