Movimento Negro Socialista debate a história do Partido dos Panteras Negras

Participe da próxima atividade sobre os Panteras Negras. Inscreva-se aqui!

Na última quinta-feira os militantes do Movimento Negro Socialista (MNS) fizeram uma atividade discutindo a formação, o auge, a decadência e a dissolução de um dos grandes movimentos de luta dos trabalhadores negros nos Estados Unidos, o Partido dos Panteras Negras.

Esse debate é preparatório à atividade pública que acontecerá dia 09/10/2021, às 15h, com o mesmo tema, de modo online.

Na reunião pôde-se entender o momento político e histórico que motivaram grandes insurgências e revoltas no mundo todo, em especial nos Estados Unidos, dando o substrato para a formação do partido dos Panteras.

Foram épocas de grandes turbulências, de polarização das lutas da classe trabalhadora norte-americana e do mundo. Lutas pelos direitos civis nos EUA; Maio de 68 na França; no México a luta dos estudantes e trabalhadores por mudanças políticas; na China a revolução cultural; no Brasil a luta dos trabalhadores em grandes greves antes do golpe de 1964 e, após, a resistência durante a ditadura, com grandes lutas e enfrentamento ao regime.

O mundo vinha de um pós-guerra com um grande salto da economia, à custa de grande exploração da classe trabalhadora pela burguesia, e, em seguida, por uma queda vertiginosa, com a perda dos postos de trabalho.

A revolta pelo assassinato de Malcon X e, depois, de Mather King tornaram os ânimos mais violentos. Os protestos se intensificaram contra a guerra imperialista do Vietnã, da qual 1/3 dos soldados mandados para combate era composto por negros, que atuaram como bucha de canhão em vários ataques.

Como observou Lenin, no imperialismo, etapa superior do capitalismo, se aprofundam as revoluções.

A luta dos negros contra o racismo e por direitos foi uma ponta de lança para toda a luta de classes no mundo. Essa luta assumiu diversas formas, com ocupações de universidades, manifestações, confrontos violentos com a polícia, e, por outro lado, ajudas solidárias, programas e ações sociais. Essa luta unificou os trabalhadores com reivindicações imediatas, como pleno emprego para todos.

O mundo fervilhava em insurreições, de 60 a 70, a juventude protagonizava várias lutas massivas, em países como França, Tchecoslováquia, Paquistão, México e em outros países da América Latina.

O stalinismo e o maoísmo confundiram e desorientaram politicamente a juventude. Ideias como integracionismo negro, separação racial, panafricanismo, identitarismo, nacionalismo negro, entre outras, foram disseminadas no meio do movimento e partido.

As lideranças da classe falharam ao negar a luta pela derrubada do sistema capitalista. Um partido sem um programa revolucionário, sem as ideias e métodos do marxismo, não pode ajudar os trabalhadores e jovens na sua emancipação. Assim, o capitalismo se recompôs e continuou sua dominação e exploração da classe trabalhadora, sobretudo dos negros, imprimindo uma violência que assassinou, corrompeu e cooptou as lideranças negras do movimento.

A história do partido dos Panteras Negras se insere neste contexto de uma ascensão meteórica, mas também de um rápido declínio.

Os militantes saíram da formação realizada pelo MNS na quinta-feira com mais ânimo para a luta e com a certeza de que a luta antirracista deve ser também anticapitalista. Como dizia Fred Hampton, líder dos Panteras Negras:

“Não se luta contra o racismo com racismo, não se luta contra o racismo com capitalismo negro, se luta contra o capitalismo com o socialismo”.

Participe com a gente da próxima atividade do MNS, no dia 09/10! Inscreva-se aqui!