Mesmo com viagens longas, alguns viajando desde o Amazonas, Distrito Federal ou Rio Grande do Sul e Paraná, o cansaço não tirou o ânimo de estar reunido, pela primeira vez ou novamente, com todos os camaradas no primeiro acampamento que realizamos após a pandemia.
Na abertura, exibimos saudações em vídeo dos camaradas da Alemanha e da camarada Fiona Lali do Partido Comunista Revolucionário da Inglaterra (assista aqui).
Para iniciar, e dar boas-vindas aos camaradas da Juventude Comunista Internacionalista, que vieram de todas as cinco regiões do país e de 11 estados brasileiros, nada mais justo que reforçar nosso caráter internacionalista, e a unidade de todos aqueles que combatem aqui no Brasil e internacionalmente pela construção de uma saída comunista para a crise capitalista.
A mesa de abertura foi composta pelas camaradas Flávia Koch, em nome da JCI; Laura Brown, da seção norte-americana (Revolutionary Communists of America); a camarada Noemi Giardiello, da seção italiana (Sinistra Classe Rivoluzione). Assim como pelos camaradas Tom Crozier, da seção Britânica (Revolutionary Communist Party); Rafael Zavala da seção Mexicana (Organización Comunista Revolucionaria); Stefan Salegio da seção canadense (Revolutionary Communist Party) e o companheiro Lucas Machado, em nome do Comitê Central do PCBR.
Nas saudações dos nossos convidados internacionais, os camaradas trouxeram as experiências de combate em que a juventude tem sido ponta de lança. Em todo o mundo, as alas jovens de nossas fileiras têm se colocado lado a lado com a classe operária, afirmando a necessidade de construção de uma saída revolucionária e comunista para as mazelas do cotidiano, particularmente em relação ao massacre que se desenvolve na Faixa de Gaza e no Oriente Médio.
Em cada uma das lutas da juventude e dos trabalhadores uma conclusão é destacada, a necessidade de nos organizarmos, de construirmos um partido mundial da classe trabalhadora capaz de pôr fim ao sistema capitalista e abrir caminho para uma sociedade onde a economia seja democraticamente controlada pelos trabalhadores e que nossas necessidades sejam atendidas em harmonia com a natureza.
Nisso está a centralidade de nosso combate em todo o mundo: a construção de um partido comunista revolucionário a nível internacional. Como por exemplo nos Estados Unidos, em que nossos camaradas do Revolutionary Communists of America, tem encabeçado a campanha contra o sistema bipartidarista vigente. Mostrando que tanto democratas como republicanos são duas faces da mesma classe, e que em nada podem representar os anseios da classe trabalhadora por uma vida melhor. Atuando nas lutas cotidianas, os camaradas têm conseguido estabelecer contatos em todo o país mostrando a necessidade de transformar essas lutas em batalhas transitórias em direção a uma mudança de sociedade.
Assim como a experiência de nossa seção britânica com a formação do Revolutionary Communist Party e a campanha eleitoral da camarada Fiona Lali, que reuniu milhares de jovens e trabalhadores em torno de um programa radical, declaradamente comunista e firme na solidariedade internacionalista contra as guerras burguesas e o genocídio dos trabalhadores palestinos.
Os camaradas britânicos, colocaram na pauta de discussão das eleições burguesas na Inglaterra a questão da luta por uma sociedade comunista, através de um programa de reivindicações transitórias. Combatendo as deturpações e mentiras da mídia, apontando sem meias palavras os limites da ideologia burguesa. A camarada Fiona Lali, e os camaradas britânicos, mostraram o caminho a ser trilhado: avançar com radicalismo e ousadia.
Assim também o fizeram os camaradas italianos que frente ao podre governo de Georgia Meloni, continuam firmes na luta contra as guerras burguesas e a deterioração das condições de vida dos trabalhadores italianos. Mostrando que não há saída através dessas figuras demagógicas da extrema direita, e que a saída se encontra na luta pelas reivindicações da juventude e dos trabalhadores associada à luta pelo comunismo. Assim, os camaradas caminham para a fundação do Partito Comunista Rivoluzionario em novembro de 2024 em Roma e que será transmitida online.
É neste mesmo tom que foram compartilhadas as experiências dos camaradas mexicanos, canadenses e das inúmeras outras saudações enviadas por toda a nossa internacional para a abertura do acampamento.
Contamos ainda com a saudação do nosso convidado nacional, Lucas Machado, do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário, o PCBR. O companheiro saudou nosso acampamento e o convite recebido, apontando a importância da unidade de ação entre os grupos que reivindicam a classe trabalhadora e a perspectiva comunista, da qual consideram a Organização Comunista Internacionalista aliada. Destacou nossas diferenças táticas, programáticas e teóricas e a necessidade de avançar o debate teórico-político de maneira fraterna entre as organizações aliadas, que consideramos justo e necessário.
Após a saudação do companheiro, continuamos a abertura com a fala da camarada Flávia Koch, sintetizando nossas experiências recentes e perspectivas. Frente às mazelas capitalistas que se aprofundam, as experiências do mundo inteiro nos mostram, um rechaço ao sistema capitalista e um desejo por um novo mundo, particularmente na juventude. Estamos num contexto de guerras e revoluções, onde revolução e contrarrevolução se enfrentam. Cabe a nós, os comunistas internacionalistas, forjar as forças revolucionárias para esse combate se desenvolver no sentido de uma mudança radical. Isso deve ser feito junto a construção de organizações de quadros marxistas, com influência de massas, retomando o legado de Lênin e das tradições dos primeiros quatro congressos da Internacional Comunista. Nessa perspectiva a juventude terá um papel vital.
Em sua contribuição, Flávia sintetizou a necessidade da construção da Internacional Comunista Revolucionária como parte do combate pela reconstrução das forças do comunismo em todo o mundo. Essa é a tarefa que a Juventude Comunista Internacionalista se coloca e nosso acampamento foi mais um passo nesse sentido, formando teórica e politicamente, renovando o ânimo das forças do comunismo para cumprir a tarefa que nós herdamos: nada a perder, um mundo a ganhar! Junte-se a nós!