Foto: Gerd Altmann, Pixabay

Não ao retorno às escolas até o fim da pandemia!

Os governos de todas as esferas – federal, estadual e municipal – se mostram incapazes de combater a pandemia do novo coronavírus: não fizeram o isolamento absoluto como recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), não fizeram testagem em massa da população, o mísero auxílio emergencial não foi capaz de manter as pessoas em isolamento, porque milhares ainda não receberam e o valor  é insuficiente para sobreviver. Agora Bruno Covas e João Doria, ambos do PSDB – que diziam tratar a pandemia com métodos científicos –, se aliam a Bolsonaro para flexibilizar o pouco do isolamento que resta e ainda quer impor a volta às aulas presenciais no estado de São Paulo. 

Na realidade os três governantes administram os interesses de uma classe social, a dos capitalistas. Na tentativa de salvar a economia, insistem em uma normalidade que não existe. Não podemos admitir uma normalidade com base em milhares de vidas perdidas (hoje chegamos a mais de 76 mil mortes no Brasil), uma vez que nem ao menos a curva de disseminação da doença diminuiu. Agem com irresponsabilidade criminosa tendo como base para a reabertura só os leitos de hospitais. Sabemos que há uma enorme subnotificação da doença e os números de leitos são insuficientes.

A crise econômica mundial intensificou-se desde 2008 e acentuou-se com a pandemia do novo coronavírus. Os governos capitalistas ao longo desses anos desmantelaram os serviços públicos retirando verbas, acabando com leitos de hospitais e equipamentos públicos de saúde, congelando os gastos em saúde, aprovando medidas como a EC 95.

Há entre os governos uma clara política de austeridade para a população, enquanto trilhões são dados aos bancos e benesses aos empresários, como a lei aprovada de redução de salários e jornada e suspensão de contrato de trabalho, que colocou milhões de pessoas no desemprego aprofundando as desigualdades sociais já existentes.

Sabemos que a maioria dos trabalhadores não puderam fazer um isolamento adequado porque foram obrigados a ir para o trabalho em ônibus e metrôs lotados, se expondo ao vírus, para manter serviços que não eram essenciais e que continuaram a abrir, contrariando todas as recomendações dos órgãos de saúde. Essa política levou a centenas de mortes do povo pobre e negro das periferias. E é justo na periferia que estão os batalhões da classe trabalhadora e nossos estuantes. Onde os serviços públicos de saúde são precários, onde há uma enorme insegurança alimentar, e por isso essa população é mais prejudicada pela pandemia. 

Agora, Covas e Doria querem que as aulas voltem. Temos que repudiar e resistir contra a abertura das escolas, pelas nossas vidas, de nossos estudantes e seus familiares. Na pandemia os estudantes e suas famílias ficaram por sua própria sorte, o ensino remoto só acentuou as desigualdades de ensino, os alunos não tiveram materiais eletrônicos e nem internet para acompanhar as aulas, tiveram só a ajuda e solidariedade dos professores e comunidade escolar nas campanhas de doação de mantimentos, roupas e até de celulares e internet.

Não há justificativa para a volta às aulas presenciais neste momento, pois sabemos que o ambiente físico das escolas não permite o distanciamento, as salas de aula não são arejadas e o comportamento social de jovens e crianças não respeita esse limite. Apesar das crianças e adolescentes desenvolverem menos a doença, elas são vetores de transmissão, o que pode aumentar o número de mortes da população. A infraestrutura das escolas para o retorno não se resume a compra de álcool em gel e sabonetes.

Por isso somos contra o retorno! Os governos Covas e Doria têm que decretar o isolamento total, têm que implementar uma renda básica para as famílias poderem ficar em casa, garantir os empregos e renda. Se a preocupação do governo é com o pedagógico ele deve dar os meios para os estudantes estudarem em casa, como insumos eletrônicos e internet gratuita. Além disso, deve reabrir os hospitais públicos e Unidades de Pronto Atendimento (Upas) fechados, fazer testes em massa para acompanhar os novos casos e fazer sua vigilância.

Dinheiro para investir nessas ações os governos têm, porém existe um desvio do dinheiro público para pagamentos de juros da dívida interna e externa em detrimento das demandas sociais urgentes da população.

Temos que pressionar o sindicato da categoria o SINPEEM no município e a APEOESP no estado, a CNTE, a CUT e outras organizações para mobilizar os professores para não aceitarem essa imposição e preparar a greve dos trabalhadores se os governos insistirem.

A nossa volta à normalidade só pode acontecer seguindo as medidas aprovada cientificamente da área da saúde, nos cuidados previstos, isolamento domiciliar, testes em massa e vacina, e sobretudo garantindo a sobrevivência dos trabalhadores em geral. Uma volta segura só se faz sem pandemia!

  • Pelas nossas vidas, dos nossos alunos e seus familiares!
  • Em defesa da educação pública, gratuita e para todos!
  • Não a reabertura das escolas!
  • Pelo direito ao isolamento absoluto!
  • Abertura de hospitais públicos e upas fechados!
  • Em defesa da saúde pública, gratuita e para todos!
  • Testes em massa para a população!
  • Renda e emprego para os trabalhadores!
  • Insumos eletrônicos e internet gratuita para os alunos!
  • Reuniões sindicais virtuais!
  • CNTE, CUT, APEOESP, SINPEEM e demais entidades mobilizem os trabalhadores!
  • Preparar a greve da categoria!
  • Fora Covas, Doria e Bolsonaro! Por um governo dos trabalhadores sem patrões nem generais!

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