Foto: Rovena Rosa, Agência Brasil

Não há protocolo seguro: queremos lockdown e vacina para todos

Os profissionais da educação municipal de São Paulo decretaram greve desde o dia 10 de fevereiro contra a imposição do governo Bruno Covas (PSDB) de retorno presencial no planejamento dos professores e das aulas presencias com os estudantes a partir do dia 15. Não há protocolo seguro sem vacina, apontam todos os especialistas sérios e publicações científicas. Portanto, as escolas não estão em condições sanitárias e estruturais para este atendimento como Covas e Doria (PSDB) alegam.

As unidades escolares passaram 10 meses em quarentena no ano de 2020 e a prefeitura da capital, muito diferente do que vem apresentando nas reportagens de televisão, pouco fez para reestruturar, reformar e readequar as condições das escolas para um retorno seguro e com aulas presenciais. Inúmeros relatos e denúncias atestam isso. Além disso, mesmo que houvesse feito o dever de casa em termos de estrutura, a questão é que há uma pandemia agressiva se alastrando no Brasil. Todos os dias mais de 1.300 mortes são registradas e o país já passa de 243 mil mortos.

Não bastasse isso, depois de um ano em isolamento e sem escola, iniciamos janeiro de 2021 com vários atrasos aos auxílios dos estudantes e familiares como: material escolar, uniformes, atraso na entrega de 465 mil tablets com chips para internet para realização de as aulas remotas e o cartão merenda bloqueado. Nós professores, estamos aguardando a instalação em cada sala de aula de kit multimídia para as aulas online, que permanecem dentro de suas caixas. Das 4 mil escolas municipais, 530 retornarão presencial somente em 22/02 porque os contratos das funcionárias terceirizadas da limpeza não foram renovados e mais 50 escolas retornarão em 1º/03 pois, estão em reforma. Na verdade, não há escola que possa retornar neste momento.

Mas será que Covas e o secretário de Educação Fernando Padula estão realmente interessados com a segurança sanitária e com a vida dos trabalhadores em educação, dos estudantes e de suas famílias? Como retornar presencial nessas condições? Tudo o que vemos nas escolas e sabemos dos especialistas sanitários nos faz concluir que a posição de greve em defesa das vidas trabalhadoras está corretíssima.

Os profissionais da educação em greve têm disposição de luta. Responderam positivamente ao movimento, representando 65% de grevistas contra todo este desmonte da educação pública e descaso pela vida dos trabalhadores e de seus filhos. Em meio a uma pandemia com 25 novas variantes da Covid-19 em SP, sem controle e sem vacina para todos não seremos coniventes com as ações dos governos. Esse é nosso grito de indignação contra todos os ataques e principalmente, em defesa das nossas vidas, da vida dos nossos estudantes e familiares. O Brasil já ultrapassou mais de 243 mil mortes e temos mais de 1.300 mortes diárias. Em São Paulo são mais de 57 mil mortes e 280 mortes diárias. Não podemos aceitar isso como normal. O que é apresentado na televisão não condiz com a realidade, e não podemos esquecer das subnotificações.

Nós, do Coletivo Educadores Pelo Socialismo, estamos em greve junto com os trabalhadores da rede municipal da capital e estadual de São Paulo. Explicamos em todas as escolas em que vamos a falsidade da ideia de um protocolo seguro. Apenas um lockdown total, acompanhado de um programa de emergência para salvar os trabalhadores, pode ser uma resposta adequada diante da situação. Esse programa precisa incluir a vacinação total da população como requisito para o retorno às aulas presenciais, assim como para o retorno da normalidade na sociedade como um todo.

Junte-se a nós nesta luta: aula presencial só com vacina! Vacinação para todos já!