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No segundo turno em Petrópolis, lançamos apoio crítico a Yuri do PSOL

Em Petrópolis, houve um primeiro turno com cinco candidatos. Foram eles: Hingo Hammes (PP – com apoio do governo estadual, do ex-prefeito Bernardo Rossi e da família Bolsonaro), Yuri Moura (PSOL-Rede, com apoio de setores da esquerda radical, movimentos sindicais e de alguns políticos de direita, como o ex-prefeito Leandro Sampaio), Rubens Bomtempo (PSB – atual prefeito e com apoio de PT e PCdoB), Eduardo do Blog (Republicanos) e Doutor Santoro (Novo). Durante a campanha do primeiro turno, a disputa principal era sobre quem iria para o segundo turno. Essa disputa ficou principalmente entre o Yuri e o atual prefeito Rubens Bomtempo, pois o candidato Hingo Hammes já se apresentava em primeiro lugar nas pesquisas.

Mesmo com a máquina da Prefeitura na mão, pela primeira vez, o atual prefeito ficou de fora das duas primeiras posições. Com uma rejeição de 56% da população petropolitana, ele perdeu a hegemonia dentro do campo de “esquerda” que mantinha por demagogicamente ser um suposto nome progressista (o que nunca foi de fato). Contribuiu para isso, uma imagem desgastada de um prefeito com quatro mandatos tentando emplacar o quinto; problemas no transporte público, como ônibus quebrando; falta de pagamento de servidores da educação e o mau planejamento durante a tragédia das chuvas de 2022. Aliás, até hoje pessoas se encontram sem um local de moradia após perderem suas cassas nos deslizamentos.

Agora, pela quinta vez consecutiva, Petrópolis passará por um segundo turno, no dia 27 de outubro. Pode-se dizer que é um cenário semelhante às últimas eleições presidenciais, mas com algumas diferenças. Estão em embate:

  • De um lado, o ex-prefeito interino Hingo Hammes. Ele tem o apoio da máquina do governo estadual do reacionário Cláudio Castro, e seu candidato a vice-prefeito é o ex-vice Baninho, que esteve no governo de Bernardo Rossi. Este último, de tão rejeitado na cidade, dessa vez resolveu não se candidatar. Além disso, conta com o apoio também de Flávio Bolsonaro e de outros políticos nefastos e reacionários da cidade.
  • Do outro lado, temos o candidato do PSOL, o deputado estadual Yuri Moura, que possui um histórico de militância na cidade. Destaca-se na militância em relação ao transporte público, com a defesa da tarifa zero. Além disso, tem o apoio do Sindicato dos Rodoviários, de quem é um histórico aliado. Apesar de estar no setor mais à esquerda, é importante compreender que Yuri faz parte do grupo da majoritária do PSOL, o mesmo que vem transformando o PSOL em um partido cada vez mais cooptado por uma visão reformista, e adaptado à ordem político burguesa.

Importante ressaltar que Yuri erra ao apresentar suas propostas de tarifa zero, no sentido em que não fala em municipalização das empresas de transporte público. Ele também critica a concessionária CONCER – que administra a BR 040 e comete inúmeras irregularidades ambientais, além de ameaçar de expulsão os moradores que por ali moram – sem propor uma política que busque a estatização da rodovia. Ele apenas fala em trocar uma empresa por outra.

Outro fator importante, que já havia sido defendido por Yuri anos atrás, é a remunicipalização da companhia de saneamento básico da cidade. Agora, esse tema sequer aparece em seu plano de governo. A Águas do Imperador pertence ao grupo Águas do Brasil e possui casos de cobranças abusivas.

No entanto, apesar dessas contradições que rondam a candidatura do Yuri Moura, é fato que ele é apoiado pelos setores mais avançados da juventude e da classe trabalhadora petropolitana. Além disso, do outro lado temos o candidato da burguesia que recebe apoio das camadas mais reacionárias da burguesia petropolitana, fluminense e brasileira.

Por esses motivos, declaramos apoio à candidatura de Yuri Moura para prefeitura de Petrópolis, considerando a necessidade da frente única dos trabalhadores para derrotar o projeto mais reacionário da burguesia representado pela figura de Hingo Hammes e de seus aliados.

Entendemos que o processo eleitoral em si não muda de fato a vida da classe trabalhadora e que apenas a organização dos trabalhadores e da juventude petropolitana em um partido revolucionário pode transformar a sociedade não só em Petrópolis, mas no Brasil e no mundo.