NOTA DE APOIO À GREVE DAS UNIVERSIDADES ESTADUAIS PAULISTAS!

Nós, do comitê de luta IA-UNESP, apoiamos total e irrestritamente a greve dos estudantes, servidores técnico-administrativos e docentes das Universidades Estaduais Paulistas.

Nós, do comitê de luta IA-UNESP, apoiamos total e irrestritamente a greve dos estudantes, servidores técnico-administrativos e docentes das Universidades Estaduais Paulistas.

Repudiamos qualquer tentativa de privatização e sucateamento das universidades públicas, como cobrança de mensalidades, ausência de políticas de permanência estudantil, arrocho salarial e parcerias público-privadas. Entendemos que a solução para o problema da educação não é o financiamento estudantil, como deseja o Governo Estadual, mesmo porque nós já o fazemos por impostos, mas sim que o acesso à Universidade seja Público, Gratuito e para Todos!

Já pagamos pelos serviços públicos com nossos impostos, mas esses são literalmente saqueados pelos banqueiros e pelo capital internacional por meio a dívida pública. Dívida esta que já pagamos várias vezes.

Convocamos os outros comitês da Campanha Público, Gratuito e para Todos do Brasil, assim como os movimentos sociais a manifestar solidariedade e apoio à greve das Universidades Estaduais Paulistas.

Para nós está mais do que claro que essa é parte de uma luta mais ampla. Mesmo com conquistas nessa greve, essas sempre estarão ameaçadas pelo sistema político e econômico vigente. Entendemos que essa luta só será definitivamente vencida com o fim do Capitalismo!

TODO APOIO À GREVE DAS UNIVERSIDADES ESTADUAIS PAULISTAS!

EDUCAÇÃO PÚBLICA, GRATUITA E PARA TODXS!

FIM DO VESTIBULAR E DO ENEM: VAGAS PARA TODOS NAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS!

ABAIXO A REPRESSÃO!

PELO FIM DO PAGAMENTO DA DÍVIDA PÚBLICA!

ABAIXO O CAPITALISMO!

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Leia Nota do Comando de Greve do Instituto de Artes da Unesp e Comitê de Lutas IA-Unesp.

 

Universidades públicas no contexto do capitalismo global

 

Apesar da aparente distância entre a privatização de serviços públicos e a precarização das universidades estaduais paulistas, há uma relação intrínseca entre esses dois tópicos, pois no contexto do capitalismo global existe uma incessante busca pelo lucro, o que garante a manutenção desse sistema. Sendo assim, os interesses nos investimentos gestados pelos/pelas governadores/governadoras – e no caso do estado de São Paulo isso se torna cada vez mais visível– nem sempre dialogam com os reais interesses da sociedade. Historicamente, o governo PSDB se mostra favorável à privatização de diversos setores e claro, a universidade é um deles.

            A aliança entre iniciativas privadas e universidades públicas traz, falsamente, vantagens para a universidade, pois se acredita que com tais parcerias, pode-se “salvar” as universidades da “crise econômica”, fazendo com que elas se mantenham e deixem de “pesar” no orçamento do Estado. Ao passo que essa aliança se fortalece, mais a universidade perde autonomia em suas pesquisas, que passam a ser direcionadas aos interesses dessas iniciativas privadas, deixando de atender às demandas da sociedade e passando a atender as demandas das empresas privadas. Isso significa uma grande perda em desenvolvimento para o país, consequentemente, para a população.

            Percebe-se, portanto, que a precarização e o sucateamento das universidades públicas fazem parte de um plano de universidade no qual a privatização é a solução que se oferece. Infelizmente, parte da população acredita que essa seja a saída, pois o acesso à universidade pública não é tão grande quanto se gostaria, além disso, a mídia de massas burguesa bombardeia essa “única solução” todo o momento, sem discutir que a verdadeira crise está no sistema capitalista em decadência e na má gestão do governo do estado de São Paulo e das reitorias das universidades paulistas públicas.

O acesso restrito à universidade pública está relacionado às péssimas políticas de permanência estudantil – que nunca foram prioridade das reitorias das universidades públicas paulistas – e à forma de ingresso, isto é, o vestibular, que não condiz com a realidade das escolas públicas. Entendemos que a universidade deve dar acesso a todas as pessoas, mas para isso, precisamos lutar e defender esse acesso como um direito, garantindo que o Estado mantenha as universidades, amplie vagas, crie melhores políticas de permanência estudantil (moradias, restaurantes universitários, bolsas de permanência etc.) e repense o modelo de seleção de estudantes, para assegurar que a universidade pública atue em prol da sociedade.

Comando de Greve do Instituto de Artes da Unesp e Comitê de Lutas IA-Unesp.