Nota de solidariedade ao jovem Rhuan vítima de racismo em Joinville/SC

O Movimento Negro Socialista da Esquerda Marxista se solidariza ao jovem negro Rhuan Carlos Fernandes, vítima de racismo na cidade de Joinville, no último dia 23 de janeiro. São casos como esse que demonstram por que Santa Catarina alimenta a triste estatística de ser um dos estados brasileiros que encabeça o ranking de registros de injúria racial, o que pode ser facilmente verificado no Anuário Brasileiro de Segurança Pública.

O caso de Rhuan soma-se às milhares de situações diárias que autorizam subliminarmente qualquer cidadão e o próprio Estado, por meio de seus aparatos de repressão, a dispensarem um tratamento seletivo, tendo como parâmetro a cor da pele da pessoa.

Rhuan foi interpelado de forma ofensiva pelo atendente de um estabelecimento comercial, que teve o auxílio da polícia, para uma cobrança indevida de um serviço. Rhuan dispunha do comprovante de pagamento e mesmo assim, foi constrangido no ato da cobrança.

Se por um lado, Rhuan se constrangeu com a abordagem dispendida a ele, não teve a menor dúvida em fazer a denúncia pública e formal de injúria racial. Muito recentemente o crime de injúria racial também passou a ser, ao menos na letra da lei, inafiançável e imprescritível, assim como o racismo. Se a equiparação dos crimes busca educar a sociedade para o sentido de que a injúria racial também é crime de racismo, e portanto, a pena não deve ser mais branda, porque não abolir o termo injúria racial e assumir o crime pelo nome que realmente tem? Ou seja, Racismo!

Não é possível fazermos vistas grossas diariamente para os milhares de crimes de racismo no Brasil e no mundo, Rhuan é mais um jovem cujo único crime é ser negro.

Há muito tempo o capitalismo se apropriou do discurso de igualdade racial, aplicando falsas políticas públicas que em nada mudam a lógica da manutenção da exploração para a divisão e manutenção da sociedade de classes, o que em última instância, retroalimenta diretamente os interesses da classe dominante.

Não serão os coletivos identitários apartados do conjunto da classe trabalhadora e apoiados na legislação burguesa mascarada, que engorda estatísticas e distribui “direitos” a conta gotas, que terão a força motriz para extinguir o racismo. Se organizar contra o racismo e a repressão é sinônimo de se organizar pela derrubada do sistema capitalista. Por isso o MNS apoia o jovem Rhuan e convoca todos os jovens proletários a juntarem-se na defesa intransigente pelo fim da barbárie capitalista em direção ao socialismo. SER NEGRO NÃO É CRIME!