O que a inconfidência mineira tem a ensinar sobre a colaboração de classes

Hoje se comemora o dia em que Joaquim José da Silva Xavier, conhecido como Tiradentes, foi enforcado e esquartejado por, segundo seu julgamento, liderar um grupo que se organizava para realizar um levante, na então capitania das Minas Gerais, contra o julgo de Portugal sobre o Brasil.

Pesa sobre esta data, muito além do ato heroico de um modesto homem entre seus pares, a lembrança da vil traição daqueles (a)bastardos “bons homens”. “Corajosos” membros da elite colonial, revoltados pela carga tributária sacrificante imposta pela metrópole, que não pensaram duas vezes em clamarem misericórdia à Coroa e, em troca, dar não somente um mísero colaborador subalterno, mas uma punição exemplar que extendeu a servidão brasileira à Casa de Bragança por mais de 100 anos!

Mais de 100 anos!? Sim! Não esqueçamos que Pedro I e Pedro II eram, respectivamente, neto e bisneto de Maria I, rainha à época da morte de Tiradentes! Não é à toa também que figura imponente a tela “Tiradentes ante o Carrasco”, de autoria de Rafael Falco (1885-1967), no Auditório da Câmara dos Deputados, onde se realizaram as reuniões da Comissão de análise do pedido de impedimento da presidente Dilma – preâmbulo do espetáculo de horrores da reedição parlamentar da “Marcha da Família, por Deus e a Pátria” que foi a sessão plenária da Câmara dos Deputados que decidiu pelo encaminhamento do relatório a favor do impedimento ao Senado Federal.

É uma fatídica e melancólica lembrança dos desdobramentos do colaboracionismo de classe para aqueles que o fazem sob alegação de proceder pelo bem dos que dizem representar. E, desse modo, o PT sofre as consequências de seus atos nos últimos 13 anos de pragmatismo e negociatas politiqueiras, tal como um moderno Tiradentes sem inocências com relação ao que fariam os “aliados” que escolheu pela “governabilidade”, já algozes dos objetivos que fundaram a legenda e que foram sendo deixados pelo caminho de tomada da máquina pública federal.

A nós que realmente lutamos pelo proletariado, remete aos ensinamentos dos camaradas que nos precederam, lançando seus pilares revolucionários não em indivíduos, nem na tentativa de reformar o que hoje há, muito menos na utópica esperança de alcançar o socialismo pela evolução do sistema capitalista, pelo convencimento das elites dos benefícios de serem solidários com os que exploram, ou conciliação entre os desejos de classes antagônicas… Não! Mas construindo sua firme base por meio da conscientização e organização das massas proletárias rumo à ruptura e destruição do sistema capitalista e todo seu mecanismo de exploração, conflitos e crises!

  • Por um governo dos e pelos trabalhadores!
  • Por uma Assembleia Popular Nacional Constituinte!
  • Pela revolução proletária rumo ao socialismo!