Nos últimos dias o clamor da comunidade da Rocinha no Rio de Janeiro motivou manifestações nas ruas de todo país e nas redes sociais que perguntam: “Cadê o Amarildo?”. O morador da favela que “desapareceu” depois de ser levado por policiais para uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) é o pedreiro Amarildo Dias de Souza, conhecido como ‘Boi’ por trabalhar carregando materiais pesados para ganhar pouco mais de 300 reais por mês e sustentar seus seis filhos. A mulher do pedreiro desaparecido desabafa: “Tenho certeza de que meu marido está morto. Já procuramos em todos os lugares, e nada. Não recebi nenhuma ameaça, mas estou com medo de que, quando a poeira baixar, os policiais possam fazer uma maldade contra mim e minha família”.
Nos últimos dias o clamor da comunidade da Rocinha no Rio de Janeiro motivou manifestações nas ruas de todo país e nas redes sociais que perguntam: “Cadê o Amarildo?”. O morador da favela que “desapareceu” depois de ser levado por policiais para uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) é o pedreiro Amarildo Dias de Souza, conhecido como ‘Boi’ por trabalhar carregando materiais pesados para ganhar pouco mais de 300 reais por mês e sustentar seus seis filhos. A mulher do pedreiro desaparecido desabafa: “Tenho certeza de que meu marido está morto. Já procuramos em todos os lugares, e nada. Não recebi nenhuma ameaça, mas estou com medo de que, quando a poeira baixar, os policiais possam fazer uma maldade contra mim e minha família”.
Os protestos na Rocinha ecoaram a rotina de milhares de trabalhadores e jovens da periferia que sofrem com a violenta repressão policial que massacra em nome ‘da paz social’ e da ‘democracia pacificadora’. As tragédias têm nome, cor e face, e quando as vítimas aumentam em número viram estatística onde o Estado pode mascarar com alguma intervenção ineficiente ou ‘reforçar’ as ações violentas em nome da segurança pública.
Em 2011 a morte por uma ‘bala perdida’, de Juan, um menino de 11 anos, motivou protestos nas comunidades da Favela Danon, no Rio de Janeiro. O corpo do adolescente somente ‘apareceu’ após o fato adquirir repercussão nacional e internacional. A ‘insegurança’ planejada para controlar as periferias e disseminar o desespero nos trabalhadores, integra o processo de instrumentalização do sistema penal e está a serviço da classe dominante. Segundo estatísticas do próprio Instituto de Segurança Pública, entre 2007 e 2012 ocorreram mais de 5 mil mortes em confronto com policiais e mais de 30 mil desaparecidos só no Rio de Janeiro.
As Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) foram criadas em campanha eleitoral pelo Governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral (PMDB), com o compromisso de ‘garantir’ a constante presença das forças policiais nas comunidades de maior índice de violência e dar segurança ao ‘povo’. Porém, como todo aparato repressivo do Estado capitalista as UPP não servem para dar segurança aos trabalhadores da periferia e sim ao ‘povo’ agraciado pelas riquezas da “Cidade Maravilhosa”.
O mesmo governo publicou nos últimos dias (23/07/2013) um decreto inconstitucional que cria a Comissão Especial de Investigação de Atos de Vandalismo em Manifestações Públicas (Ceiv). O Decreto n°44.3212/13 previa a quebra de sigilo de dados, inclusive telefônicos e virtuais, mas as pressões populares causaram imenso desgaste e a redação foi ligeiramente alterada. Certamente, tal comissão não dará respostas às centenas de jovens agredidos violentamente nas inúmeras manifestações, mas servirá evidentemente, como mais um instrumento repressivo de criminalização da classe trabalhadora e da juventude, somando novos números de mortos e desaparecidos nas estatísticas do dito “Estado democrático”.
Os protestos da comunidade da Rocinha são um grito de todos os trabalhadores e exigem muito mais que respostas, reivindicam uma justiça que coloque a luta de classes em cena e desmascare o sistema capitalista e suas farsas.
O capitalismo é incapaz de promover a ‘segurança pública’ e esconderá as respostas aos inúmeros casos resultantes da brutal violência instalada nas favelas e nos centros urbanos, pois, o poder repressivo é a arma do sistema para manter o domínio sobre a maioria que é explorada diariamente e não tem mais nada além da própria força de trabalho.
O Movimento Negro Socialista (MNS) compreende que a luta contra a violência que massacra milhares em todo o país, assim como a luta contra o racismo é hoje um combate revolucionário, que exigirá a organização do conjunto da classe trabalhadora para a construção de uma sociedade efetivamente capaz de liquidar a exploração e a violência que sangra as periferias de todo país.
Abaixo a repressão policial!
Contra a criminalização da juventude e dos trabalhadores!
Resposta imediata à Comunidade da Rocinha sobre o paradeiro de Amarildo Dias de Souza!