Foto: Coletivo Projetemos

Participe dos Comitês Mulheres pelo Socialismo e pelo Fora Bolsonaro

A fatídica entrevista dada por Regina Duarte, secretária de Cultura, à CNN, é simbólica ao demostrar o desprezo que o capital tem à classe trabalhadora e à situação vivenciada pelas mulheres trabalhadoras em meio à crise econômica e sanitária atual.

A secretária de Cultura deixa claro sua indiferença pela tortura e morte de homens e mulheres na ditadura militar, às mortes pela Covid-19 e à situação material precária em que trabalhadores da cultura se encontram. O isolamento social levou à perda ou diminuição brutal da renda de quem trabalha em serviços ligados direta ou indiretamente à cultura pelo cancelamento ou adiamento de atividades culturais; e uma grande parcela é constituída por profissionais autônomos e composta por mulheres. Assim, muitas artistas se veem sem renda e vemos iniciativas de distribuição de cestas básicas para que artistas e seus filhos não passem fome. Questionada na entrevista sobre que atitude tomaria para garantir suporte para esses profissionais, a secretária de Cultura, Regina Duarte, nada respondeu e apenas fez referência ao auxílio emergencial de R$ 600,00, cuja segunda parcela começa a ser paga somente na metade de maio!

Em meio ao isolamento social, as mulheres estão sofrendo mais duramente as opressões das quais o sistema capitalista se alimenta: registra-se o aumento da violência doméstica; mas não se vê nenhuma ação efetiva da ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, em defesa dos direitos das mulheres.

Ressaltamos ainda a situação das mulheres com crianças e adolescentes em casa, pois, além da sobrecarga do trabalho doméstico, ainda há a tarefa de auxilia-los no ensino dos conteúdos escolares, já que as escolas estão fechadas.  E o que está sendo feito em relação a isso? Absolutamente nada. Todo o peso recai nos ombros das mulheres.

Se as condições de vida já estão difíceis para toda a classe trabalhadora e mais ainda para as mulheres – pois sua carga de trabalho aumentou exponencialmente –, em situação pior estão as mulheres adultas com deficiência, mais vulneráveis a sofrerem violências e sem o suporte de acessibilidade nos meios para denúncia. E as crianças com deficiência, que sem escolas, sem a possibilidade de fazer as terapias auxiliares e confinadas em casa, sofrem com o risco de perderem os avanços conquistados a duras penas. Isso sem contar a mãe das crianças, que passam a ter uma sobrecarga excessiva, beirando ao extremo da exaustão. Quanto a isso, não se vê também qualquer iniciativa efetiva da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, que se proclama defensora dos direitos das pessoas com deficiência, mas sua inércia e silêncio demonstram a hipocrisia do seu discurso.

Esses elementos demonstram que as estudantes e trabalhadoras não podem esperar que seus direitos sejam defendidos por essas mulheres, que não representam os interesses da classe trabalhadora, mas sim da sua classe antagônica: a burguesia. Os exemplos apresentados também deixam claro que, a chamada representatividade na política, não é capaz de dar conta das demandas reais que, neste momento, se apresentam.

Mais que isso, podemos afirmar que o modelo de política que é base do sistema capitalista é ineficaz; e que não podemos transferir para parlamentares do aparelho burguês a solução para nossos problemas. A saída para a crise não está em eleger “bons candidatos”, ou aqueles que representam determinados grupos baseados no critério da identidade. Isso porque a lógica da representatividade só gera mais ilusão na classe trabalhadora, já que, mesmo candidatos que defendam os interesses da nossa classe, pouco podem fazer dentro da estrutura do Estado burguês. Dessa forma, não podemos ter nenhuma ilusão nessa democracia ou na ideia de representatividade. Toda conquista da classe trabalhadora dentro deste sistema foi fruto da luta de classes e todo direito pode ser retirado em situações de crise do capital, como a que vemos agora. O que precisamos é que a classe trabalhadora esteja controlando as decisões para seu bem-estar e para sua dignidade.

Para isso, devemos nos organizar e lutar pela defesa e ampliação dos nossos direitos nesta sociedade, com a perspectiva de construir um novo mundo, uma sociedade socialista. A crise da Covid-19 está demonstrando que o modelo de representação burguês está ruindo. A representatividade tem mostrado sua insuficiência. O que precisamos, neste momento, é uma ampla participação da classe trabalhadora nas decisões que concernem à sua vida. Precisamos de um governo de trabalhadores.

Por isso, devemos estar organizadas para lutar pelos direitos da mulheres, contra o machismo e o sistema que dele se alimenta. Para enfrentá-lo, convidamos você a se organizar em um Comitê de Mulheres pelo Socialismo e Pelo Fora Bolsonaro. Bolsonaro representa o que há de mais atrasado e reacionário na burguesia e, por isso, precisa ser derrubado.

Ao contrário das críticas que tentam nos fazer, não estamos esperando a revolução para lutar pela melhoria da condição de vida das mulheres, estamos construindo o caminho para a revolução ao reivindicar nossos direitos dentro deste sistema. Direitos que só serão plenos em uma outra sociedade. Só assim o fim de todo tipo de preconceito e violência será possível. Somente uma sociedade socialista será capaz de enterrar esses frutos podres da sociedade de classes.

Organize-se! Junte-se à um Comitê de Mulheres pelo Socialismo e Pelo Fora Bolsonaro!

  • Pela real emancipação da mulher!
  • Pelo fim do capitalismo! Pelo socialismo!
Se você é do Rio de Janeiro e está interessada em se organizar no Comitê, entre em contato pelo e-mail mulherespelosocialismo.rj@gmail.com. Caso você seja de outro estado e quer saber se tem Mulheres pelo Socialismo na sua cidade, entre em contato por contatomulherespelosocialismo@gmail.com.