Domingos da Rosa, Dominguinhos, como era carinhosamente conhecido na fábrica e na comunidade, faleceu hoje, 8 de outubro, prematuramente aos 65 anos.
Camarada de luta, peão do chão da fábrica, aguerrido e solidário participava com alegria da igreja, das lutas da comunidade, do partido político e da luta operária.
Em 2002, quando as fábricas Cipla e Interfibra foram ocupadas pelos trabalhadores em razão da falta de pagamento de salários, Dominguinhos transformou-se numa liderança política essencial para o Movimento das Fábricas Ocupadas.
Presença constante e ativa nas assembleias de trabalhadores, no comitê de fábrica, nas passeatas, nas reuniões em Brasília para viabilizar o funcionamento das empresas ocupadas… jamais hesitou na defesa dos direitos dos trabalhadores.
Quando a gestão operária conseguiu provar que era possível reduzir jornada de trabalho, sem reduzir salários sobreveio a intervenção federal, em 2007, para conter o abalo provocado nas estruturas do capital. Mesmo assim, Dominguinhos não sucumbiu diante da opressão burguesa, dos patrões e da força policial, sabia de que lado estava e assim permaneceu nos momentos mais duros.
Quando as lideranças do Movimento das Fábricas Ocupadas foram criminalizadas pela luta que travaram, Dominguinhos não se apelegou e relatava a juízes, promotores e advogados a história toda, com a simplicidade que lhe era peculiar, mas com a firmeza de quem estava do lado certo da história. Acalentou a esperança de ver um dia o mundo transformado, sem explorados e exploradores.
Hoje perdemos um combatente, mas sua firmeza de princípios permanecerá em nossos corações e mentes para que assim sigamos lutando até a vitória final.
Dominguinhos, presente!