Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Pela liberdade imediata dos manifestantes presos nos atos contra o aumento da passagem em São Paulo

No dia 10 de janeiro, o primeiro ato convocado pelo MPL em 2024 resultou em 25 detidos pela Polícia Militar (PM) do estado de SP. No segundo ato, segundo apuração do Brasil de Fato, foram detidos seis adultos e um menor de idade pela Polícia Militar do Estado de SP. Todos inicialmente acusados de porte de arma branca. Na prática, tratava-se de tesouras e estiletes que provavelmente seriam utilizados nas bandeiras e faixas por parte dos coletivos que participam do movimento. Ocorre que conforme havia resistência por parte dos manifestantes detidos, em função da revolta contra mais esse absurdo, as acusações escalaram para resistência e mesmo associação criminosa. Cinco deles seguem ainda presos no momento em que escrevemos esta nota.

A postura da PM evidencia que a chamada “segurança pública” reconhece como dignos de serem protegidos apenas um pequeno setor da população. A grande maioria sofre diariamente com sua repressão, em especial quando protestam contra as injustiças cotidianas vividas na sociedade capitalista.  Tal postura contrasta de maneira evidente com o comportamento do aparato policial em bairros nobres ou quando abordavam os manifestantes bolsonaristas.

Zambelli perseguiu com arma de fogo um cidadão em plena luz do dia. Nos acampamentos bolsonaristas na frente dos quartéis, o Coronel Jorge Eduardo Naime relatou a existência de tráfico de drogas e mesmo a prática de estupro. No dia 8 de janeiro os bolsonaristas também foram recebidos com bastante educação enquanto vandalizavam o Congresso Nacional. E como se sabe, em todos esses casos, as forças de segurança pública demonstraram bastante paciência, compreensão e gentileza com os agressores e criminosos.

Como vemos, as detenções realizadas nos atos contra o aumento da tarifa tem caráter classista e de repressão ao movimento da juventude e da classe trabalhadora. As forças de segurança do Estado burguês atuam de maneira distinta a depender da classe e do viés político de quem comete uma contravenção ou um crime. Portar arma branca, no caso mesmo tesouras e estiletes, é considerado contravenção penal. Porém os manifestantes contra o aumento da tarifa foram tratados de maneira muito pior do que os bolsonaristas, que cometeram crimes de acordo com o Código Penal instituído pela classe dominante brasileira. Eles se contradizem ao aplicar suas próprias leis.

A Organização Comunista Internacional (OCI) repudia veementemente as ações da PM nos dois últimos atos contra o aumento da passagem e exige a liberdade imediata de todos os detidos. É preciso a mais ampla manifestação pública de solidariedade aos detidos por parte de todas as organizações estudantis e sindicais, como forma de  garantir a libertação aos detidos. Mais do que isso, tal medida contribui na permanente luta pelo livre direito de manifestação, regularmente cerceado pelas forças de segurança do Estado burguês em todo o mundo.

  • Pela imediata liberdade dos manifestantes presos!
  • Abaixo a repressão!
  • Pelo fim da Polícia Militar!