Em todos os cantos do Peru explodem revoltas e manifestações que são reprimidas e criminalizadas pelo Governo de Alan García. Unificar esses movimentos é crucial para a vitória contra o Governo pró-imperialista peruano.
Amazônicos, operários, camponeses e estudantes:
Comando Unitário de Luta, Paralisação Nacional e Marchar sobre Lima!
Nacionalizar a Amazônia!
Em meio de uma região andina esquerdista, Peru, parece querer se por ao dia. É assim como se compreende o novo auge da luta de classes que tem a “insurgência” amazônica, como epicentro de um combate contra o modelo neoliberal que quer impor o Presidente Garcia. E este, ainda que débil socialmente, responde com a criminalização do protesto. Mas as massas, que votaram pela mudança, não parecerem se atemorizarem. Pelo contrário, o continuísmo neoliberal (desaceleração econômica, corrupção, pobreza, inseguridade cidadã, etc.), pode gerar uma reação explosiva em um país onde em 2000 viveu um levante de massas histórico, que derrotou Fujimori.
De fato, a Jornada de 27 de Maio, convocada pela CGTP (Central Geral dos Trabalhadores Peruanos), em solidariedade com os amazônicos, demonstrou, mais uma vez, que a correlação de forças está a nosso favor. Dezenas de milhares de operários mineiros, têxteis, da construção civil, estudantes, camponeses, em Lima, Arequipa, Tacna, Cajamarca, Lambayeque, etc. se mobilizaram e em outros povoados como a Oroya ou La Convención, Cuzco, paralisaram e tomaram as estradas. Ainda que a ausência de Albero Pizango se fez notar no motim de Lima, pois, uma delegação de combativos estudantes amazônicos de La Cantuta, levando “a selva não se vende, a selva se defende”, cobriu este vazio.
Esta situação crítica é a que produziu uma crise do governo a enfrentar o aprismo parlamentar ao premiê Yehude Simons. Esta é uma expressão de que o governo está dividido sobre como enfrentar a arremetida das massas amazônicas e da cidade, que acabam de ter um respaldo internacional com a IV Cúpula Indigena, realizada em Puno, que contou com a participação de mais de 5 mil trabalhadores e que acordou em organizar ações diretas nas embaixadas peruanas de 20 países.
E é bem certo, o aprismo, tratou de julgar o desgaste do combate amazônico através de suas “medidas de diálogo”, pois Yehude se deu conta que tem que ceder algo para poder resolver este “papo quente” que ameaça em retirar sua candidatura presidencial.
Deste modo, a luta amazônica se converte em uma batalha decisiva para nosso povo. “a luta continua… só falaremos com Alan García, de APU a APU”, declarou Pizango na Cúpula. E isto é correto. Imediatamente chamou os dirigentes da Cúpula para organizar a Paralisação Nacional para a próxima quarta, 7 de Junho, mas não teve o apoio contundente que esperava.
Por outro lado, Mario Huaman, líder da CGTP, declarou que, “apoiaremos os amazônicos nas ações que façam”. Não obstante, até agora não existe uma coordenação séria entre as diversas lutas sociais que se encontram dispersas. As CPS, criada justamente para coordenar o político com o social, se encontra na retaguarda do movimento amazônico. E o Partido Nacionalista Peruano (PNP), certamente, apoiou as demandas amazônicas no Parlamento e com sua presença nas lutas, pois, tampouco parece querer assumir a liderança histórica que as massas lhe deram com 47% de votos de 2006.
Mas como diz o ditado, “antes tarde do que nunca”. Os amazônicos estão há quase 2 meses em greve e vão radicalizar. Em 15 de junho começa a greve mineira (os artesanais que bloquearam as estradas há 3 semanas também regressam à luta), o SUTEP-CONARE também paralisará, igualmente a vários setores sociais que sairão à luta por suas próprias reivindicações.
Deste modo, se criam as condições para um protesto muito maior que os anteriores e que tem os amazônicos como inspiração estelar. Neste combate superior às explosões sociais anteriores se joga o destino do “pulmão” e a riqueza natural dos pobres do Peru e do mundo.
Se o governo ganha esta batalha, imporá uma derrota moral e política às massas e fortalecerá a direita neoliberal. Mas se ganhamos nós, gerará tal confiança e vontade de luta em milhões de oprimidos em todo o Peru, que poderia ser o pontapé de saída para uma mobilização geral da classe trabalhadora, os camponeses pobres e todas as camadas pobres e marginalizadas da sociedade, que derrubará o governo capitalista e pró-imperialista de Alan García. Esta questão se resolverá nos próximos dias. A perspectiva é muito explosiva. O Amazonas pode ser o “acidente” que unifique e traga à superfície a raiva acumulada de nosso povo trabalhador.
Por isso é importante a centralização do combate estelar por nossas “palmeiras, rios, pão e estrelas”.
Portanto, é imprescindível a centralização da luta em defesa de nosso Amazonas e dos direitos de nossos povos. Portanto, nós marxistas do jornal Peru Militante, fazemos um chamado a AIDESEP, CGTP, CCP, CONACAMI, CNA, aos nacionalistas e à esquerda, etc. a criar um só Comando Unitário de Luta que organize a Paralisação Nacional e uma Marcha sobre Lima, para demonstrar à administração García de que nós somos os verdadeiros patriotas e socialistas.
Ou ganham eles, ou ganhamos nós.
4 de Junho de 2009.