“Sob o comunismo, pela primeira vez na história da humanidade, as portas estarão abertas às massas para que possam realmente ingressar no mundo da cultura que lhes foi negado. O caminho estará aberto para um florescimento inimaginável da arte, da música e da cultura, como o mundo jamais viu.
Por um mundo novo, no qual a vida adquirirá um significado totalmente novo. E, pela primeira vez, homens e mulheres poderão elevar-se à sua verdadeira estatura com base na igualdade completa. Será o salto da humanidade do reino da necessidade para o reino da liberdade” (Manifesto da Internacional Comunista Revolucionária).
A Organização Comunista Internacionalista, seção brasileira da Internacional Comunista Revolucionária (ICR), reuniu nos dias 26 e 27 de outubro simpatizantes e apoiadores de norte a sul do país para lançar a ICR no Brasil. Camaradas de diversos estados celebraram o aniversário da Revolução Russa de 1917, discutiram a atual conjuntura nacional e mundial, trataram das lições históricas do movimento operário, da necessidade da organização internacional da classe trabalhadora e das tarefas dos comunistas no Brasil para avançarmos na construção de uma saída revolucionária, comunista, para a atual situação.
Ao mesmo tempo em que vivemos em um mundo de crises, guerras, destruição do meio ambiente, mudanças climáticas e retirada de direitos da classe trabalhadora, vemos também a disposição de luta de jovens e trabalhadores. No mundo inteiro assistimos a importantes mobilizações de massa em diferentes países contra o genocídio de palestinos perpetrado pelo Estado sionista de Israel, testemunhamos revoluções recentes no Quênia e em Bangladesh, o aumento de greves nos EUA e o crescente interesse da juventude pelo comunismo.
Em todas as plenárias foram exibidos, logo no início, o vídeo com a saudação de Alan Woods, do Secretariado Internacional da ICR, e vídeo de saudação de Alex Minoru, pelo Comitê Central da OCI.
Os diversos relatos abaixo demonstram não só o êxito dessas atividades em explicar a necessidade da construção de um partido mundial da classe trabalhadora, mas também a importância de dar esse passo na direção da reconstrução de uma Internacional Comunista de massas digna desse nome.
Longa vida à ICR!
São Paulo, SP
Em São Paulo, a plenária de lançamento da ICR ocorreu no último sábado, no Casarão do Belvedere, e foi precedida pelo CineMarx, com a exibição do filme Reds (Warren Beatty, 1981). O camarada Caio Dezorzi abriu a atividade, tratando da situação política atual e da urgente necessidade de construir a Internacional. Ele também apresentou ao público presente a nossa revista teórica “América Socialista – Em Defesa do Marxismo” e o jornal “O Comunismo”.
Após o informe do camarada Caio, militantes que estiveram presentes no Acampamento Comunista Internacionalista, organizado pela fração jovem da OCI, a Juventude Comunista Internacionalista (JCI), fizeram intervenções para trazer o ânimo e o fresco entusiasmo da juventude revolucionária. Ao final, após uma vitoriosa coleta financeira, todos cantamos juntos a Internacional para, em seguida, confraternizarmos ao melhor estilo!
Joinville, SC
Também no último sábado, camaradas de Joinville reuniram-se na sede da OCI na cidade.
O primeiro informe, realizado por Maritania Camargo, fez um resgate da história e dos desafios da Revolução de 1917. Conforme explicado por Trotsky, a classe trabalhadora russa, ainda que resoluta, seria incapaz de tomar o poder sozinha. Para isso, precisava de um partido à altura da tarefa, esse era o partido bolchevique.
O informe seguinte, realizado por Evandro Colzani, debruçou-se sobre a situação política nacional e internacional hoje. No mundo, as dezenas de guerras localizadas, mas sobretudo as que ocorrem na Ucrânia e na Palestina, revelam a face de um sistema que precisa massacrar pessoas e destruir cidades inteiras para garantir seus lucros. Em relação à questão nacional, o camarada Evandro tratou da apatia de um processo eleitoral que não tocou nos problemas reais da classe trabalhadora e do governo Lula, cada vez mais submisso aos interesses do capital.
Brasília, Manaus e Nordeste
Camaradas de Brasília, DF, e Manaus, AM, se reuniram presencialmente em suas cidades para acompanhar on-line a plenária de Joinville. No Nordeste, militantes de diferentes cidades se reuniram online. A construção da OCI nessas regiões é fundamental em um país da dimensão do Brasil e nossos camaradas atuam cotidianamente na luta de classes para ganhar a camada mais consciente da juventude e da classe trabalhadora para as fileiras do comunismo.
Florianópolis, SC
Em Florianópolis, os militantes e apoiadores da OCI se reuniram para discutir a atual conjuntura, a necessidade da organização internacional e as tarefas dos comunistas para avançarmos na luta pela emancipação da classe trabalhadora.
Serge Goulart, secretário-geral da OCI, relembrou a tradição do movimento comunista, o legado teórico-político que a ICR reivindica e a necessidade histórica de uma internacional comunista sólida, que possa impulsionar o combate em todo o mundo e garantir o sucesso da estratégia revolucionária.
Os participantes também discutiram os horrores da guerra capitalista, as traições sistemáticas das direções e partidos ditos de esquerda aos movimentos da classe trabalhadora e a incapacidade do sistema em oferecer saídas aos trabalhadores e à juventude.
Durante o debate, os presentes pontuaram o recente crescimento da organização e pensaram em estratégias para ampliar ainda mais as forças localmente, principalmente entre a juventude proletarizada que busca uma saída revolucionária para a situação de miséria em que se encontra.
Além disso, foi realizado o lançamento da 25ª edição da revista “América Socialista – Em Defesa do Marxismo”, com a venda e distribuição de materiais. A atividade foi finalizada com uma excelente coleta financeira, reflexo do compromisso dos trabalhadores e da juventude em construir uma organização internacional independente.
Paraná
A OCI Paraná também realizou no sábado sua plenária de lançamento da ICR. A atividade contou com a participação de militantes e ativistas de Curitiba, Cascavel, Toledo, Ponta Grossa, Guarapuava, Foz do Iguaçu, Santa Maria e Londrina. Em Curitiba e Cascavel a plenária ocorreu de forma presencial e integrada às demais cidades por uma conexão on-line.
De início, o camarada Renato Vivan apresentou um informe político sobre a situação internacional e nacional e sobre a necessidade fundamental de colaborar com a organização dos trabalhadores em escala internacional através da ICR. Em seguida, foi feita uma exposição sobre a nova edição da revista “América Socialista – Em Defesa do Marxismo” e um produtivo debate. Ao final, os participantes foram convidados a pegar os adesivos da campanha internacional contra a guerra impulsionada pela ICR, comprar o jornal “O Comunismo” e a colaborar financeiramente com a OCI. Todos saíram animados com a atividade e mais conscientes sobre a necessidade de construir uma internacional que seja digna deste nome.
Rio de Janeiro
Trabalhadores da educação, dos serviços públicos e militantes socialistas do Rio de Janeiro, Niterói, São Gonçalo, Macaé e Casemiro de Abreu participaram da plenária de lançamento da ICR, no domingo (27/10).
Com informe do camarada Luiz Bicalho, os principais temas debatidos foram a trajetória do movimento comunista, o legado das revoluções e algumas das polêmicas na história das internacionais. Discutiu-se também a crise das organizações proletárias hoje, com a falta de confiança na luta dos trabalhadores, oportunismo eleitoral, identitarismo, sectarismo etc. Foi apresentado o livreto com a plataforma do Mulheres pelo Socialismo e destacada a campanha internacional da ICR contra a guerra e o imperialismo.
Foi um encontro que revigorou a empolgação pela busca da juventude e dos trabalhadores que querem derrubar o sistema.
São Paulo (interior)
No interior de São Paulo, militantes e simpatizantes da OCI de sete cidades realizaram a plenária de lançamento da ICR em formato on-line. Com um informe apresentado pelo camarada Alex Minoru, foi feito um rico debate sobre a atual conjuntura no mundo e no Brasil e sobre a luta pela construção do partido revolucionário e da Internacional.
A discussão passou pelo resultado das eleições municipais e pela responsabilidade das direções de partidos como PT e PSOL que, com sua política de alianças com a burguesia e recuos programáticos, prepararam suas próprias derrotas e a vitória de candidatos da direita. Ao mesmo tempo, o alto número de abstenções expressa a falta de credibilidade no atual sistema e o espaço existente para a construção de uma alternativa de esquerda radical e revolucionária.
Foram debatidas também ações práticas, como a campanha pela ruptura das relações do Brasil com Israel, e a luta por vagas para todos na universidade pública, contra o funil do Enem e do vestibular. Ao final, foi feita uma coleta financeira entre os participantes, reforçando a necessidade da independência financeira da organização revolucionária em relação à burguesia e seu Estado, para garantir a independência política de nossa luta pelo fim do capitalismo.
Espírito Santo
O lançamento da ICR no Espírito Santo foi marcado pelo alto nível político do debate e da análise da conjuntura nacional e internacional com vistas a avançar na construção dos instrumentos necessários para pôr fim a todas as formas de opressão contra a classe trabalhadora. O encontro ocorreu no Espaço Cultural Triplex Vermelho, no centro de Vitória.
O debate foi marcado por um entusiasmo com as possibilidades de construção que se abrem no Brasil e no mundo em meio a uma desagregação social e política intensas.
Em seguida, houve a apresentação da revista “América Socialista – Em Defesa do Marxismo”, na qual o camarada José Vítor abordou o artigo “Tecnologia e Cultura”, de Leon Trotsky.
A atividade se encerrou com uma coleta e um breve debate em que os camaradas ressaltaram a necessidade da aliança operário-estudantil para compreender a degradação das direções que hoje estão à frente das entidades estudantis e que representam os trabalhadores.
Rio Grande do Sul
A plenária de lançamento da ICR no Rio Grande do Sul aconteceu na cidade de Porto Alegre, no domingo (27/10). Nela, foi lançada também a nossa revista “América Socialista – Em Defesa do Marxismo”. A atividade iniciou com um debate apresentado pelo camarada Diego do texto da revista intitulado “Tecnologia e Cultura”, de Leon Trotsky.
O camarada Francisco fez uma intervenção abordando a história das internacionais, destacando o tempo de crise do capitalismo e a necessidade da luta internacionalista revolucionária atual. Concluímos cantando o hino da Internacional com ânimo elevado e maior qualidade na militância para continuarmos a construção do comunismo.
Minas Gerais
Em Minas Gerais, militantes de várias cidades se reuniram na sexta-feira (25/10) para debater o significado do lançamento da ICR.
A discussão iniciada pelo informe do camarada Johannes Halter tratou do esforço para organizar os trabalhadores em escala mundial que começou com a Liga dos Comunistas e com o lançamento do Manifesto Comunista. O fio de continuidade daquele combate se expressou na luta de toda a vida de Marx, Engels, Lênin, Trotsky e Rosa Luxemburgo.
As insurreições e revoltas em nossos dias, a perspectiva de nova crise econômica e toda uma geração de novos comunistas. Esses são alguns dos motivos centrais que impulsionam os camaradas a abraçar a tarefa de construir esse novo instrumento para a luta da classe trabalhadora.
Ao final da plenária, os militantes recordaram a história do hino de “A Internacional”, um dos legados da Comuna de Paris, e entoaram esse grito de guerra que une as gerações de revolucionários do passado e do presente.