Na tarde da última quinta-feira (05/09) mais um caso de violência policial contra um jovem negro foi registrado. Com um adendo: foi praticado dentro de uma escola estadual, a Governador Celso Ramos, no centro de Joinville, em Santa Catarina.
A presença do Polícia Militar (PM) nesta escola foi anunciada pela direção no dia 17 de agosto, num grupo de WhatsApp com os trabalhadores da unidade. A mensagem afirmava que o sargento iniciaria suas ações de “segurança” no dia 19 de agosto, nos turnos matutino e vespertino, e com o aviso: “questões pedagógicas são de responsabilidade nossa (trabalhadores da escola)! Ou seja, casos de indisciplina encaminhem a direção”.
O ato de violência da farda racista ocorreu quando um grupo de estudantes do ensino médio estavam no banheiro da escola no início da aula, um suposto “caso de indisciplina”. Mas, ao contrário do dito na mensagem da direção, foi o PM “à caça” dos jovens, entrando no banheiro dos alunos e, diante um grupo de adolescentes, escolheu o menino negro para realizar suas agressões.
Após o fato, o policial foi afastado da escola com a direção realizando um Boletim de Ocorrência compartilhado com a Secretaria de Estado da Educação de Santa Catarina. A recorrente ação de individualizar os crimes da racista Polícia Militar e levá-los para a própria polícia, ou, no máximo, ao Ministério Público.
Relembramos que a introdução de policiais militares aposentados nas escolas estaduais de Santa Catarina foi uma das ações do governo bolsonarista de Jorginho Mello (PL), realizado pelo assim chamado “Programa Escola Mais Segura”, de junho de 2023. A presença desses elementos alheios ao processo educacional e membros do braço armado do Estado burguês no interior das escolas públicas foi naturalizada a partir dos atentados ocorridos no último ano, em especial nas cidades de Blumenau e São Paulo. O governo Mello utilizou dessas tragédias para ampliar a repressão no cotidiano, tanto aos trabalhadores em educação, quanto aos jovens.
Como sabemos, a PM não garante nenhuma segurança para os trabalhadores e sua juventude, especialmente aos negros. Essa instituição é, na realidade, responsável pela repressão, violência e morte de nossa classe. Ela deve ser não apenas expulsa das escolas como extinta da sociedade, pois só os próprios trabalhadores são capazes de realizar sua segurança. Esse caso, mais uma vez, explicita o caráter da PM e do programa de Jorginho Mello, que transforma a escola em mais insegura.
Exigimos do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte) ações não apenas nesse caso, mas um combate concreto pelo fim deste programa violento do governo estadual. Pela retirada de PMs das Escolas Públicas em SC!
O Movimento Negro Socialista (MNS), a Organização Comunista Internacionalista e a Juventude Comunista Internacionalista prestam solidariedade ao jovem atacado e permanentemente lutamos com nossas bandeiras:
- Fora PM das Escolas!
- Ser Negro Não É Crime!
- Pelo fim da Polícia Militar!
- Combater o racismo e o capitalismo!