Posição da JPT de Joinville sobre o segundo turno de 2012

 

Após o primeiro turno das eleições, o diretório municipal do Partido dos Trabalhadores (PT) de Joinville decidiu, por maioria, apoiar o candidato Kennedy Nunes (PSD) no segundo turno. A Juventude do PT, reunida no dia 20 de outubro, considera esta decisão equivocada e defende que o partido deveria orientar seus militantes ao voto nulo.

A juventude partidária compreende que Kennedy não representa os interesses da classe trabalhadora, tampouco da juventude de nossa cidade. O PSD é descendente direto dos Democratas que, por sua vez, é a continuação do PFL – aquele partido que é a expressão da direita, da família Bornhausen, a qual o ex-presidente Lula defendeu que deveria ser “extirpada” da política de Santa Catarina.

O apoio da direção do partido ao candidato do PSD desanima e constrange a base militante. Esta lógica de alianças com a burguesia leva a um rebaixamento do programa, uma submissão aos interesses dos “aliados”. Com esta atitude, a direção ignora sua principal força, os militantes, o motor que em nível nacional fez o partido crescer e eleger um operário metalúrgico para a presidência do país contra a vontade da direita.

Já o candidato oponente, Udo Döhler (PMDB), é afilhado político do ex-governador Luiz Henrique da Silveira. Lembremos que este foi o homem que apoiou Alckmin em 2006 e Serra em 2010, contrariando o projeto político do PT em nível nacional.

Não esqueçamos que em Joinville, tanto o PMDB quanto o Kennedy fizeram parte do governo, mas o abandonaram para seguirem projetos próprios.

Desta forma, a JPT entende que o voto nulo é a única maneira de expressar que nenhum destes dois candidatos representará nossa classe. É ainda uma forma de manifestar que durante o próximo mandato, seja ele de quem for, os trabalhadores e a juventude estarão em movimento, saindo às ruas por suas reivindicações.

A liberação do voto dos militantes, defendida por alguns membros do diretório municipal, significa o não posicionamento, a não orientação política.

Defender o voto nulo significa denunciar à classe que não há opção e alertá-la que, independente de quem ganhe, será preciso estar organizado e mobilizado no próximo período.