Os trabalhadores vão à luta: greves e manifestações espalham-se pelo País.
Após seis meses da posse do governo Dilma/Temer, a CUT foi às ruas junto com os movimentos sociais no último 6 de julho para corretamente dizer não às privatizações dos aeroportos, lutar pelo fim do fator previdenciário e reforçar as campanhas salariais no segundo semestre em categorias importantes, tais como: Petroleiros, Químicos, Bancários, Metalúrgicos.
Na última reunião da direção nacional da CUT, ocorrida entre os dias 30 de junho a 1º de julho em São Paulo, houve um importante debate sobre a conjuntura, e, sobretudo acerca das medidas anunciadas pelo governo, a saber: privatização dos aeroportos e também o presente de (quatro bilhões e meio de reais) que o governo daria ao Pão de Açúcar e Carrefour para que realizassem uma mega fusão que resultaria em um grande monopólio da rede de hipermercados, o maior do Brasil, um dos maiores do mundo. Por ora, essa fusão foi suspensa. Mas outra se realizou: a fusão Sadia-Perdigão que controlará 78 % das vendas de gêneros alimentícios deste ramo no país.
A DN da CUT, após os debates, condenou de forma veemente a farra que o governo faz com o dinheiro público, “emprestando-o” à iniciativa privada. A DN da CUT também criticou o GT (grupo de trabalho do governo) montado para discutir o serviço público com os empresários Abílio Diniz e Jorge Gerdau, dentre outros. Está cada vez mais claro que essas medidas apenas confirmam que o governo de coalizão serve principalmente para ajudar a burguesia a ter mais poder dentro do estado para aprovarem os projetos de seus interesses, contra os projetos de interesse dos trabalhadores. As exigências da patronal e da burguesia, bem como do imperialismo, levaram à aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) enviada pelo governo ao Congresso, impuseram fortes mecanismos que impedem aumentos nos gastos públicos, impondo meta restritiva no superávit primário. Ou seja, mais e mais arrocho, mais e mais ataques às conquistas dos trabalhadores.
Pelo andar da carruagem, a CUT vai ter que construir um arrojado calendário de mobilizações para impor uma derrota aos patrões e apertar o cerco para que o PT e Dilma rompam com a burguesia para que os trabalhadores possam conquistar o fim do fator previdenciário, a redução da jornada de trabalho sem redução dos salários, a revogação das reformas da previdência, o fim das privatizações, nacionalização das empresas privatizadas, nacionalização dos bancos e reforma agrária.
A maioria da direção da CUT não pode aceitar a desoneração da folha de pagamentos e ficar oscilando entre apoiar as lutas dos trabalhadores e dar sustentação ao governo de coalizão com a burguesia. Está certo Paulão dos metalúrgicos de São Bernardo do Campo que na Praça da Sé no dia 6 de julho, no ato da CUT, afirmou: “o governo não pode privilegiar as alianças coma burguesia e em função da coalizão deixar de lado as reivindicações dos trabalhadores; à merda estas alianças, a verdadeira aliança do governo deve ser feita com a classe trabalhadora”. sso pode acabar obrigando-a a abrir mão das bandeiras históricas da classe trabalhadora.
Se Dilma romper com a coalizão burguesa, certamente os trabalhadores, a CUT, o PT e o MST lhe darão todo apoio para enfrentar a crise e avançar na construção do socialismo.