PT de Campinas aprova Moção de repúdio ao golpe no Paraguai

 

Nós, militantes petistas presentes ao Encontro Municipal do Partido dos Trabalhadores de Campinas, vimos, por meio dessa moção, repudiar o golpe de Estado realizado no Paraguai e exigir a volta do Presidente, democraticamente eleito pelo povo paraguaio, Fernando Lugo.

Depois de anos de ditadura militar de Stroessner, de 70 anos do poder do Partido Colorado, Fernando Lugo foi eleito pelo povo paraguaio para exercer um programa democrático popular, fortemente apoiado pelos movimentos sociais historicamente reprimidos pela elite paraguaia.

Desde o início do governo houve enfrentamentos entre o PLRA (do vice-presidente Federico Franco), histórico partido da classe dominante e que disputa com o Partido Colorado o poder institucional, e a base popular de Fernando Lugo, expressa eleitoralmente pelo Movimento Tekojoja, Partido Movimento ao Socialismo (P-mas), Partido Democrático Cristão, entre outros.

Houve mais de 20 tentativas de derrubada de Fernando Lugo durante os últimos quatro anos. O PLRA, representando seus interesses de classe, sempre buscou desgastar o governo Lugo, atacando os movimentos sociais e não permitindo medidas progressistas e democráticas, necessárias para o Paraguai, como a reforma agrária, numa país onde a concentração de terra e renda é brutal.

Agora, temendo a perda de espaço para as próximas eleições, o PLRA abandona formalmente o apoio ao governo, se alia ao Partido Colorado, provoca um extermínio no campo, incitando o conflito agrário e responsabiliza, hipocraticamente, o Presidente Fernando Lugo por isso. De forma traiçoeira e oportunista, anuncia o rompimento formal com Fernando Lugo e, usando a maioria no Parlamento, organiza um golpe de Estado.

Reconhecendo a importância estratégica do Brasil para o Paraguai, sabendo do poder de influência de Dilma e Lula, da relação do PT com os movimentos sociais paraguaios, não somente repudiamos o golpe de Estado e exigimos a volta do Presidente Fernando Lugo, como pedimos à Presidenta Dilma Rousseff para que adote todas as medidas possíveis para atender aos preceitos democráticos aqui apresentados.

Campinas, 24 de junho de 2012

(Moção apresentada por Alexandre Mandl, da Esquerda Marxista, aprovada por unanimidade)