Dias antes do Dia da Consciência Negra, mais um caso de racismo ocorre. Dessa vez contra um jovem, Julio Dantas, que é um dos proprietários da página no Instagram “Carioquice Negra”, com mais de 180 mil seguidores. Julio sofreu uma abordagem racista de policiais militares do Programa Segurança Presente, no Rio de Janeiro, na tarde desta quarta-feira (17).
Segundo Julio, os policiais tentaram acusá-lo de diversas formas: volume estranho na camisa, entrar e sair rápido demais da loja, não responder ao comando da polícia, embriaguez e desobediência. Segue o vídeo com o depoimento de Julio fazendo a denúncia da ação:
Qual é o crime de Julio Dantas? O fato é que no Brasil ser negro já é o bastante para ser tratado como criminoso. Assim, se não há crime eles serão inventados. Qualquer motivo é uma desculpa para desrespeitar, prender, agredir e até matar os negros.
O capitalismo é hipócrita: na grande mídia e nas redes sociais todos “comemoram” o Dia da Consciência Negra e os “espaços conquistados” pelos negros. Mas no mundo real seguem as humilhações e agressões.
Isso porque o capitalismo só é a favor da igualdade no discurso, na prática ele precisa do racismo para manter a exploração desumana e a divisão da classe trabalhadora. Enquanto houver capitalismo, o racismo vai seguir livre para agir. Não podemos ter qualquer ilusão de que o racismo será “desconstruído” dentro desse sistema, que necessita das desigualdades para sobreviver.
O Movimento Negro Socialista presta solidariedade ao companheiro Julio Dantas e o apoia em não aceitar calado mais essa ação racista da polícia e dos donos da Renner.
- Ser negro não é crime!