O movimento pela reintegração dos 17 estudantes expulsos da Unesp de Araraquara, interior de São Paulo, conquistou a conversão das expulsões para suspensões. É uma vitória, ainda que parcial.
Na última quinta-feira (07/05), em frente à reitoria da UNESP, o movimento estudantil organizou um ato pela imediata reintegração dos 17 estudantes expulsos do campus de Araraquara, após uma ocupação na direção da unidade, deliberada previamente por assembleia estudantil legítima.
Várias forças políticas de esquerda estavam representadas em meio ao movimento. Militantes da Esquerda Marxista de Araraquara e São Paulo, Anarquistas, membros do PCB, PCO, PSOL, MRT e vários independentes, compunham a massa estudantil. A princípio, a Polícia Militar, formou um cordão de policiais em frente às portas da reitoria isolando o local, sem permitir a aproximação dos estudantes.
Algumas palavras de ordem foram entoadas. Jograis ajudavam na comunicação com as massas. Houve uma pequena plenária e informes foram trocados sobre as situações entre os campi tanto da Unesp, como Unicamp e USP. Porém, faltou uma assembleia organizada para o melhor andamento e coesão entre os presentes no ato.
Em paralelo ao ato ocorria o Conselho Universitário, que após horas e horas de debate, e com a decisão precisando ser tirada por voto de Minerva do reitor, ficou decidido que as 17 expulsões foram substituídas por 180 dias de suspensão aos estudantes.
Esse resultado deve ser analisado com muito cuidado, primeiramente demonstra que o movimento estudantil conseguiu reverter uma punição completamente arbitrária e descabida; entendendo os mecanismos provenientes da ditadura em que esses processos são embasados, e ao alto grau de repressão apresentada nas universidades públicas de hoje, podemos olhar o resultado como uma vitória parcial. Contudo, não podemos baixar a guarda, pois sabemos que a repressão não foi totalmente revertida, ainda temos que continuar não só nesta luta, como nas próximas que virão.
A Esquerda Marxista faz um chamado a todos para uma assembleia de balanço sobre o ato, além de um direcionamento de para onde caminharemos a partir daqui. Chamamos também para uma aproximação com a campanha Público, Gratuito e Para Todos! Que se espalha cada vez mais em diversas cidades, visando melhorias no transporte, saúde e educação, pública e gratuita para todos. Também atentamos para a luta pela aprovação do PL 7951/14 que prevê anistia aos lutadores e lutadoras sociais criminalizados.
O movimento estudantil respira depois de um forte golpe, retomaremos o ar, nos organizemos de forma mais coesa, lembremos que suspensão ainda é repressão!