Imagem: Elineudo Meira, @fotografia.75 via Fotos Públicas

Sampaprev 2: por que sofremos mais essa derrota?

No dia 10 de novembro, os servidores públicos municipais foram fortemente atacados pela Guarda Civil Metropolitana (GCM) e pela PM com bombas de efeito moral, balas de borracha e gás de pimenta, em frente à Câmara de Vereadores de São Paulo, a mando do prefeito Ricardo Nunes (MDB). Mais uma vez os trabalhadores enfrentaram a truculência desses governos que nada têm a nos oferecer a não ser a retirada de direitos e a miséria.  Essas ações são as práticas adotadas para aprovação de projetos de leis que só trazem benefício para empresários e banqueiros.

Esse é o caso do PLO 07/2021 (Sampaprev 2) – a continuidade da reforma previdenciária de Bolsonaro – que foi aprovado na madrugada do dia 11, episódio que contou com a brutal repressão dos trabalhadores que tentavam barrar mais esse ataque.

O Sampaprev 2 consiste no aumento da idade de contribuição dos servidores para 62 anos mulheres e 65 anos homens e dos professores para 57 anos mulheres e 60 anos homens e mais desconto de 14% dos salários dos já aposentados que contribuíram com a sua aposentadoria na ativa, a partir de R$ 1.100,00.

Quem acompanhou minimamente o processo de votação na Câmara de Vereadores pôde perceber que não há diálogo com os representantes da elite, que tem suas mãos cheias de dinheiro para votarem a favor de projetos que prejudicam os serviços públicos e a maioria da população. Imaginar e defender que vamos convencê-los de não tirar nossos direitos é pura ingenuidade. Essas instituições (Câmara, Alesp, Congresso Nacional) são instrumentos da burguesia, não pertencem aos trabalhadores. Por isso, a campanha dos sindicatos e vereadores do Psol e PT como: “Se votar não Volta!” ou “Vira voto!”, emendas e substitutivos aos projetos são inúteis.

O que fizeram as direções sindicais? Em vez de organizar o ódio instaurado dos trabalhadores se conformam com o resultado e não convocam uma nova assembleia para que a categoria possa se reorganizar e decidir os rumos do movimento. O Fórum das Entidades reunidas declara encerramento da greve, “simples assim”. E os erros continuarão, os sindicatos e vereadores de oposição vão apelar para ações junto ao ministério público e o judiciário (entidades burguesas) para reverter a aprovação dos projetos.

Uma direção verdadeiramente revolucionária, que quer conquistar vitórias a classe trabalhadora colocaria toda estrutura das entidades sindicais em peso para dar continuidade a greve dos servidores na luta para revogar todos os projetos de destruição aos serviços públicos. Convocaria solidariedade de classe de outras categorias, sindicatos e centrais sindicais para defesa dos servidores, com uma campanha: “mexeu com um trabalhador, mexeu com toda a classe”.

É culpa da maioria da categoria não aderir à greve? Não. A categoria reconhece a gravidade e sabe que o ataque do governo é grande, mas não atendeu ao chamado dos sindicatos para greve porque ninguém entra em uma briga sabendo que vai apanhar ou perder. Qualquer trabalhador luta querendo ter uma perspectiva de vitória, mas o discurso do Fórum das Entidades Sindicais Municipais já beirava a derrota pois apelavam para consciência dos nossos inimigos, em vez de mobilizar a categoria. Não adianta só eventos virtuais por WhatsApp ou pelo site do sindicato para que a categoria entre em luta. É necessário ir aos locais de trabalho e construir a greve, o movimento, discutir política, explicar a situação e convencer para luta.

A questão é luta de classes, é guerra! E nossas armas são: a mobilização, organização e luta dos trabalhadores independentes, sem conciliação e coligação com a burguesia e seus partidos. Nossos instrumentos de luta são: as greves, as manifestações de rua, os sindicatos, as centrais sindicais e um partido realmente revolucionário de defesa da classe trabalhadora. Temos que ocupar estes lugares e tirar essas direções reformistas, traidoras dos nossos instrumentos de luta para que possamos fazer a luta e alcançar vitórias verdadeiras. Nenhuma ilusão no Parlamento burguês, nossa saída é a força na luta dos trabalhadores.

Chamamos a todos que concordam com nossas ideias para se organizarem com o Coletivo Educadores pelo Socialismo e com a Esquerda Marxista. Na defesa dos serviços públicos, gratuitos para todos! Participem da nossa reunião: Por que os serviços públicos estão sendo atacados? Será na terça-feira (23/11), às 19:30, pelo Meet. Para participar, entre em contato: (11) 99877-7144. Junte-se a nós!