Foto: Sismuc

Servidores de Curitiba amargam pacotaço depois de greve e ocupações

Desde o início de março, os servidores públicos de Curitiba travam um importante movimento de luta contra a retirada de direitos e o desmonte da previdência. Trata-se de um conjunto de projetos de lei (pacotaço) enviados para Câmara de Vereadores pelo prefeito Rafael Greca (PMN). O ajuste segue a mesma linha operada pelo governo federal e demais governos estaduais e municipais, em conluio com a burguesia, que busca destruir os serviços públicos e reduzir o preço da força de trabalho. Ou seja, querem diminuir os padrões de vida e sobrevivência do conjunto da classe trabalhadora.

Por duas vezes os servidores em greve, em 13 e 20 de junho, através de ação de massas, enfrentaram a polícia e ocuparam o Legislativo, impedindo a votação. Diante da dificuldade imposta pela luta da categoria, o prefeito, através dos vereadores de sua base de sustentação e a polícia militar do estado, decide modificar o local de votação para Opera de Arame, um famoso teatro cercado por uma pedreira, um lago e uma grande vegetação.

Além das limitações impostas pela geografia do ambiente, um poderoso aparato policial foi montado para reprimir com força uma nova ocupação do espaço de votação. Na terceira oportunidade, os servidores foram brutalmente reprimidos e impedidos de entrar no espaço de votação. A tropa de choque e a cavalaria foram utilizadas para garantir a votação do pacote de maldades do prefeito Rafael Greca. Assim se repetiu, lamentavelmente, o comportamento do governador Beto Richa no dia 29 de abril de 2015 e do ex-governador Álvaro Dias em 30 de agosto de 1988.

A luta dos servidores públicos de Curitiba nos ensina que, para enfrentar e derrotar ataques dessa magnitude, é necessário construir um vigoroso movimento de greve geral por tempo indeterminado que ultrapasse os limites da luta sindical economicista. Foi assim que os servidores de Florianópolis conseguiram derrotar o governo daquela cidade este ano. Esse combate precisar entrar em um patamar superior, de luta política, que envolva o conjunto da classe trabalhadora da cidade contra o prefeito e sua política. Concentrar a luta em ações de ocupação nos dias de votação demonstrou-se insuficiente, diante do patamar que a luta de classes assume atualmente.