Ao contrário do que indicam as análises sectárias, os fenômenos confusos do reformismo de esquerda também expressam a saudável busca de reorganização de trabalhadores e jovens.
Nos últimos anos, temos visto o desenvolvimento de iniciativas políticas à esquerda das organizações tradicionais da classe trabalhadora, como o Syriza na Grécia ou o PODEMOS na Espanha.
Se por um lado expressam o descontentamento social frente o sistema capitalista e o descolamento das massas em relação aos velhos partidos reformistas (ou de cunho stalinista), por outro, suas direções carregam um programa político perigoso: confuso, incompleto e cheio de ilusões na democracia burguesa.
Evidentemente que ficar denunciando que essas experiências de nada servem porque, afinal, são expressões de um tipo de reformismo (de esquerda), não ajuda a classe trabalhadora e a juventude a se reorganizarem sob um novo eixo de independência. É claro que rebaixar nossas posições e análises também não ajudaria a superar o problema da direção a ser tomada.
De fato, as massas irão testar uma, duas, várias vezes as linhas políticas que lhes aparecem como alternativas até que uma força revolucionária se constitua como resultado próprio dessa experiência.
Porém, esse caminho não é uma linha reta, nem automática. Depende de uma série de circunstâncias, sendo que a mais importante é a capacidade de recrutamento, formação, intervenção e inserção, cada vez maior, de quadros revolucionários na dinâmica real da luta de classes e partindo sempre do nível de consciência das massas, para ajudá-las a trilhar o caminho da autoemancipação.