Imagem Paulo Pinto, Agência Brasil

Tarcísio prepara parceria público-privada na gestão das escolas estaduais de SP

Em mais um violento ataque à educação pública, o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou a abertura de 33 novas escolas estaduais no estado, que serão construídas especificamente para serem entregues à iniciativa privada. Empresas interessadas disputarão um leilão em novembro deste ano para assumir a gestão dessas novas unidades de ensino.

O projeto prevê um investimento de R$ 1,6 bilhão, valor que será obtido com a ajuda do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Uma vez construídas, essas escolas terão suas gestões entregues aos empresários vencedores do leilão e permanecerão sob a tutela deles por 25 anos, tempo que dura a concessão.

A proposta de Tarcísio se assemelha à que foi apresentada por seu antecessor, o ex-tucano João Doria, que queria conceder a gestão de 60 escolas públicas para grandes empresários como ele. Mas não estava prevista a abertura de novas escolas, que é o que destaca o projeto atual de Tarcísio e seu secretário da Educação, Renato Feder.

Aliás, proposta similar foi feita por Feder quando ele assumiu a pasta da educação no Paraná em 2022. E os resultados da gestão de Feder na educação pública paranaense são bem conhecidos: precarização das escolas, exclusão de estudantes e mais lucro para os “parceiros” da iniciativa privada.

Um dos argumentos usados pelo governo para defender a medida é a abertura de mais de 35 mil novas vagas na rede pública estadual. Diante do fechamento de inúmeras salas de aula por toda a rede estadual, da exclusão de milhares de alunos através das escolas do Programa Ensino Integral (PEI), esse “argumento” soa como um insulto à alunos, professores e comunidade escolar.

A categoria deve mobilizar-se ao lado de pais, alunos e funcionários para derrotar mais essa afronta do governo Tarcísio à educação pública. Já provamos que com organização e firmeza, esse governo cede à nossa força. Devemos repetir a demonstração de união que já deu certo no passado, e dessa vez sob a bandeira “Fora Tarcísio”, a única que pode atirar na lata de lixo da história essas figuras sinistras que querem acabar com o que resta do ensino público.