Imagem: Gibran Mendes, CUT Paraná

Tirem as mãos do mandato de Renato Freitas!

No dia 05 de fevereiro ocorreram manifestações em diferentes cidades do país exigindo justiça para Moïse Kabagambe e Durval Teófilo Filho (ambos negros violentamente assassinados) e contra o racismo e a xenofobia. Em Curitiba o ato organizado pelo Núcleo Periférico impulsionado pelo mandato do vereador Renato Freitas (PT) ocorreu em frente a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos de São Benedito (nome original da Igreja), construída por negros e para negros em 1737, já que eram proibidos, no período da escravidão, de entrar em outras igrejas da cidade.

A relação histórica que existe entre os trabalhadores negros de Curitiba e a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos de São Benedito foi o principal motivo para escolha do local do ato. Em determinado momento da manifestação, uma parte dos presentes, entre eles o vereador Renato Freitas (PT), decidiu entrar na igreja com o intuito de relembrar de forma simbólica a relação do local com o movimento negro e transmitir mensagens de “amor”, “respeito” e “solidariedade”. É bom que se diga que a entrada dos manifestantes na igreja ocorreu de forma pacífica e em um momento que não estava ocorrendo missa.

Esta atitude dos manifestantes foi suficiente para as elites da cidade se insurgirem contra o movimento negro e, principalmente, contra o mandato de Renato Freitas (PT). Acusam os manifestantes de intolerância religiosa, o que é um absoluto absurdo, e pedem a cassação (quatro pedidos foram aceitos pela câmara de vereadores de Curitiba) do mandato do vereador petista. Essa ação da elite curitibana, com forte componente racista, busca calar um dos poucos mandatos petistas que em alguns aspectos rompe com a rotina parlamentar e busca mobilizar os setores populares. Balanços e avaliações sobre esta e outras ações da classe trabalhadora podem e devem ser realizados, porém, tal julgamento deve ser feito pela própria classe trabalhadora e não por nossos inimigos.

Em hipótese alguma pode haver vacilo sobre a defesa dos mandatos que possuem relação com a classe trabalhadora e suas lutas. Independente das nossas diferenças políticas com o PT e com o mandato, defendemos a liberdade de manifestação e repudiamos a tentativa de criminalização. Por este motivo manifestamos nossa total solidariedade e gritamos em alto em bom som: Tirem as mãos do mandato de Renato Freitas!