UFGD/MS: Sem luta não há conquista!

Após morte de um aluno por falta de estrutura para atendimento médico. Estudantes da Universidade Federal da Grande Dourados se mobilizam pela implantação de uma unidade básica de saúde no campus.

No dia 19/08, um acadêmico de ciências sociais, o Sr. Anacleto, de 60 anos, teve um infarto durante seu período de aula. Amigos tentaram reanimá-lo e, durante 37 minutos, ele lutou pela sua vida, mas não conseguiu sobreviver. O aluno faleceu. Seus colegas de sala tentaram pedir socorro para colegas de outros cursos em especial ao curso de medicina que existe dentro do campus, e as palavras de “apoio” de um professor da Faculdade de Medicina foram: “dentro da universidade sou professor, não medico”.

Nós, acadêmicos, ficamos indignados com a situação, pois estudamos a 12 km fora da cidade e há dois cursos na área da saúde em nosso Campus – o de medicina na Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) e de enfermagem na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS). Como não existir um ambulatório na cidade universitária?

Esse não foi o primeiro caso, há alguns meses, houve uma menina que teve um ataque respiratório e precisou ser levada ao hospital com urgência por colegas da turma. Outros casos também já foram indiciados e outra morte já ocorrida. Os cursos de Ciências Sociais, de Biologia e de Zootecnia decidiram paralisar suas aulas como protesto. Assembleias acadêmicas foram organizadas para mobilização e organização de protestos para a conquista do ambulatório no Campus.

Foi feita uma passeata pelas ruas de Dourados com cartazes até a frente da reitoria; pedimos que o reitor se apresentasse e desse um norte do que seria feito. Disseram que ele não estava no local, então, nós – alunos – adentramos na reitoria e o encontramos dando posse a alguns cargos na universidade. Ocupamos o evento e pedimos explicações. Ele nos respondeu que não falaria nada e organizaria uma audiência pública. Isso foi na sexta-feira, dia 22/08. A audiência pública foi marcada para dia 26/08.

Na audiência, estavam diretores do H.U, pró-reitores da universidade e acadêmicos de vários cursos. O reitor não quis ouvir a todos e as várias reivindicações. Ele propôs como medida imediata: ser criada uma unidade suporte para emergências com três enfermeiros que se revezariam ao longo dos três turnos que abrange aulas no campus.

Foi criado um comitê “Pró-implantação da unidade básica de saúde no campus”, composto por administrativo, docentes, técnicos e estudantes.   Essa unidade será não só para estudantes, mas para os trabalhadores da região.

A luta não para por ai, ainda há muito que melhorar, há muitas reivindicações e melhorias a serem conquistadas. Estamos fortes, sabendo que sem luta não há conquista. Vamos para as ruas, praças, assembleias, entre centros acadêmicos e comitês de lutas, firmados na universidade, se unindo para que haja mudanças. Seguimos em frente, com ânimo e esperança em uma universidade melhor, pública, gratuita e para todos!

http://www.ufgd.edu.br/noticias/unidade-de-suporte-as-urgencias-comeca-a-funcionar-no-campus-da-ufgd

*Thacio Fagundes é coordenador do Centro Acadêmico de Artes Cênicas da UFGD