Mauá
Foi dada a entrada de uma liminar de reintegração de posse, que visa tirar as mais de 1000 famílias que estão em terreno ocupado em Mauá, no Jd. Olinda. O proprietário é Geraldo Joaquim, de 72 anos, que entrou com um pedido de reintegração de posse na 2ª Vara Cível do Fórum de Mauá. A decisão judicial ainda não foi tomada.
Frente a esse novo episódio, foi convocada para hoje às 16h uma Assembléia Geral no acampamento de Mauá – a assembléia também vai escolher o nome da sua comunidade. São várias as possibilidades, todas elas homenageando lutadores do povo. Também decidirão uma data de realização de uma marcha até a prefeitura ou câmara (ainda indefinida) para os próximos dias.
Durante todo o dia houve trabalhos de organização interna. O grupo de ação social da paróquia São João Batista segue desde a manhã de hoje cadastrando e recolhendo informações sobre as famílias sem teto.
Negociações de segunda-feira
Na segunda feira, 31/03, foi feita uma reunião entre uma comissão do acampamento e a Secretaria de Habitação de Mauá. Durante o encontro, a prefeitura se comprometeu em fazer uma caixa d’água na área e abastecê-la com água da Companhia Municipal de Água, e disse haver possibilidade de fazer banheiros químicos, doar alimentos, cobertores e colchões.
Em relação à área, existe a possibilidade de, junto ao Ministério das Cidades, realizar a desapropriação, uma vez que ela já foi objeto de decreto de utilidade pública para fins de moradia. Além disso, o proprietário possui uma dívida de R$ 618 mil de IPTU somente nesse terreno, além de outros terrenos na cidade que igualmente possuem dívidas.
Embu
A ocupação realizada em Embu das Artes se fortalece a cada instante – já são em torno de 500 famílias no local, vindas de toda a região.
O terreno estava vazio há muitos anos e há relatos de que tenha sido utilizado para fins de tortura durante a ditadura militar – o terreno pertenceria à família Paranhos Fleury.
O MTST reivindica a desapropriação desse ou outros terrenos para a construção de habitação de moradia popular.
Foi realizado, na ocupação de Embu das Artes do MTST, um ato público com o bispo dom Luis Cappio – o mesmo que realizou duas greves de fome contra a transposição do Rio São Francisco.O ato em apoio às lutadoras e lutadores sem-teto, ocorreu às 9:30.
Essa ocupação integra uma jornada de lutas urbanas nacional que o MTST participou com a realização de ocupações de terra em Mauá, Campinas, Embu (SP) e Manaus (AM).
As famílias do Acampamento Silvério de Jesus do MTST – na cidade de Embu – farão uma grande luta no dia de hoje. Primeiro farão uma marcha até prefeitura da cidade para exigir do prefeito Geraldo Cruz:
1. Posicionamento do prefeito com relação à ocupação e ao risco de despejo;
2. Que o governo municipal desaproprie a área – junto com os governos estadual e federal – para construção de moradias populares, uma vez que a mesma tem dívidas milionárias com a prefeitura e pelo fato de estar abandonado a mais de 30 anos, servindo apenas para desmanche de carros, estupros e desova de cadáver;
3. Que o prefeito garanta assistência social e um mínimo de estrutura para o bem-estar das famílias como caminhão-pipa, banheiros químicos e coleta de lixo.
A marcha sairá do acampamento às 14h e deve chegar na prefeitura por volta das 15h.
No período da noite, às 18h, as famílias do acampamento Silvério de Jesus irão à Câmara Municipal de Embu, onde será proposta uma moção de apoio a Ocupação.
Rua Mimi Simões, s/n Jardim Tomé – Embu (próximo a escola Hugo Carotini que fica na estrada Keishi Matsumoto, Embu)
Fonte: ABRA