Passados quase 12 meses da pandemia, o retorno às atividades presenciais nas redes públicas de ensino tem sido marcado por muita polêmica. De um lado, empresários e comerciantes e todas as relações capitalistas que representam, acirram o discurso de que a escola é apenas mais um espaço a ser aberto, diante de tantos outros que, aparentemente, vêm funcionando na sua normalidade. Por outro, trabalhadores da educação e famílias atendidas que temem a exposição de crianças e adolescentes em espaços com pouca ou sem ventilação, desrespeitando um bem maior: a vida. Além da precariedade do sistema de transporte público a que muitos estarão submetidos na ida e volta às escolas.
Sabe-se também que os protocolos de segurança, bem como os planos de contingência existentes são impraticáveis, uma vez que nem mesmo nos hospitais e unidades de pronto atendimento tais protocolos conseguem ser atendidos na sua totalidade. Relatos no campo da saúde têm mostrado essa ineficiência, seja pela falta de EPIs ou pela sobrecarga dos trabalhadores. A escola não é qualquer lugar e não pode ser tratada como tal, simplesmente para atender a lógica capitalista: a escola não é comércio, não é bar, não é balada, não é shopping, não é praia. Temos à frente do país um governo que nega a ciência e desdenha das mais de 228 mil mortes pelo coronavírus e que tenta em conjunto com os governos estaduais e municipais passar uma falsa impressão de que estamos vivendo dentro da normalidade sanitária.
Seguindo essa lógica, o prefeito Gean Loureiro (DEM) determinou que na Rede Municipal de Ensino de Florianópolis as aulas no sistema híbrido (online/presencial) iniciem a partir do dia 10 de março, conforme a Portaria 032/2021. O sistema híbrido de ensino prevê a presença de 50% dos estudantes na escola por turno, desconsiderando as especificidades do ambiente escolar, tais como: contato físico e verbal intenso, rotina, interação, aprendizagem, cumprimento de regras, dentre tantos outros aspectos. De um modo geral, a Portaria 032/2021 não dá conta do cenário pandêmico a que inúmeros trabalhadores estarão submetidos, realizando apenas uma transposição de responsabilidades, processos pedagógicos, aprendizagem e avaliação, como se estivéssemos no ensino presencial regular, desconsiderando a presença da Covid-19.
A direção do Sintrasem precisa convocar assembleia da categoria para deliberarmos a respeito. É hora de unificarmos os trabalhadores dos serviços públicos municipais e estadual da grande Florianópolis para construirmos uma forte greve. Temos 30 dias para construirmos a greve junto à categoria e comunidade escolar.
Esse é o momento para organizar uma greve nacional dos trabalhadores em educação e dos estudantes contra o retorno das aulas até que todos estejam vacinados. É o momento de enfrentarmos a política de destruição dos serviços públicos de Bolsonaro, Moisés e Gean.
- Volta às aulas só com vacina!
- Por uma greve nacional dos trabalhadores em educação e dos estudantes!
- Fora Gean!
- Abaixo o governo Bolsonaro, por um governo dos trabalhadores sem patrões nem generais!