Foto: Alexcocopro

Venezuela: a víbora da contrarrevolução levanta a cabeça

O autoproclamado “presidente interino” da Venezuela, Juan Guaidó, está tentando realizar um golpe militar, a “Operação Liberdade”, como ele denominou a “etapa final” de sua tentativa de afastar Maduro. Ele está acompanhado por Leopoldo Lopez, que foi libertado por um punhado de policiais e militares de sua prisão domiciliar logo cedo pela manhã. É um “movimento de tudo ou nada”, como algumas pessoas o descreveram.

Junto a uma pequena força militar, eles tentaram tomar a base aérea de La Carlota na região leste de Caracas. Dali, emitiram um apelo às forças armadas da Venezuela para se juntar a eles em sua tentativa de derrubar o governo de Maduro. Foram ouvidos tiros do lado de fora da base aérea, no que parece ter sido um confronto entre os apoiadores de Guaidó e os soldados leais ao governo.

Parece que algumas pessoas podem estar respondendo ao apelo de Guaidó – embora, no momento, a situação não esteja clara – e saindo às ruas em Caracas e em todo o país. Os últimos relatos não-confirmados parecem indicar que uma multidão de civis entrou agora na base aérea militar de La Carlota.

Após ter fracassado no início deste ano, está claro que a oposição de direita está tentando desesperadamente recuperar a iniciativa. “É agora ou nunca”, teria dito um jovem soldado que apoia Guaidó.

Enquanto isto, o presidente da Assembleia Nacional Constituinte, Diosdado Cabello, falando na TV estatal nacional, convocou os apoiadores do governo e a milícia Bolivariana a sair e defender o Palácio Miraflores, enquanto Maduro, depois de falar com os líderes militares, disse que os mesmos expressaram “total lealdade ao Povo, à Constituição e à Pátria”.

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Se o golpe vai ter êxito ou não, o veremos nas próximas horas. Mas o imperialismo EUA já expressou o seu apoio. O conselheiro de segurança nacional dos EUA, John Bolton, tuitou: “As [forças armadas] devem proteger a Constituição e o povo venezuelano. Deve ficar ao lado da Assembleia Nacional e das instituições legítimas contra a usurpação da democracia. Os Estados Unidos estão com o povo da Venezuela”. E Luís Almagro, secretário-geral da OEA, também entrou no tuíte para expressar o seu apoio ao golpe.

Está claro a partir desses acontecimentos que a oposição, apoiada pelo imperialismo EUA e por tudo o que reacionário nas Américas, não vai desistir de sua tentativa de remover o governo eleito da Venezuela. Também fica claro que nenhuma quantidade de conciliação vai remover este problema. Guaidó devia ter sido preso depois de sua tentativa anterior de dar um golpe, como explicamos no momento.

A oposição, liderada por Guaidó e Lopez, espera que a crise econômica que atinge a Venezuela lhes proporcione o apoio de massa necessário ao êxito completo de seus planos. Nenhum compromisso com esses elementos reacionários de direita é possível. Ou o governo Maduro completa o que a Revolução Bolivariana começou a realizar sob Chávez – expropriando as propriedades das principais corporações que operam na Venezuela junto com as dos grandes latifundiários, e colocando-as sob o controle das massas revolucionárias – ou as deixa como estão, facilitando assim a vitória dos golpistas de direita. Se essa gente chegar ao poder, destruirão o que restou das reformas realizadas durante os passados 20 anos.

Todas as forças da revolução devem ser mobilizadas para deter esse golpe. Mãos imperialistas fora da Venezuela! As massas devem completar a revolução agora, ou sucumbirão eventualmente à reação sombria – não há outro caminho!

Artigo publicado em 30 de abril de 2019. Tradução de Fabiano Leite.