Os trabalhadores do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), estatal de Tecnologia da Informação (TI) do Ministério da Economia e principal provedora de soluções tecnológicas para o Estado brasileiro, paralisaram suas atividades por tempo indeterminado no dia 27 de agosto. Agora, o movimento está sendo atacado pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) que busca impor a proposta da empresa não aceita pelos trabalhadores.
Desde 2016, os trabalhadores da categoria vêm lutando contra o rebaixamento de salário, que tem se mantido abaixo da inflação. As negociações já iniciavam propondo cortes de direitos e nenhum ajuste, seguindo a velha tática de começar com piores condições para que o acordo desejado pareça mais aceitável em comparação.
Uma das cláusulas mais antigas conquistadas em acordos coletivos passados era o anuênio, que no período do governo Bolsonaro passou a ser quinquênio, e que a diretoria, por conta da Resolução 52 da CGPAR, quer retirar para os novos concursados. A principal luta da greve atual é, portanto, ir contra esse retrocesso em salário e direitos.
Além desse ponto central, se encontram outras demandas secundárias. O ticket de alimentação, por exemplo, assim como acontece com a categoria em todo o país, se encontra defasado em relação aos preços atuais dos alimentos e não consegue pagar o almoço. O plano de saúde, que funciona como uma espécie de fundo, deveria ser coberto de forma equalizada por funcionários e pela empresa, mas a empresa tem coberto apenas cerca de 30%, em vez dos 50% inicialmente acordados.
Também o modelo de trabalho remoto, popularizado principalmente por conta do período da pandemia, atualmente é mal regularizado, ficando totalmente a critério dos gestores de cada área, de definirem as regras por fora dos acordos coletivos. Por conta disso, não há qualquer compensação econômica para adequação ergonômica de móveis e instrumentos de trabalho, cobertura de despesas de internet e escritório, entre outros aspectos negligenciados para os trabalhadores dessa modalidade.
Nesta terça-feira, 03/09, o TST acatou a proposta da empresa e ordenou que ao menos 50% dos funcionários voltem ao trabalho, sob o argumento de que o trabalho deles é serviço essencial. Esse seria mais um motivo para atender as demandas dos trabalhadores que cada vez mais estão sob pressão para pois não conseguem manter seus padrões de vida que são atacados com remoção de direitos e com baixos salários.
A Organização Comunista Internacionalista (OCI) apoia a paralisação e a luta por melhores condições de trabalho. Chamamos a todos os trabalhadores a se unirem para lutar contra esse sistema que expropria a classe trabalhadora e os trabalhadores de tecnologia a se juntarem a gente na ComunaTec.