A Copa vai ser das ruas em 2014!

A Revista Time deu o título de “Personalidade de 2013”, na América Latina, para … as ruas. O Boletim Foice & Martelo também. E, em 2014, nossa campanha “Público e Gratuito para Todos! Transporte, Saúde, Educação! Abaixo a Repressão!” vai ajudar a dar o campeonato para as ruas, outra vez.

A Revista Time deu o título de “Personalidade de 2013”, na América Latina, para … as ruas. O Boletim Foice & Martelo também. E, em 2014, nossa campanha “Público e Gratuito para Todos! Transporte, Saúde, Educação! Abaixo a Repressão!” vai ajudar a dar o campeonato para as ruas, outra vez.

Essa revista imperialista pode dar o mesmo título no Oriente Médio, onde num só dia 17 milhões de egípcios saíram às ruas e puseram fim a 12 meses do governo reacionário de Morsi, da Irmandade muçulmana. E, em toda a região, o que se vê é a mobilização e a instabilidade dos regimes.

Na Ásia, a Indonésia, está à beira do colapso econômico, com diversas regiões ameaçando separar-se e as massas nas ruas. Na Tailândia, o governo luta para não cair, a oposição está nas ruas de forma permanente. Na China, enquanto, os ex-stalinistas convertidos ao capital lançam prendem seus ex-colegas de CC do PCCH por corrupção, eles mesmos enriquecem cada vez mais. Manifestações, semi-insurreições, ocupações e execução de gerentes e patrões pelos operários, tem levado a um aumento da crise nas cúpulas.

Na Europa, greves gerais em Portugal e Grécia só não derrubaram os governos porque os dirigentes das organizações de massa apoiam o capitalismo. Na Espanha, Itália, vemos greves e manifestações poderosas. Na Suécia, jovens e imigrantes incendeiam as periferias das grandes cidades. Na Inglaterra, as mobilizações põe na parede o governo conservador. Na França, o presidente “socialista” aplicou os planos capitalistas e agora tem 15% de apoio. Manifestações varrem a Rússia, a Ucrânia (sequestradas pela extrema direita), das greves e mobilizações sacodem a Bósnia, a Sérvia e até a Áustria!

Na América do Norte, o estável Canadá viu as ruas tomadas por centenas de milhares de estudantes. E o México foi inundado por greves, manifestações e dezenas de cidades controladas por milícias populares de autodefesa que expulsaram da cidade os narcotraficantes e ao polícia.

Os governantes parecem não saber o que fazer. Inclusive, porque o aumento da repressão parece não acalmar ninguém. Os trabalhadores e a juventude começaram a dizer não e a perder o medo. É que a situação de vida sob o capitalismo é insuportável.

No Brasil, na Argentina, na Bolívia, na Colômbia, passeatas, panelaços, greves massivas, ocupação de fábricas e de repartições públicas, enfrentamentos de rua, foram a tônica durante 2013. A polarização entre as classes se acentua e tudo fica elétrico. Até o “Rolezinho” se transforma num caso político nacional. Cada grande cidade, cada país expressa de sua maneira a situação crispada das forças de classe em luta. As demagogias e as promessas falsas não duram mais que um instante esmerilhadas pela dureza da vida e pelo mal estar de toda a civilização capitalista.

Na Venezuela, a oposição burguesa conduzida e sustentada pelo imperialismo norte americano tenta reproduzir as condições econômicas e sociais do Chile de Allende que levou ao golpe de Pinochet. Esconde e desabastece o país, com bandos armados provoca choques, invasões e mortos e feridos nas ruas tentando restabelecer o controle oligárquico-imperialista sobre o país da revolução bolivariana.

Na Argentina, com a inflação a 30%, as manifestações de rua se repetem semanalmente, greves explodem, e a crise do governo é cada dia maior. Nas eleições a esquerda avança como nunca antes tinha feito na história da Argentina e a oposição de direita ao governo Kirchner cada vez incentiva mais manifestações com objetivo de inviabilizar o governo de Cristina. E ela, que tomou a tarefa de seu marido de reconstruir o Estado Burguês, após 2001/2, e que por isso adotou algumas medidas populares, continua a tentar governar para o capital e se equilibrar entre as forças populares e a burguesia.

Grandes mobilizações dos mineiros peruanos assim como dos importantes mineiros do Chile colocam os governos na parede. Bachelet ganha as eleições, mas não vai atender as reivindicações. E os estudantes voltam as ruas para assombrá-la.

Tudo é sólido e se desmancha no ar frente às manifestações de milhões nas ruas. Mas, a ausência de partidos revolucionários permite que uma grande confusão seja armada pelas forças mais reacionárias.

Na Bolívia, um grupo de menores, manipulados por canalhas exploradores, tentou incendiar a Assembleia Legislativa para impedir a votação de uma lei proibindo o trabalho infantil.

No Brasil, a repressão desenfreada contra as manifestações e a tática irresponsável e desorganizadora dos Black Blocks levou à morte do cinegrafista Santiago Andrade e à confusa farsa montada pela PM, pela mídia e autoridades (endossada por Dilma e sua equipe). É o ambiente ideal para que o governo intensifique a repressão e a criminalização.

Estes governantes, como Dilma, Cristina, Bachelet, que chegaram ao governo levado pelas massas contra o status quo, se sentem como expressou o ministro Gilberto Carvalho “traídos pelas ruas”.  Mas, foram eles que traíram as ruas que os elegeram.

Por isso a credibilidade das instituições e seus defensores é tão baixa. É isso que alimenta as ruas.

Se os “representantes políticos”, burgueses e pretensos “socialistas ou progressistas”, só mentem e fazem o contrário do que prometeram, a única solução é a mobilização, a organização e a revolução!

Nesta maldita democracia de eleições milionárias, de juízes que criminalizam todo o movimento social que é o motor da história, de governantes que se passam para o lado de lá sem cerimônia, o ronco surdo das massas no asfalto, a música rude do povo nas ruas, com suas experiências e aprendizados, anuncia uma época em que todos os governantes tem vocação para serem derrubados.

A indignação coletiva rapidamente pode se converter em revolução. E os que ocupam os palácios sabem que podem, eles próprios, acabar na rua. Preferencialmente, varrendo as ruas.

É uma época em que revolução e contrarrevolução se enfrentam cotidianamente. Por isso: Que venham o aumento dos combustíveis e transportes. Que venham a Copa e a repressão. Que venham as eleições. Essa é a escola onde as massas aprendem e constroem sua organização. Estaremos lá com elas porque somos comunistas. Que venha 2014!