Começa a farsa da COP27: Para salvar o clima, é necessária uma revolução

A cúpula climática da ONU começa no domingo. Mas após a impotência e a inação observadas nas conferências anteriores da COP, as expectativas entre os ativistas ambientais são baixas. O capitalismo está matando o planeta. Precisamos lutar pela revolução.

As classes dominantes do mundo estão se entregando mais uma vez a esse fútil festival de “discurso verde” conhecido como “Conferência das Partes”, ou COP.

A repetição deste ano da cúpula climática internacional organizada pela ONU, COP27, começa neste fim de semana na estância de férias egípcia de Sharm el-Sheikh.

E depois de muitas reviravoltas, o novo primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, confirmou que participará – mas com pouco a mostrar quanto às conquistas dos Conservadores em termos de redução de emissões.

Dado que essas elites globais passarão a próxima quinzena fazendo promessas vazias ainda mais flagrantes para enfrentar a catástrofe climática, enquanto o mundo queima, esta última rodada de negociações deveria realmente ser renomeada para “COP OUT”*.

Fanfarrice

Em todos os países, a juventude está enfurecida com razão pela forma como o capitalismo está destruindo o planeta – e seu futuro. Eles estão exigindo ação real e imediata dos “líderes” mundiais que se divertem na COP27.

Mas exigir que a classe capitalista pare de destruir a Terra e seus habitantes é como pedir a uma manada de leões que parem com seu comportamento carnívoro e se tornem veganos.

Isso foi visto nos vários tratados e acordos que são elaborados em todas as negociações climáticas anuais. Tudo isso equivale a pouco mais do que fanfarrice; meras palavras no papel, que são posteriormente ignoradas pelo establishment.

O evento COP do ano passado, por exemplo, realizado em Glasgow, terminou em fracasso. Apesar de toda a fanfarra que o antecedeu, ao lado dos repetidos avisos severos de cientistas ambientais, políticos cínicos acabaram não se comprometendo com nada.

Capitalismo culpado

A culpa por tais resultados consistentemente lamentáveis está na própria natureza do capitalismo.

Não se pode esperar que os capitalistas apaguem os incêndios que estão queimando em todo o mundo – pois eles e seu sistema são os próprios incendiários responsáveis ​​por criar esse inferno em primeiro lugar.

O sistema capitalista se baseia na propriedade privada, na competição e na produção para o lucro. As necessidades da sociedade não entram na equação. Os lucros dos patrões e dos grandes monopólios poluentes sempre terão prioridade sobre a saúde das pessoas e do planeta.

Ao mesmo tempo, o capitalismo é um sistema inerentemente anárquico e caótico. No entanto, enfrentar as mudanças climáticas claramente requer planejamento, a fim de direcionar rapidamente recursos, pesquisas e tecnologia para essa questão urgente.

Finalmente, há a barreira do estado-nação. Os danos ambientais são um problema internacional, exigindo uma resposta coordenada internacionalmente. Em vez disso, no entanto, vemos cada vez mais as grandes potências imperialistas entrando em conflito umas com as outras, enquanto tentam garantir mercados e lucros e exportar a crise para seus vizinhos.

Em conjunto, este é um comprovante da inércia, inação e impotência; em suma, do desastre.

Lute pela revolução!

No entanto, ao contrário de nossos mencionados leões, o capitalismo não faz parte do ecossistema natural do mundo. Não é uma verdade eterna e atemporal. O capitalismo pode e será derrubado – assim como velhas ordens e antigos regimes como a escravidão e o feudalismo foram derrubados antes.

Os protestos climáticos do Reino Unido devem ocorrer no final deste mês, para coincidir com a COP27. Os cartazes de muitos grupos ativistas pedirão “mudança de sistema, não mudança climática”.

Da mesma forma, Greta Thunberg, a adolescente fundadora do movimento #FridaysForFuture, recentemente pediu a “transformação de todo o sistema” no evento de lançamento de seu último livro em Londres.

Mas Thunberg e outros não explicam o que querem dizer com isso. Os marxistas, por outro lado, são os únicos que explicam o problema – o sistema capitalista caótico e em crise – e a solução: a necessidade de uma revolução socialista mundial.

Para acabar com o aquecimento global e a destruição do meio ambiente, devemos acabar com o capitalismo e lutar por uma sociedade baseada no planejamento socialista internacional e no controle democrático dos trabalhadores.

Nosso slogan é: Pela mudança revolucionária, não mudança climática!

*Nota da revisão: A expressão no texto original, em inglês, faz referência a ineficácia da COP para assegurar mudanças climáticas efetivas. O sentido de “COP OUT” seria de uma Conferência das Partes infrutífera, e já acabada quanto aos propósitos manifestados por ela.

TRADUÇÃO DE FABIANO LEITE.
PUBLICADO EM SOCIALIST.NET