Construir a paralisação na UFES e preparar uma greve por “Fora Bolsonaro”

A Associação de Docentes da Universidade Federal do Espírito Santo (ADUFES) realizou no dia 10/9 uma assembleia em que foram aprovados os seguintes encaminhamentos: paralisação das atividades nos dias 2 e 3 de outubro e indicativo de greve por tempo indeterminado. Foi aprovada também uma articulação da ADUFES com demais segmentos para realizar uma assembleia popular geral da UFES a fim de pressionar o Reitor Reinaldo Centoducate e o Conselho Universitário para rechaçar o Future-se, seguindo o exemplo da Universidade Federal de Santa Catarina (link da matéria).

Muito embora as decisões pareçam ter sido acertadas, a assembleia estava bastante esvaziada. Isso significa que há um árduo trabalho de construção da greve por tempo indeterminado, e a paralisação dos dias 2 e 3 de outubro deve seguir nessa direção, convocando toda a comunidade acadêmica a aderir à greve. Por isso mesmo essa articulação com os demais segmentos tem de ir além das palavras, isto é, dar apoio aos centros e diretórios acadêmicos, assim como ao Diretório Central Estudantes (DCE) na mobilização do corpo discente. É um momento fundamental também para os estudantes da pós-graduação se articularem aos demais setores, pressionando a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), sobretudo por serem os mais atingidos pelos cortes do governo Bolsonaro.

A UFES passa por um período muito difícil. Os cortes de verbas atingem a todos. Laboratórios estão estagnados ou precarizados com a perda de monitores bolsistas, a frequência da limpeza diminuiu, foi proibida a utilização de ar condicionado, mesmo em salas sem ventilador e com pouca ventilação, assim como nas salas dos professores. Duzentas e vinte bolsas concedidas pela instituição foram cortadas, sem contar os cortes nacionais do CNPq e CAPES, que já geraram  uma evasão de alunos sem recursos para manter a assiduidade nos cursos.

A Esquerda Marxista e a Liberdade e Luta atuarão ombro a ombro com professores e estudantes da UFES na luta por barrar por completo o “Future-se”, por reverter os cortes do governo Bolsonaro e a emenda constitucional do teto de gastos, e por uma Educação Pública, Gratuita e Para Todos, bandeira há muito esquecida pelas entidades e organizações do movimento estudantil e sindical. Por isso defendemos que a greve deva ter em sua pauta o “Fora, Bolsonaro!” como palavra de ordem central, pois é a única maneira consequente de lutar e abrir caminho para uma perspectiva socialista dentro das universidades. Somente derrubando o governo Bolsonaro e construindo uma perspectiva socialista vamos barrar o avanço acelerado da privatização ao mesmo tempo em que nos aliamos às demais categorias na defesa da previdência e demais direitos democráticos conquistados com duras lutas.

Construir a greve por tempo indeterminado!

Por Educação Pública, Gratuita e para TODOS!

Fora, Bolsonaro!

Pelo Socialismo!