Dinheiro público é para a educação pública

A maioria dos jovens fica de fora do ensino superior. A iniciativa privada ganha cada vez mais espaço no mercado do ensino universitário, com a ajuda do financiamento público. Nossa bandeira é: vagas pra todos nas universidades públicas!

Segundo dados do MEC, hoje o Brasil conta com um total de 2.391 entidades com curso superior de graduação.  Destas, apenas 301 são públicas.

Um fato “curioso” do ensino universitário é que a maioria dos estudantes secundários de escolas públicas, quando conseguem ingressar no ensino superior, são obrigados a estudar, majoritariamente, nas universidade privadas e pagar as altas mensalidades que alimentam os lucros dos tubarões do ensino. Por isso, nossa bandeira histórica é: fim do vestibular, vagas pra todos nas universidades públicas.

Os representantes do MEC tem afirmado que a tendência é de que nos próximos anos o Enem se transforme na única forma de entrar na universidade. Mas, afinal, a quem serve o Enem?

No ano de 2014, o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) teve o maior número de inscritos de sua história. No último dia de inscrição os jornais divulgaram que o número de inscritos passava de 9,5 milhões. Após a finalização das inscrições, o governo anunciou que o número era de 8.721.946 candidatos. Essa primeira eliminação ocorre porque muitos jovens não conseguem isenção da taxa e desistem de fazer a prova. Neste ano, o custo da prova foi de R$ 35,00 por candidato.

Após realizar o Enem, o estudante que pretende concorrer a uma vaga em universidade pública, precisa estar inscrito no SISU (Sistema de Seleção Unificada), que seleciona os candidatos mais bem classificados dentro do número de vagas ofertadas. Em 2013, 1.757.399 se inscreveram até o final do processo, para um total de 129.319 vagas oferecidas via SISU, isso em todo o país, ou seja, menos de 8% dos candidatos inscritos no SISU entram em uma universidade pública.  

Os alunos que ficam com notas “medianas” podem concorrer a uma bolsa integral ou parcial em universidades privadas, através do PROUNI. Em 2013, o programa ofereceu 115.101 bolsas de estudos aos 653.992 inscritos.

É possível analisar através destes dados que a maioria absoluta dos inscritos no ENEM não atingem o índice mínimo exigido pelo MEC para concorrer em qualquer vaga na universidade. Por outro lado, proporcionalmente, são ofertadas muito mais vagas em universidades privadas, que já representam cerca de 80% do ensino universitário.

Fica evidente que a intenção é que a iniciativa privada, ano após ano, aumente sua fatia no ensino universitário, com ajuda do financiamento público. Ou seja, o que existe é uma política para aumentar os negócios com o setor privado da educação, como mostra o exemplo da gigante Kroton, que pretende lucrar 4,7 bilhões de reais em 2014, dos quais 40% devem vir dos cofres públicos.

Não há dúvidas de que a única alternativa para os jovens é a luta por outra sociedade e, ao mesmo tempo, a defesa incondicional dos serviços públicos de qualidade para todos, garantindo igualdade de direitos aos milhões de jovens em todo o país.

Por isso convidamos todos os jovens a participarem do Acampamento Revolucionário da campanha Público, Gratuito e Para Todos em janeiro, em Sumaré (SP), na Flaskô, fábrica ocupada pelos trabalhadores. 

Veja aqui o evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/815357378504181/