Doria e Bolsonaro articulam Reforma da Previdência dos servidores estaduais

Em 2018, o então Prefeito de São Paulo, João Dória (PSDB), levou a cabo o SAMPAPREV (Reforma da Previdência Municipal de SP). Sob violenta repressão e contando com uma organização desde os bairros, os servidores conseguiram impor uma derrota a Doria, que deixou a Bruno Covas, seu sucessor, a tarefa de continuar o ataque. No fim do ano passado, no entanto, o projeto foi aprovado num dia de batalha na frente da Câmara dos Vereadores da cidade. Neste momento os servidores municipais estão em greve, na luta pela revogação desta contrarreforma. Os planos de Doria, contudo, não pararam na esfera municipal.

No dia 22 de janeiro foi divulgada a articulação de Doria com mais 22 governadores brasileiros em prol do aumento da contribuição previdenciária estadual, de 11% para 14%. Isso se chama confisco salarial. É uma das etapas da aprovação de uma substancial contrarreforma da previdência para os servidores estaduais de todo o Brasil. Somado a isso, Doria é um dos maiores entusiastas da Reforma da Previdência Federal apresentada por Bolsonaro. Essa pretende estabelecer idade mínima de 65 anos para homens e 62 para mulheres, assim como o Regime do Capitalização em contraposição à Previdência Pública e Solidária.

Em suma, o que Doria e Bolsonaro propõem é que trabalhemos mais, com salário menor. Enquanto isso, nenhuma palavra sobre o sistema da dívida pública, uma dívida que já pagamos várias vezes e que aumenta a cada dia. Mais de 40% do orçamento brasileiro é saqueado pelo capital financeiro. Fora isso, a última CPI da Previdência do Congresso Nacional comprovou: as empresas devem R$ 450 bilhões ao INSS!

É muito claro que a Reforma da Previdência de Bolsonaro e Doria não implica o sacrifício de todos, mas sim da maioria em prol de uma minoria. As dívidas dos patrões serão ignoradas. Aumentarão o valor da contribuição previdenciária dos servidores públicos e o tempo de trabalho de cada trabalhador. Trata-se, portanto, de um aumento brutal da exploração da classe trabalhadora.

Diante de tudo isso, temos um chamado de assembleia nacional da classe trabalhadora pelas centrais sindicais para o próximo dia 20 de fevereiro. Não há espaço para hesitação ou tentativas frustradas de negociação! Doria, Bolsonaro ou qualquer representante burguês do Congresso Nacional só entendem uma linguagem: a da força. Assim, é hora de organizar uma greve geral e derrubar a Reforma da Previdência e colocar todo esse sistema podre em questão, o que passa por derrubar tanto Doria quanto Bolsonaro.