Saudações Socialistas!
CAMPANHA: TIREM AS MÃOS DA VENEZUELA.
Obs: Nosso Blob agradece aos companheiros da Associação Nossa América/Rio e Círculo Bolivariano Abreu e Lima por enviar este artigo.
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Cristian Góes é secretário de Comunicação da CUT Sergipe
04.07.2007 Por: CUT Portal Nacional
Sem dúvida alguma, um dos fatos mais importantes sobre a mídia em 2007 é a não renovação da concessão pública pelo governo venezuelano do presidente Hugo Chávez da emissora Rádio Caracas de Televisão (RCTV). O fechamento desta empresa é um golpe sim, mas não contra a liberdade de imprensa. É um golpe certeiro contra o criminoso oligopólio da mídia na América Latina. Ao contrário do que se prega desesperadamente, o fechamento da RCTV é uma ação em favor da democracia.
Durante oito dias, em 2005, assistir a RCTV. Jamais tinha visto uma emissora de tv chegar ao cúmulo de pedir, sem qualquer cerimônia, a morte do presidente Chávez. Vibrei pelo seu fechamento e compreendo o pavor da rede Globo, da Folha de S. Paulo, da Veja, do Estadão, dan grande mídia da América Latina e dos demais meios que reproduzem sem criticidade alguma as notícias de cima para baixo, sem saber realmente o que acontece. O pior é que eles formam a opinião de muita gente boa, que engole tudo como se fosse verdade.
Lamentavelmente asseguro que, com o presidente Lula, os oligopólios da mídia no Brasil estão salvos, não correm o menor perigo de cumprir a Constituição. Vão continuar tranqüilamente manipulando, omitindo e mentindo. É isso que se chama de democracia? Infelizmente, no Governo Lula, o oligopólio da mídia jamais terá suas concessões públicas questionadas. Pelo contrário, os grandes veículos estão fortalecidos pelo governo, que além de despejar alguns bilhões nos cofres da grande mídia privada, torna-se ventríloquo dela contra Chávez e, para solidificar as relações espúrias com ela, ainda persegue e criminaliza rádios e tvs comunitárias.
Como no Brasil, as emissoras de rádio e tv na Venezuela são concessões públicas e têm obrigações públicas com o público. O problema é que o público nem sabe e nem vai saber disso por elas. Os donos de emissoras não são donos delas em sua essência. De dez em dez anos, para rádios, e de quinze em quinze, para tvs, as concessões perdem a validade e podem ser ou não renovadas. A questão é, com a atual legislação das Comunicações, fica praticamente impossível questionar essas concessões públicas de rádio e tv. Assim, essas concessionárias do serviço público fazer o que querem sob o manto da libertinagem de imprensa.
Na RCTV, por exemplo, os noticiários, os programas de auditório, as músicas naquele junho de 2005, tudo volta-se para a morte, morte física mesmo, do presidente. Os telespectadores, numa clima de emoção e sensacionalismo, eram convocados para acabar com “aquele ditador que se apropriava a força dasn terras dos grande latifundiários”. Era uma reação a ação do Governo de fazer reforma agrária, de verdade, naquele País. Terra para quem precisa de terra para trabalhar e produzir. A questão não é ser contra ou a favor da reforma agrária e da forma como ela está sendo feita na Venezuela, mas como uma concessão pública a emissora devia se pautar pela ocorrência real do fato, observando os vários ângulos da notícia e não convocar paramilitares para agir contra Chávez.”
Antes disso, em abril de 2002, a emissora foi literalmente sede do quartel general dos militares que deram o golpe e depuseram o presidente Chávez, eleito pelo povo, principalmente o maioria pobre. A RCTV, com funcionários e militares, fecharam, com violência, a tv pública da Venezuela. Curioso, não vi ninguém soltar o grito em defesa da liberdade de imprensa. Mas apesar dessa ação da RCTV e de outras inúmeras irregularidades (sonegação fiscal, evasão den divisas, difusão de pornografia, retenção das pensões dos funcionários), o presidente Chávez aguardou pacientemente o fim do prazo legal da concessão.
Vale ressaltar que em lugar da RCTV nasceu a nova rede pública de TV da Venezuela, a Teves, que está sendo dirigida por um conselho formado por jornalistas, professores e representantes de inúmeros movimentos sociais. Não é uma tv estatal como se tenta passar aqui. É uma tv pública.
Estive em Caracas e ouvi rádios, li jornais (trouxe até alguns) e assitir tvs sentando o pau no Governo. Ora, mas no Brasil não se diz que na Venezuela se vive uma ditadura? Que a imprensa está censurada? “Que nada. Pode-se dizer o que se quer. O problema é que os veículos já não faturam tanto no Governo Chávez como antes”, disse-me Jesus Sánchez, jornalista em San Antonio de los Altos, apenas ressaltando o aspecto financeiro desse golpe midiático. E como as empresas sobrevivem? Com dinheiro estadunidense, que financiou a tentativa de golpe em 2002.
Dois pontos para terminar:
1 – A Administração Federal de Comunicações (FCC na sigla em inglês), um órgão do governo dos Estados Unidos, fechou 141 concessionárias de rádio e TV entre 1934 e 1987. Em 40 desses casos, a FCC nem esperou que acabasse o prazo da concessão. Os dados foram levantados por Ernesto Carmona, presidente do Colégio de Jornalistas do Chile, no artigo intitulado Salvador Allende se revolve em sua tumba: senadores socialistas comparam Chávez a Pinochet. E aí, escutou algum questionamento.
2 – Neste ano, 2007, vencem as outorgas de 28 emissoras de tv e 153 canais de rádio, entre elas a Rede Globo, a Record, a Bandeirantes e a Cultura. Que tal chamar a sociedade brasileria para fazer uma criteriosa avaliação sobre o comportamento dessasn emissoras nos últimos anos? Realizar um grande debate público, afinal das contas a grande maioria da população se informa pelas tvs e rádios, então, como consumidoras, precisam dizer se estão satisfeitas ou não com esse produto.
Para encerrar, reproduzo trechos de um artigo do jornalista Altamiro Borges:
“O anúncio do fechamento da RCTV criou um frenesi na burguesia mundial e na sua mídia venal. O Congresso dos EUA, com apoio dos “democratas”, aprovou resolução contra a medida e, ao mesmo tempo, manteve a remessa de milhões dólares para financiar a “oposição” na Venezuela. Já o parlamento europeu acatou a proposta do Partido Popular (PPE), de ultradireita, e considerou “um afronta à liberdade” o fim da concessão. Organizações financiadas por governos imperialistas e corporações multinacionais, como a Repórteres Sem Fronteiras, realizaram um verdadeiro bombardeio nestes cinco meses para evitar o fechamento da RCTV. A mídia do capital, como a The Economist e o New York Times, deu capa e fez estardalhaço contra a medida.
No Brasil, a poderosa Rede Globo, talvez temendo a força do exemplo, preferiu apresentar a RCTV como uma emissora neutra, “a mais antiga e influente da Venezuela”, evitando explicar aos seus telespectadores os reais motivos da cassação. Já a Folha de S.Paulo, que tem o “rabo preso” com os golpistas, publicou o editorial “ditador em obras”, acusando o governo Chávez de promover uma escalada “autoritária”. Numa manipulação descarada, ele chega a afirmar que já não existe imprensa independente no país, que todos os veículos são “dóceis instrumentos do chavismo”.
Manipulação ainda mais grosseira se deu nos dias que antecederam o fim da concessão. A mídia mundial e os plagiadores nativos chegaram a noticiar “gigantescas”n manifestações em defesa da RCTV, o que foi desmascarado por vídeos reproduzidos no You Tube, que mostraram protestos minguados de “branquelas” das elites. A presença de tropas do Exército nas ruas da Caracas também foi amplamente difundida, para vender a imagem de uma nação sitiada; mas pouco se falou sobre os incidentes deste domingo, nas quais “ativistas pró-democracia”, mais parecidos com mercenários, dispararam tiros e feriram onze policiais.
A imagem de “funcionários” da RCTV chorando foi cansativamente repetida; já as manifestações festivas pelo fim da concessão, bem maiores e mais populares, quase não apareceram nas TVs. Puro engodo!
A mídia hegemônica também nada falou sobre as várias denúncias que pipocaram nos últimos dias contra a RCTV. A emissora estatal VTV exibiu fac-símiles de documentos desclassificados do Departamento de Estado dos EUA em que sãon citados os jornalistas das redes de televisão RCTV e Globovisión, bem como o diretor do Noticiero Digital e o editor do Tal Cual, que receberam dólares da embaixada estadunidense em Caracas. O programa também exibiu carta assinada pela secretária Condoleezza Rice, dirigida a Odilia Rubin de Ayala, da direção da RCTV, na qual solicita divulgação e apoio financeiro à Súmate, uma das ONGs mais fascistóides contra o governo Chávez. Os vídeos também estão disponíveis no You Tube.
Diante destes fatos deprimentes, até setores críticos do governo bolivariano mudaram de opinião sobre o fim da concessão. O repórter Luiz Carlos Azenha, que recentemente abandonou a TV Globo para cuidar do seu blog na internet – “Vi o mundo – o que você nunca pôde ver na TV” -, até comemorou a decisão. “Eu tinha lá minhas restrições ao processo [do fim da concessão], mas diante do que tenho visto na mídia corporativa agora digo que a emissoran golpista já vai tarde. Fazer oposição a um governo é uma coisa. Fazer campanha para derrubá-lo é outra. E isto durante seis anos… Que sirva de exemplo para os barões da mídia de todo o continente, que usam concessões públicas para extorquir favores de governos”.
Azenha também relata: “Quando Chávez retornou ao Palácio Miraflores, as estações simplesmente deixaram de divulgar notícias. Num dos dias mais importantes da história da Venezuela, elas colocaram no ar o filme ‘Pretty Woman’ e desenhos animados de Tom e Jerry… ‘Nós tínhamos um repórter em Miraflores e sabíamos que o palácio havia sido reconquistado por chavistas’, diz Andrés Izarra, ‘mas o blecaute de informações foi mantido. Foi quando decidi dar um basta e fui embora'”. Azenha conclui: “Quem diz que aquilo que a RCTV faz e fazia é jornalismo é fajuto. Não é jornalismo de oposição. É mentira, distorção e omissão. É genotícia”.
Para os que não se iludem com a ditadura da mídia e nem se deixam intimidar com os falsos apelos sobre a “liberdade de imprensa”, o fim da concessão da RCTV é uma vitória da democracia. Tanto que dezenas de intelectuais e artistas reunidos em Cochabamba, Bolívia, acabam de aprovar moção de apoio à decisão da Venezuela. “Cientes de que não pode haver plena democracia sem democratizar os meios; convencidos de que as telecomunicações devem cumprir os seus objetivos constitucionais e legais de educar, informar, entreter e difundir a informação veraz, imparcial e plural; persuadidos de que as concessões do espectro radioelétrico são bens de dominio publico… festejamos a não renovação das concessões aos latifúndios midiáticos e a progressiva liberação do espectro a favor do seu único dono, que é o povo venezuelano”.
Para desespero dos barões da mídia, a medida do governo venezueanon tende a ser irradiar. Recentemente, o presidente do Equador, Rafael Correa, anunciou que reverá as concessões de rádios e TVs no país. Num duro discurso, afirmou que a mídia equatoriana “é corrupta e mentirosa”, que as concessões são “obscuras e irregulares”, favorecendo políticos conservadores, e que “a maior parte é devedora do Estado”. O jovem presidente de 44 anos finalizou: “Senhores da mídia, acabou. O país está mudando, aqui tem um governo que não tem medo. Por favor, povo equatoriano, não acredite na mídia, ela mente e manipula”. Também crescem os rumores de que o presidente Evo Morales pretende fechar várias redes de TVs e rádios. “Na Bolívia há não só liberdade, mas também libertinagem de expressão”, afirmou o governante da Bolívia.”
Para desespero dos barões da mídia, a medida do governo venezueano tende a ser irradiar. Recentemente, o presidente do Equador, Rafael Correa, anunciou que reverá as concessões de rádios e TVs no país. Num duro discurso, afirmou que a mídia equatoriana “é corrupta e mentirosa”, que as concessões são “obscuras e irregulares”, favorecendo políticos conservadores, e que “a maior parte é devedora do Estado”. O jovem presidente de 44 anos finalizou: “Senhores da mídia, acabou. O país está mudando, aqui tem um governo que não tem medo. Por favor, povo equatoriano, não acredite na mídia, ela mente e manipula”. Também crescem os rumores de que o presidente Evo Morales pretende fechar várias redes de TVs e rádios. “Na Bolívia há não só liberdade, mas também libertinagem de expressão”, afirmou o governante da Bolívia.
E nós, hein?
SILÊNCIO CULPADO disse…
Perante uma grande sacanice que está a ser feita sobre alguns professores que não recebem vencimento,têm horários d e12 horas ou estão a recibos verdes sugere-se que todos os blogues publiquem a notícia que está no http://cegueiralusa.blogspot.com