Quase sete meses depois da queda de Mubarak, a revolução no Egito está longe de terminar. O velho regime ainda se encontra no poder e as massas já sentem a revolução deslizar entre suas mãos.
Tudo parece mudar para que tudo permaneça o mesmo. Contudo, a ira dos trabalhadores e da juventude não foi aplacada como indica o recente dilúvio de greves.
A mídia burguesa na Grã-Bretanha e no mundo inteiro prefere, por outro lado, concentrar-se em outros assuntos, tais como a invasão à embaixada de Israel no Cairo, na semana passada, exibindo imagens de queima de bandeiras israelenses, para tentar afastar a atenção dos verdadeiros acontecimentos revolucionários que têm lugar tanto no Egito quanto no próprio Israel (ver Israel witnesses biggest march in its history, de 05/9/2011).
O New York Times se referiu ao ataque – em um artigo intitulado “No Cairo, Israel se sente cercado” – como uma “crise diplomática, em que os eventos desencadeados pela Primavera Árabe estão agora causando calafrios na região”. O New York Times prossegue, descrevendo a cena de “jatos militares israelenses chegando ao Cairo ao amanhecer para evacuar diplomatas depois da embaixada israelense ter sido atacada por milhares de manifestantes” (Beyond Cairo, Israel Sensing a Wider Siege, New York Times, 10/9 2011).
Mais adiante, no mesmo artigo, comparam-se estes acontecimentos com os acontecimentos da revolução iraniana de 1979: “Foram cenas que fizeram os israelenses se lembrarem do Irã em 1979, quando Israel evacuou sua embaixada em Teerã depois que a revolução substituiu um aliado por um adversário implacável…”.
“… ’O Egito não está indo em direção a uma democracia, mas em direção à islamização’, disse Eli Shaked, ex-embaixador israelense no Cairo, refletindo o ponto de vista do governo. ‘A mesma coisa acontece na Turquia e em Gaza. Exatamente como aconteceu no Irã em 1979”.
As implicações destas declarações são claras. Mais uma vez, a mídia e os políticos burgueses estão tentando criar um clima de histeria em relação às revoluções árabes. Estes representantes da classe capitalista sempre usaram o desfecho da revolução iraniana como um argumento para caluniar qualquer movimento revolucionário no mundo árabe, a partir do momento em que os aiatolás preencheram o vazio do poder político e sequestraram a revolução em 1979, essencialmente esmagando a revolução e iniciando uma contrarrevolução. O que eles essencialmente querem dizer é: “Não pensem em conceder ao povo dos países árabes quaisquer liberdades. Se o fizerem, os fundamentalistas islâmicos tomarão o poder e destruirão Israel – este bastião da democracia no Oriente Médio! Do que necessitamos é de um líder que garanta estabilidade”.
Este clima de histeria não tem base. Até agora, o que se pôde ver nas revoluções árabes – e em particular na revolução egípcia – foi que os grupos islâmicos, tais como a Irmandade Muçulmana, não desempenharam qualquer papel de liderança e, na verdade, se distanciaram do movimento (Mais uma vez isto se constatou na sexta-feira passada, quando a Irmandade Muçulmana se opôs aos protestos das massas). A revolução egípcia se notabilizou por sua clara ausência de caráter religioso, enquanto marchavam lado a lado, como se pode constatar nos noticiários, muçulmanos, coptas e egípcios seculares.
O contexto das manifestações
O ataque à embaixada israelense, sem dúvida, será aproveitado pelo Estado de israelense, que se utiliza de tais fatos para justificar sua “mentalidade de cerco”, isto é, seu enorme aparato estatal e sua política agressiva. Também será aproveitado pelo Conselho Militar Egípcio que já anunciou o retorno das “leis de emergência”, que permitem o uso de detenções extrajudiciais e de munição real para frustrar manifestações. Mas todo este clamor sobre o ataque está orientado, de fato, para desviar a atenção da importância real dos desenvolvimentos que estão ocorrendo no Egito.
Os acontecimentos da sexta-feira, nove de setembro, somente podem ser compreendidos no contexto de uma semana inteira de escalada da luta de classes. Nos dias que antecederam o dia da ação, uma onda de greves foi deflagrada, envolvendo setores-chave da classe trabalhadora, no Cairo e em todo o Egito. Um exemplo disto aconteceu no domingo, 11 de setembro, com o início de uma greve de estudantes e trabalhadores da Universidade Americana do Cairo (AUC, em suas siglas em inglês). Os estudantes exigiam mensalidades escolares mais baixas. A eles se juntaram motoristas de ônibus da Universidade, faxineiros e pessoal da segurança, exigindo aumentos salariais e jornada de trabalho mais curta. Esta greve resultou de outras greves recentes e de ameaças de greves tanto no setor público quanto no privado, enquanto os sindicalistas se tornam cada vez mais desiludidos com as falsas promessas do primeiro-ministro Essam Sharaf e do Conselho Militar.
No setor público, os trabalhadores dos correios estão em greve há mais de duas semanas exigindo um aumento de 7% em seus salários para acompanhar a inflação, e também à remoção de funcionários corruptos do serviço postal da era de Mubarak que ainda se encontram no poder. Demandas similares por aumentos salariais e contra a corrupção no setor público levaram médicos, pedagogos e professores universitários a ameaçarem ação de greve no final de setembro. Ahram Online informa:
“Pedagogos e professores universitários também estão preparando uma ação nacional de greve para meados do mês por salários, condições de trabalho e questões de democracia no local de trabalho.
“A recente escalada de greves parece refletir o sentimento de que muitos trabalhadores do setor público perderam a paciência com o governo de Sharaf, que fez um sem-número de promessas de melhorar o padrão de vida do povo, quando tomou posse em março passado, mas que não cumpriu adequadamente…
“… O gabinete de Sharaf também fracassou até agora em impor um teto aos salários excessivos pagos aos mais altos funcionários do setor público, uma demanda imensamente popular entre os trabalhadores do setor público.
“Para adicionar insulto à injúria, muitos trabalhadores pensam que Sharaf tem, na maioria das vezes, tratado os funcionários da era Mubarak com luvas de pelica, e demitiu apenas um pequeno punhado de suas altas posições.
“De fato, a maioria dos trabalhadores egípcios chega ao trabalho todos os dias, sete meses depois de terem desempenhado o principal papel na derrubada do antigo ditador, para serem saudados pelas mesmas figuras da velha e autoritária burocracia dos anos Mubarak” (Egyptian Postal workers strike a big headache for SCAF, Ahram Online, 7/9/2011).
No setor privado, os engenheiros estão ameaçando entrar em greve e os 22 mil trabalhadores da maior fábrica têxtil do país, em Mahallah, que constituíram a linha de frente das lutas econômicas por mais de cinco ou seis anos, começaram uma greve por tempo indefinido em 10 de setembro, por melhores salários e benefícios.
A marcha lenta da mudança
A ocupação da embaixada de Israel não foi o principal acontecimento do dia, e resultou de uma manifestação na famosa Praça Tahir, onde dezenas de milhares se reuniram para protestar contra a lenta marcha das mudanças na sequência da partida de Mubarak em fevereiro deste ano.
Como já informamos anteriormente (Masses return to the Streets in Egypt, 11/7/2011), os trabalhadores e a juventude do Egito estão frustrados e zangados pela absoluta falta de avanços, por parte do regime do Conselho Militar, em termos de mudanças, sejam elas políticas ou econômicas. A declaração da União da Juventude Socialista Egípcia (UESY, em suas siglas em inglês) antes dos protestos da última sexta-feira resume a situação enfrentada pelas massas egípcias:
“Sete meses depois da vitória da primeira onda revolucionária que derrubou Hosni Mubarak, a revolução ainda não alcançou seus objetivos. Tudo o que se conseguiu até agora foi o sangue derramado de nossos mártires e camaradas. As fileiras contrarrevolucionárias reorganizaram-se durante este período, inclusive as forças islâmicas e os governadores militares. Elas alegam que a revolução terminou, mas as forças revolucionárias não se detiveram, e a revolução não terminará até que seus objetivos sejam alcançados.
“O sistema ainda é o mesmo que governava nos tempos de Mubarak; ainda é o mesmo que, em favor da classe capitalista, sugou o sangue dos nossos pobres e roubou bilhões de dólares. Apesar deste regime depender do apoio do pobre, ele está negligenciando as demandas de um salário mínimo, de um salário máximo e de aposentadorias dignas, e está condenando muitos manifestantes em tribunais militares.
“Nós da União da Juventude Socialista consideramos que o Conselho Militar e o governo de Essam Sharaf são a continuação do regime de Mubarak. Ressaltamos a necessidade de se propagar a palavra de ordem da revolução, ‘o povo quer a derrubada do regime’, reafirmando a nossa vontade de nos livrar do velho sistema e de todos os seus gestos vazios de desenvolvimento econômico e social.
“Ressaltamos que não aceitaremos meia revolução; não aceitaremos que os pobres do Egito sejam despojados de seus direitos sociais, econômicos e políticos. Os atuais ‘direitos’ não garantem a distribuição equitativa da riqueza e não garantem uma democracia real, tanto em sua forma social quanto em sua forma política. Não aceitaremos uma revolução que não proteja a Constituição do povo, que não proporcione emprego para a juventude e que não conceda um judiciário independente. Não aceitaremos quaisquer leis eleitorais impostas por uma revolução destorcida que não dê o direito de voto aos egípcios que vivem no exterior. Continuaremos nossa revolução até a vitória, até que todos estes objetivos sejam alcançados”.
Estas palavras exprimem a situação real que os trabalhadores e a juventude do Egito enfrentam. A tragédia, como tem sido até agora, é a ausência de uma liderança revolucionária que indique o caminho a seguir e apresente uma alternativa. A UESY está desempenhando um papel positivo, mas não constitui uma força de massa e seus recursos são limitados.
Enquanto isto, os autonomeados “líderes” do Movimento 25 de Janeiro, tais como a “Coalizão da Juventude Revolucionária”, que inclui representantes da juventude da Irmandade Muçulmana e adeptos do alto funcionário das Nações Unidas, El Baradei, têm um programa completamente destituído de quaisquer demandas sociais e econômicas. Como já foi apontado antes, a Irmandade Muçulmana, de fato, está se distanciando do movimento e se opôs aos protestos mais recentes.
A manifestação em frente da embaixada israelense
Enquanto os manifestantes da Praça Tahir se dispersavam já no final da tarde, muitos se dirigiram em direção à embaixada israelense em Gizé, um subúrbio do Cairo. Existe uma grande animosidade entre a Israel no Egito depois do assassinato de seis guardas fronteiriços egípcios pelo exército israelense em agosto, e a embaixada israelense no Cairo se tornou o alvo de vários protestos desde então.
As informações sobre o protesto na embaixada indicam que uma multidão com mais de cinco mil pessoas, incluindo estudantes, trabalhadores e torcedores de times de futebol se concentrou em frente da embaixada. O muro de proteção que tinha sido construído para proteger a embaixada foi destruído e derrubado. Centenas de pessoas assaltaram o prédio, subindo ao seu teto para baixar a bandeira israelense pela segunda vez nas últimas semanas. Isto aconteceu não muito tempo antes que as Forças de Segurança Central (CSF, em suas siglas em inglês), a polícia antimotim egípcia, voltasse e começasse a lançar granadas de gás lacrimogêneo sobre a multidão – nas granadas estavam impressas a marca “Made in USA”.
Alguns manifestantes finalmente forçaram a entrada nos arquivos de documentos dentro da embaixada e começaram a lançar sua papelada à multidão. O testemunho de Ahram Online, uma website de notícias egípcia em língua inglesa, descreve o conteúdo destes documentos oficiais:
“Nós pegamos os papéis e os examinamos. Isto requereu centenas de pessoas para selecioná-los em poucos minutos quando percebemos que tínhamos nas mãos registros da embaixada israelense em árabe, hebreu e inglês…
“… Havia informes de acordos de telefonia entre as maiores empresas de telecomunicações privadas e públicas e Israel. Também vi documentos onde figuram os nomes das transações comerciais entre a embaixada e todo tipo de autoridades egípcias, de funcionários da alfândega a executivos de empresas de turismo, trazendo viajantes israelenses ao Egito e assim por diante.
“Muitos dos papéis que os manifestantes lançavam em nossa direção datavam dos anos 1990 e até dos anos 1980.
“Os manifestantes lançavam pelo menos de seis a sete conjuntos separados de documentos sobre nós a cada dez minutos ou de hora em hora. Câmeras de televisão acotovelaram-se para entrevistar dúzias de pessoas com documentos que eles acreditavam revelar a profundidade da penetração da embaixada no cenário econômico e político do Egito” (The storming of Cairo’s Israeli embassy: an eyewitness account, 10/9/2011, Ahram Online, ênfase nossa).
Aqui podemos ver outra razão porque os egípcios correntes estão zangados com o Estado israelense, cujos tentáculos avançam por todos os espaços da atividade cotidiana de todas as áreas da sociedade egípcia. A este respeito, muita da raiva experimentada pelos trabalhadores e pela juventude egípcia é uma saudável oposição ao sionismo e ao estado imperialista israelense, que intervêm militar e economicamente em todo o Oriente Médio, no Egito, na Palestina e no Líbano.
A sexta-feira de “correção do rumo”
Os eventos na embaixada israelense na última semana devem ser interpretados no contexto geral da situação que existe no Egito atualmente, meses após a queda de Mubarak. Não é por acaso que a última sexta-feira foi batizada como o dia de “Correção de Rumo”. Há um sentimento disseminado de que embora Mubarak tenha ido embora, seu regime continua. Muitas posições-chave se encontram nas mãos de pessoas que estiveram profundamente envolvidas com o velho regime.
Na sexta-feira feira passada, vimos vários protestos serem realizados em todo o Egito, sendo a Praça Tahir mais uma vez o centro das mobilizações. Quinhentos estudantes marcharam a partir da Universidade do Cairo. Os manifestantes entoavam palavras de ordem contra o conselho militar governante, contra os tribunais militares e, significativamente, pela implementação de um salário mínimo justo. Os torcedores de futebol também se envolveram. De fato, membros da torcida organizada do Zamalek [time de futebol], em demonstração sem precedentes de unidade, se juntaram à torcida rival do Ahly [outro time de futebol], para tomar parte dos protestos, mudando seus costumeiros gritos de incentivo nos estádios em cânticos contra o conselho militar governante e a polícia.
Entre as palavras de ordem ouvidas, uma delas era “mudança, liberdade e justiça social”. Outra palavra de ordem significativa era “Um, dois, três, para onde vai a revolução?”. Quando os manifestantes passavam pela embaixada saudita, entoaram “Mubarak e a Arábia Saudita são uma coisa só”. Os torcedores de futebol concentraram sua atenção no ministro do Interior, acampando em frente do prédio do ministério, gritando:“Não esquecemos Tahir, seus filhos da puta”.
Em Alexandria, os manifestantes bradavam “Não à monopolização do poder pelo conselho militar” e “julgamento para os policiais assassinos”. Mais uma vez, referindo-se à marcha lenta da revolução, eles entoavam “Tudo continua o mesmo depois da revolução”. Em Suez, também ocorreram protestos similares.
Um pequeno, mas significativo detalhe foi o fato de que Abdel Hakim Abdel Nasser, o mais jovem dos filhos do falecido presidente Nasser, discursou na principal tribuna da Praça Tahir, enquanto os manifestantes entoavam slogans pró-Nasser. Isto confirma o fato de que a memória de Nasser não morreu no Egito, e que ele ainda personifica o que muitos vêem como o período de luta antiimperialista dos anos 1950 e 1960 (Nasser and the Arab revolution, 12/5/2011).
Quem é o real inimigo dos trabalhadores e da juventude egípcia?
É inegável que elementos reacionários dentro do Egito tentarão estimular o antissemitismo e o racismo em relação a todos os israelenses como uma forma de bloquear a luta de classes que irrompeu em nível mais elevado recentemente. Os capitalistas, os governantes militares e os islâmicos no Egito farão tudo o que estiver ao seu alcance para impedir a solidariedade entre os trabalhadores egípcios e israelenses. Por esta via, as classes dominantes no Egito e em Israel entram em relações simbióticas, com seus ataques mútuos proporcionam a justificativa à opressão da classe trabalhadora em ambos os países.
Contudo, a resposta a qualquer tipo de preconceito e racismo que possa existir entre árabes e judeus comuns foi dada pelos eventos que acontecem em Israel neste momento. Este gigantesco movimento de mais de 500 mil israelenses exigindo justiça social claramente se inspirou nas revoluções árabes, em particular na revolução egípcia, com acampamentos sendo formados em cidades como Telavive, e com palavras de ordem que empregavam linguagem quase idêntica àquela que foi vista e ouvida durante o movimento de 25 de janeiro deste ano no Egito. De fato, o movimento israelense se constitui tanto de árabes quanto judeus, e muitos de seus cânticos vinham misturados em língua hebraica e árabe. É através da luta comum dos trabalhadores e da juventude contra os regimes opressivos e exploradores em todo o Oriente Médio que a velha tática de “divide e impera” será minada e a unidade em linhas de classe será conquistada.
O inimigo dos trabalhadores egípcios não são os trabalhadores e a juventude de Israel. Seus inimigos são a classe dominante sionista, em Israel, e a classe dominante egípcia, assim como as elites de países como a Arábia Saudita. De fato, houve uma tentativa de ataque à embaixada saudita no Cairo no mesmo dia, mas a polícia conseguiu conter os manifestantes. Estas coisas, no entanto, não recebem destaque na mídia burguesa. É no interesse das classes dominantes, tanto em Israel quanto no Egito, que as divisões nacionais são fomentadas e fortalecidas. É no interesse dos trabalhadores, tanto no Egito quanto em Israel, que as barreiras nacionais sejam colocadas abaixo para ensejar a luta comum de todos os trabalhadores contra seus respectivos patrões e governantes.
Nenhuma lâmpada seria acesa; nenhum telefone tocaria…
A solução dos problemas enfrentados pelos trabalhadores e jovens egípcios está na força dos próprios trabalhadores e jovens, que, uma vez organizada, constitui uma força tão formidável que nada no mundo pode deter. Não se deve esquecer que foi a onda de greves de massas durante os acontecimentos de janeiro e fevereiro que finalmente levaram à queda de Mubarak.
O desdobramento do movimento no terreno de classe é uma ameaça clara para os velhos governantes que ainda controlam o Estado egípcio. As greves, a escalada das reivindicações de nacionalização, a agitação da juventude, todos estes exemplos formam o quadro da real situação da revolução egípcia, que é uma luta de classes organizada e não um “motim” como quer nos fazer crer a mídia burguesa. É através destas lutas que os trabalhadores e os jovens egípcios aprenderão e ganharão consciência de seu próprio poder – o poder de fazer funcionar a sociedade em seu próprio interesse e não no interesse dos governantes militares e da classe capitalista que eles mantêm. Como se diz frequentemente, nenhuma lâmpada seria acesa, nenhuma roda gira e nenhum telefone toca sem a permissão da classe trabalhadora.
[Nota: brevemente daremos sequência a este artigo com uma descrição mais detalhada das greves que estão acontecendo]Traduzido por: Fabiano Leite